quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Maradona não conseguiu se impor sobre a Seleção Brasileira, a quem só venceu 1 vez

No retrospecto geral Maradona é freguês do Brasil. Foram 6 jogos, com 3 vitórias do Brasil, 2 empates e apenas 1 vitória da Argentina, justamente na Copa de 90. E contra clubes brasileiros, também não teve sucesso, foram três jogos, todos amistosos, e três vitórias de seus adversários. No total, em nove confrontos contra brasileiros, Diego Armando Maradona venceu apenas um.

O brilhantismo do maior camisa 10 da história da Seleção Argentina começou a se revelar na equipe que foi Campeã Mundial de Juniores (Sub-20) em 1979, da qual ele foi o grande astro. O título veio sobre a campeã anterior, a União Soviética, em um 3 x 1, com gols dele e do outro grande destaque daquela equipe, Ramón Díaz, artilheiro da edição 1979 do Mundial.

Sua carreira começou no Argentinos Juniors, onde jogou de 1976 a 1980, tendo disputado 166 partidas e feito 116 gols. Com Maradona, o Argentinos Jrs foi vice-campeão argentino em 1980. O modesto clube argentino ganhou projeção e estruturação após Diego vestir sua camisa. Os único títulos do clube em sua história vieram após sua passagem por lá: Campeão do Metropolitano de Buenos Aires em 1984, Campeão Argentino em 1985 e Campeão da Libertadores da América em 1985.

Após a brilhante campanha de 1980, ele foi contratado pelo Boca Juniors, seu clube de coração. Em 1981, disputou 40 jogos e fez 28 gols, conquistando o título de Campeão Argentino e despertando o interesse do Barcelona, que em 1982 o contratou e o levou para a Espanha. Na Catalunha, foram 58 jogos, 38 gols, e o início de uma fase muito conturbada. Segundo soube-se depois, foi lá que se iniciou seu vício em cocaína. No fim de 1983, insatisfeitos com problemas de indisciplina e badalações, e após uma suspensão de três meses recebida depois de uma briga generalizada entre jogadores num jogo entre o Barça e o Athletic Bilbao, o Barcelona o vendeu para o Napoli, da Itália.

Em Nápoles, Maradona viveu o apogeu de sua carreira. Disputou sete temporadas do Campeonato Italiano, de 1984/85 a 1990/91. Com a camiseta celeste dos napolitanos, disputou 259 jogos e fez 115 gols. Antes de Maradona, o Napoli tinha apenas dois títulos, da Copa da Itália (1962 e 1976). Com Diego, venceu os maiores títulos de sua história: duas vezes Campeão Italiano nas temporadas 1986/87 e 1989/90, campeão da Copa da UEFA em 1989, além de campeão da Copa da Itália em 1987. Foi ainda vice-campeão italiano nas temporadas 1987/88 e 1988/89. Maradona transformou um clube de pequena expressão no cenário nacional da Itália em uma potência nos anos em que esteve por lá.

Em setembro de 1991 foi suspenso por 15 meses pela FIFA por doping, e na mesma época foi condenado pela justiça italiana pelo envolvimento com drogas. Voltou ao futebol ao fim da suspensão, tentando reencontrar seus caminhos com a camisa do Sevilla, que era treinado pelo argentino Bilardo. Foram 29 jogos e 8 gols na temporada 1992-93 do Campeonato Espanhol, e novas confusões, indisciplinas e muitas reclamações quando substituído pelo treinador.

Tentou se reerguer na Argentina em 1993, assinando contrato com o Newell's Old Boys, mas teve uma passagem relâmpago pelo clube, jogando apenas 5 jogos, sem fazer gols. Disputou a Copa do Mundo de 1994 com a Seleção Argentina, mas acabou caindo novamente após um exame anti-doping, o que praticamente encerrou sua carreira. Com a seleção, foram 105 jogos e 34 gols. E o auge na conquista da Copa do Mundo de 1986.

Em 1996 tentou reiniciar sua carreira no Boca Juniors. Jogou 24 partidas naquela temporada e fez 5 gols. Ainda jogaria mais 7 vezes com a camisa do Boca em 1997 e em 1998, mas definitivamente já se tornara um "ex-jogador em atividade".

Naquele mesmo ano de 1979 no qual foi Campeão Mundial Sub-20, Maradona entraria em campo pela primeira vez na história para enfrentar a camisa amarela. E sobre a Seleção Brasileira ele não conseguiu se criar, assim como nunca superou clubes brasileiros também.


MARADONA contra brasileiros:

2/8/1979, Maracanã, Rio de Janeiro - Copa América: Brasil 2 x 1 Argentina
Gols: Zico (3'1T), Coscia (30'1T) e Tita (8'2T)
Brasil: Leão; Toninho Baiano, Amaral, Edinho e Pedrinho; Paulo César Carpegiani, Zenon (Batista) e Zico; Tita, Palhinha (Juari) e Zé Sérgio. Téc: Cláudio Coutinho
Argentina: Vidallé; Barbas, Van Tuyne, Passarela e Bordón; Gáspari, Larraquy e Maradona; Gáitan (López), Coscia e Ramon Díaz (Castro). Téc: César Luis Menotti



26/6/1980, Olímpico, Porto Alegre - Amistoso: Grêmio 1 x 0 Argentinos Juniors
Gol: Jorge Leandro (37'2T)
Grêmio: Leão; Mauro, Newmar, Vantuir e Dirceu; Vitor Hugo, Kiese e Jorge Leandro; Renato Gaúcho, Baltasar e Jésum. Téc: Valdir Espinosa
Argentinos Jrs: Alles; Carrizo (Caravelli), Beaulieu, Lucero e Domenech; Solari (Garcia), Vidal e Maradona; Fabret, Espino e Morel. Téc: Miguel Angel López



4/1/1981, Est. Centenário, Montevidéu - Mundialito: Brasil 1 x 1 Argentina
Gols: Maradona (30'1T) e Edevaldo (2'2T)
Brasil: Carlos (João Leite); Edevaldo, Oscar, Luizinho e Júnior; Batista, Toninho Cerezo, Sócrates e Renato Paulista (Paulo Isidoro); Tita e Zé Sérgio. Téc: Telê Santana
Argentina: Fillol; Olguín, Galván, Passarella e Tarantini; Gallego, Ardiles e Maradona; Bertoni (Valencia), Ramón Díaz e Barbas (Luque). Téc: César Luis Menotti



15/9/1981, Maracanã, Rio de Janeiro - Amistoso: Flamengo 2 x 0 Boca Juniors
Gols: Zico (14'2T) e (28'2T)
Flamengo: Raul; Leandro, Carlos Alberto, Mozer e Júnior; Andrade, Paulo César Carpegiani (Adílio) e Zico; Tita, Nunes e Baroninho. Téc: Paulo César Carpegiani
Boca Juniors: Gatti; Suarez, Ruggeri, Mouzo e Córdoba; Quiroz, Brindisi (Alves) e Maradona; Escudero, Gareca (Benitez) e Perotti (Trobbiani). Téc: Silvio Marzolini




2/7/1982, Est. Sarriá, Barcelona - Copa do Mundo: Brasil 3 x 1 Argentina
Gols: Zico (11'1T), Serginho (21'2T), Júnior (30'2T) e Ramón Díaz (44'2T)
Brasil: Brasil: Valdir Peres; Leandro (Edevaldo), Oscar, Luisinho e Júnior; Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico (Batista); Serginho e Éder. Téc: Telê Santana
Argentina: Fillol; Olguin, Galván, Passarella e Tarantini; Ardiles, Barbas e Maradona; Bertoni (Santamaria), Mario Kempes e Calderón (Ramón Díaz). Téc: César Luís Menotti




12/8/1989, Maracanã, Rio de Janeiro - Copa América: Brasil 2 x 0 Argentina
Gols: Bebeto (3'2T) e Romário (10'2T)
Brasil: Taffarel; Aldair, Mauro Galvão e Ricardo Gomes; Mazinho e Branco; Dunga, Silas (Alemão) e Valdo; Bebeto e Romário (Renato Gaúcho) Téc: Sebastião Lazaroni
Argentina: Pumpido; Clausen, Ruggeri, Brown e Sensini; Batista, Basualdo e Maradona; Burruchaga, Troglio e Calderón. Téc: Carlos Bilardo



24/6/1990, Est. Delle Alpi, Turim - Copa do Mundo: Brasil 0 x 1 Argentina
Gols: Caniggia (35'2T)
Brasil: Taffarel; Mauro Galvão (Renato Gaúcho), Ricardo Gomes e Ricardo Rocha; Jorginho e Branco; Alemão, Dunga, Silas e Valdo; Müller e Careca. Téc: Sebastião Lazaroni
Argentina: Goycochea; Olarticoechea, Simon, Ruggeri e Monzon; Giusti, Basualdo e Maradona; Burruchaga, Caniggia e Troglio (Calderón). Téc: Carlos Bilardo


Maradona com a camisa da Seleção Brasileira após o jogo pela Copa de 90


18/2/1993, Est. Monumental de Nuñez, Buenos Aires - Amistoso: Brasil 1 x 1 Argentina
Gols: Mancuso (16'1T) e Luís Henrique (15'2T)
Brasil: Taffarel; Cafu, Célio Silva, Ricardo Gomes e Branco; Mauro Silva, Luís Henrique (Dunga), Raí e Valdo; Bebeto e Careca (Muller). Téc: Carlos Alberto Parreira
Argentina: Islas; Basualdo, Sergio Vázquez, Ruggeri e Ricardo Altamirano; Diego Simeone, Mancuso, Darío Franco (Gustavo Zapata) e Maradona; Claudio Caniggia (Alberto Acosta) e Gabriel Batistuta. Téc: Alfio Basile


27/3/1993, Morumbi, São Paulo - Amistoso: São Paulo 2 x 0 Sevilla
Gols: Raí (31'1T) e (37'2T)
São Paulo: Zetti; Vitor, Adílson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Dinho, Pintado, Raí e Palhinha; Cafu e Catê. Téc: Telê Santana
Sevilla: Unzué; Martagón, Diego, Marcos e Jimenéz; Del Campo, Simeone, Rafa Paz, Conte Crespo e Maradona;  e Bango. Téc: Carlos Bilardo



Além destes confrontos diretos, Maradona ainda atuou em solo brasileiro nas partidas da Seleção Argentina na Copa América de 1989. Na 1ª fase, foram quatro partidas no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. Em 2 de julho, vitória de 1 x 0 sobre o Chile, dois dias depois empate em 0 x 0 com o Equador. Em 8 de julho, vitória por 1 x 0 sobre o Uruguai. E em 10 de julho, empate em 0 x 0 com a Bolívia. Apesar da campanha irregular, a Argentina terminou líder do grupo.

O Quadrangular Final foi todo no Maracanã. Em 12 de julho, a derrota por 2 x 0 para o Brasil. Em 14 de julho, derrota por 2 x 0 para o Uruguai. Já sem chances de título, Maradona foi poupado no último jogo, em 14 de julho, um empate sem gols contra o Paraguai. Uma campanha bastante mediana, sem Maradona ter mostrado todo seu brilhantismo. Naquela Copa América, jogou 6 jogos, quatro no Serra Dourada e dois no Maracanã, sem fazer nenhum gol.

Mas houve momentos em que toda a genialidade individual do argentino se fez presente. Na primeira fase,em Goiânia, um sensacional drible de corpo, sem tocar na bola, sobre o marcador argentino. E na fase final, no Maracanã, um momento de epopeia, que por muito pouco não entra para a história. Sempre se comentou sobre o chute de Pelé do meio de campo, na estreia na Copa de 1970, que encobre o goleiro da Tchecoslováquia e passa rente à trave, num quase-gol antológico. Pois no Rio de Janeiro, Maradona fez o mesmo diante do Uruguai. Ao perceber o goleiro adiantado, ele chuta do meio de campo, acertando o travessão.

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