domingo, 15 de janeiro de 2017

Série América Latina: BRASIL x MÉXICO

História da Seleção Brasileira de Futebol


Apesar de Brasil e México pertencerem a duas confederações diferentes, a frequência de confrontos entre as duas seleções na história é relativamente alta. Os brasileiros pertencem à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e os mexicanos à Confederação das Américas Central e do Norte e do Caribe de Futebol (Concacaf). Disputam Eliminatórias diferentes para a Copa do Mundo, e ademais a Seleção Mexicana só passou a disputar a Copa América, como seleção convidada, a partir dos anos 1990.

O primeiro duelo entre os dois países num campo de futebol foi em jogo válido pela Copa do Mundo de 1950. A partida foi no Maracanã, no Rio de Janeiro, e terminou em goleada canarinho, por 4 x 0. Dois anos depois, em Santiago, no Chile, valendo pelo 1º Campeonato Pan-Americano, nova vitória brasileira, desta vez por 2 x 0. Mais dois anos e o terceiro encontro, novamente válido por uma Copa do Mundo, que estava sendo jogada na Suíça. Nova goleada brasileira: 5 x 0.

Em 1956 houve o primeiro confronto na capital mexicana, valendo pelo 2º Campeonato Pan-Americano. Foi a primeira vez que os mexicanos conseguiram marcar um gol sobre o Brasil, que estava, naquela competição, com um time bastante desfalcado, sem quase todos seus titulares. Vale ainda lembrar que, apesar de efeitos de ar rarefeito mais amenos do que os enfrentados nos jogos na Bolívia e no Equador, a Cidade do México também está na altitude, localizando-se a 2.250 metros acima do nível do mar. Apesar destes fatores, a Seleção Brasileira venceu por 2 x 1.

Além destes quatro confrontos entre as seleções principais, nos anos 1950 houve ainda um duelo entre as seleções olímpicas. Ele terminou em goleada brasileira por 6 x 2.


Os anos 1960 se iniciaram com a 3ª e última edição do Campeonato Pan-Americano. O Brasil foi disputá-lo com uma equipe completamente desconfigurada, daquelas que pode ser considerada a reserva da reserva. O torneio foi jogado em 1960 em San Jose, na Costa Rica. Brasil e México se encontraram duas vezes durante ele. No primeiro jogo, um empate por 2 x 2, e no segundo, vitória brasileira por 2 x 0.

Dois anos depois e as duas seleções se enfrentaram pela terceira vez por um jogo de Copa do Mundo. A partida no Chile terminou com mais uma vitória verde e amarela, outro 2 x 0.

Em 1968, a Seleção Brasileira e a Seleção Mexicana disputaram uma série de quatro amistosos. Os dois primeiros no Estádio Azteca, na Cidade do México, e os dois seguintes no Maracanã, no Rio de Janeiro. O time canarinho os disputou com sua força máxima, liderado pela estrela de Pelé, e já tendo em campo uma equipe bem próxima à que disputaria a Copa do Mundo de 1970 em terras mexicanas.

Nos dois primeiros jogos, na baixa altitude da ex-capital do Império Azteca, o Brasil venceu por 2 x 0, com dois gols de Jairzinho, e perdeu por 2 x 1, com gol brasileiro feito por Rivellino, e dois de Enrique Borja. Foi a primeira vez que os mexicanos conseguiram vencer à Seleção Brasileira. Mais não tardariam em repetir o feito, e desta vez em pleno Maracanã. No terceiro confronto da série voltaram a vencer por 2 x 1, com gol brasileiro de Carlos Alberto Torres, e dos rivais marcados por Isidoro Díaz e Javier Fragoso. No último encontro, vitória brasileira por 2 x 1, com gols de Pelé e Jairzinho.

Nesta década, as seleções olímpicas se enfrentaram uma vez, uma vitória brasileira por 2 x 1. Curioso como o 2 x 0 e o 2 x 1 foram placares que marcaram as partidas entre Brasil e México na história. Até então, as seleções principais haviam se enfrentado 11 vezes, com 8 vitórias brasileiras, quatro delas por 2 x 0, e duas delas por 2 x 1 (em seis dos oito jogos, portanto, ou por um placar ou por outro). Houve um empate em 2 x 2 e duas vitórias mexicanas, ambas por 2 x 1. E curiosamente, foi este também, 2 x 1, o placar da partida seguinte entre ambos, um amistoso jogado em 1970 no Maracanã.


Nos anos 1970 as duas seleções se enfrentaram menos do que vinham duelando nas décadas anteriores. Em 1970 houve a já citada vitória brasileira por 2 x 1. Em 1974 houve um novo amistoso no Maracanã, desta vez um empate em 1 x 1. E em 1976 mais um amistoso, desta vez no Estádio Jalisco, em Guadalajara, que terminou em vitória brasileira por 3 x 0.

As seleções olímpicas dos dois países ainda se enfrentaram duas vezes nesta década, em dois jogos que terminaram empatados.


Nos anos 1980 as duas seleções se encontraram ainda menos. Os times principais jogaram uma única vez, num amistoso disputado em 1980 no Maracanã, que terminou com a vitória canarinho por 2 x 0 (um dos placares que eram o padrão de até então). Já as seleções olímpicas se enfrentaram ainda duas vezes nesta década, duas vitórias brasileiras por 1 x 0.

A partir de 1993 o México passaria a disputar a Copa América, e daí em diante as duas seleções se enfrentaram com uma frequência muito maior. Fazer parte de uma competição de maior nível técnico e muito mais competitiva do que os torneios das Américas Central e do Norte impulsionou a qualidade do futebol mexicano, que deu um explícito salto de desenvolvimento no século XXI.


Nos anos 1990, o Brasil manteve sua supremacia diante dos mexicanos, vencendo a maioria dos encontros. Mas a partir do finalzinho desta década, a história começaria a mudar.

Em 1990 as duas seleções voltaram a se enfrentar após dez anos sem que suas seleções principais se encontrassem. O jogo amistoso foi em Los Angeles, nos Estados Unidos, e terminou num empate sem gols. Dois anos depois, no mesmo palco, e em nova partida amistosa, o Brasil goleou por 5 x 0. Em 1993, mais dois amistosos, com um empate em 1 x 1 em Maceió, e uma vitória brasileira por 1 x 0 em Guadalajara.

Foi em 1993 que os mexicanos disputaram pela primeira vez uma Copa América. A seleção eliminou ao Peru nas quartas de final e ao Equador, país anfitrião do torneio daquele ano, na semi-final, classificando-se para fazer a final contra a Argentina, que eliminara a Brasil nas quartas e Colômbia na semi. O México perdeu a final por 2 x 1 e foi vice. O time mexicano, treinado por Miguel Mejía Barón, era formado por Jorge Campos, Claudio Suárez, Ramirez Perals, Raul Gutiérrez e Ignácio Ambriz; Ramon Ramirez, Garcia Aspe, Benjamin Galindo e David Patiño; Luís Alves Zaguinho e Hugo Sanchez. O atacante Zaguinho era filho do ex-jogador brasileiro Zague, que se erradicou no país após defender equipes mexicanas. Já a estrela da equipe era o centroavante do Real Madrid, Hugo Sanchez.

O México foi vice-campeão logo em sua primeira Copa América

Em 1996 o Brasil foi convidado para jogar a Copa Ouro, principal competição da Concacaf. Enviou uma seleção sub-23 e chegou à final, quando enfrentou o México, que jogava com sua seleção principal. Para efeito das estatísticas, aqui este duelo está sendo considerado como um jogo da seleção olímpica e não da seleção principal, mas para os mexicanos certamente consta como um jogo de sua seleção principal. A final terminou com vitória mexicana por 2 x 0.

Em 1997, as seleções se enfrentaram três vezes. Num amistoso em Miami, goleada brasileira por 4 x 0. Depois, na Copa América disputada na Bolívia, os mexicanos chegaram a abrir dois gols de vantagem, mas o Brasil virou e ganhou por 3 x 2. Por fim, na Copa das Confederações, em Riad, na Arábia Saudita, a Seleção Brasileira repetiu o placar, voltando a vencer por 3 x 2.

Em 1999 voltaram a acontecer três duelos entre brasileiros e mexicanos. Na Copa América disputada no Paraguai foram duas vitórias canarinho, uma por 2 x 1 e outra por 2 x 0 (olha os placares padrão de novo!).


Até antes do último duelo entre as duas seleções no século XX, a supremacia no confronto era completamente brasileira. Entre as duas seleções principais tinham sido 24 jogos até então, com 18 vitórias brasileiras, 4 empates e 2 vitórias da Seleção Mexicana (ambas em 1968). Haviam sido feitos 54 gols pela camisa amarela e apenas 16 pela camisa verde (menos de um por jogo!).

A história começou a mudar quando os dois países se enfrentaram pela final da Copa das Confederações de 1999 no Estádio Azteca. Num jogo antológico, os afiliados da Concacaf venceram por 4 x 3, e a partir de então mudaram totalmente a história deste encontro. Parecem ter descoberto ali que tinham a capacidade de vencer ao Brasil no futebol. Os onze heróis da conquista deste título foram: Jorge Campos, Claudio Suárez, Rafael Márquez e Salvador Carmona; Pavel Pardo, Germán Villa, Miguel Zepeda, Ramon Ramirez e Cuauhtémoc Blanco; José Manuel Abundis e Francisco Palencia.

México, Campeão da Copa das Confederações de 1999

Entre 2000 e 2009, em partidas da seleção principal, o México venceu mais vezes ao Brasil do que foi derrotado. Se em todo o século XX havia conseguido a vitória em três duelos (dois em 1968 e um em 1999), só nos dez primeiros anos do século XXI já havia conseguido vencer em outras três oportunidades.

Os mexicanos venceram ainda duas outras partidas mais pela Copa Ouro de 2003, mas então nas mesmas circunstâncias do que havia acontecido em 1996: o Brasil, convidado a disputar o torneio, viajou com uma seleção sub-23, e enfrentou a seleção principal mexicana, que venceu os dois duelos por 1 x 0. Para efeitos estatísticos, estes dois duelos estão sendo considerados aqui como um jogo da seleção olímpica e não da seleção principal, mas para os mexicanos certamente constam como jogos de sua seleção principal.

Voltando aos confrontos entre seleções principais, os dois países se enfrentaram num jogo amistoso em 2001 em Guadalajara, que terminou empatado em 3 x 3. A seguir, na Copa América daquele mesmo ano, jogada na Colômbia, vitória dos descendentes aztecas por 1 x 0, gol de Jared Borgetti. Os mexicanos chegariam pela segunda vez em sua história à final do torneio, repetindo o feito de sua primeira participação em 1993, e novamente seriam derrotados, ficando com o vice-campeonato. O algoz desta vez foi a seleção anfitriã daquela Copa América.

Em 2003, um outro amistoso em Guadalajara terminou num empate, desta vez sem gols. Já no ano seguinte, pela Copa América disputada no Peru, a Seleção Brasileira goleou por 4 x 0.

Em 2005, pela Copa das Confederações, em partida disputada em Hannover, na Alemanha, nova vitória mexicana por 1 x 0, e uma vez mais com gol marcado por Jared Borgetti. Depois, os dois países voltaram a duelar na Copa América de 2007, na Venezuela, e a camisa verde triunfou outra vez mais, desta vez ganhando por 2 x 0, gols de Nery Castillo e Ramon Morales. No último duelo desta década, os brasileiros voltaram a vencer, conseguindo um 3 x 1 num amistoso em Boston, nos EUA.


Nos anos 2010, voltaram a acontecer vários duelos entre os dois países, que tem entre si um histórico de confrontos superior até ao que o Brasil tem contra algumas seleções da América do Sul, com as quais divide participação no mesmo torneio de Eliminatórias para Mundiais.

Em 2011, num amistoso em Torreon, no México, vitória brasileira por 2 x 1. No ano seguinte, num amistoso em Dallas, nova vitória mexicana por 2 x 0, provando como o duelo passou a ser nivelado a partir daquela final em 1999. E no mesmo ano de 2012 os mexicanos voltaram a vencer, desta vez, porém, em confronto entre as duas seleções olímpicas, e valendo a Medalha de Ouro nas Olimpíadas de Londres. Vitória por 2 x 1. Mantinha-se assim a alta frequência dos placares 2 x 0 e 2 x 1 no histórico deste duelo.

Seguiram-se mais alguns duelos entre Brasil e México: em 2013, pela Copa das Confederações, vitória canarinho por 2 x 0 em Fortaleza; em 2014, na Copa do Mundo, um empate sem gols mais uma vez jogado na capital do estado do Ceará; e em 2015, numa partida amistosa em São Paulo, houve mais uma vitória brasileira por 2 x 0.





Série Duelos da Seleção Brasileira na América Latina:



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