Para contar esta história, é necessário dividi-la em alguns períodos distintos, claramente demarcados. Nos Anos 1910 e 1920, a presença era massivamente de europeus, com alguns uruguaios. Nos Anos 1930 e 1940, a presença foi massivamente de uruguaios. Nos Anos 1950, o cenário esteve mais diversificado, teve húngaro, paraguaio, argentino e uruguaio. Após a Seleção Brasileira ter sido campeã das Copas do Mundo de 1958 e 1962, a escolha de estrangeiros diminuiu bastante, e ficou restringida a ex-jogadores que tinham atuado no Brasil. Após o tri-campeonato da Copa do Mundo em 1970, a presença ficou ainda mais rara, e sempre restrita a ex-jogadores. Esta foi a tônica nos Anos 1970, 1980 e 1990. Algumas poucas tentativas com estrangeiros foram feitas nos Anos 2000. A tendência só mudou drasticamente após a humilhante derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014, a partir da qual se intensificou a busca por renovação tática, com a escolha de diversos estrangeiros.
Para falar da história de treinadores estrangeiros no futebol brasileiro há que se começar pelo Fluminense. No nascimento do futebol do Rio de Janeiro, então capital federal, o clube era de elite, num esporte que, trazido da Inglaterra, também era de elite. As oligarquias da capital federal mandavam no clube, e até 1928 todos os treinadores que passaram pelas Laranjeiras foram estrangeiros: o inglês Charles Williams, primeiro em 1911 e 1912 (campeão carioca de 1911, foi o primeiro treinador estrangeiro a conquistar um título no Brasil), e depois tendo treinado o Flu de 1924 a 1926; o inglês Quincey Taylor, em 1917 e 1918, o uruguaio Ramon Platero em 1919 (campeão carioca), o dinamarquês Pode Pedersen, de 1920 a 1923, e o húngaro Eugenio Medgyessy em 1927 e 1928. Quando não houve um estrangeiro no comando da equipe - de 1913 a 1916 - ela esteve sob o comando de um "Ground Committeé", uma espécie de colegiado de tomadores de decisão, como era o mais comum no futebol brasileiro em seus primórdios, nos Anos 1910.
Nos Anos 1920, o uruguaio Ramon Platero também foi treinador do Santos em 1920 e em 1922, do Flamengo em 1921, do Vasco de 1922 a 1927 (primeiro treinador da história do clube, onde também foi campeão carioca, após já haver sido pelo Fluminense), além de haver passado pelo Botafogo em 1927 e 1928. O também uruguaio Juan Carlos Bertome passou pelo Santos de 1916 a 1919, pelo Botafogo em 1923 e 1924, e pelo Flamengo de 1925 a 1928. O inglês Charles Williams, após suas passagens pelo Fluminense, também treinou ao Botafogo em 1929 e ao Flamengo em 1930 e 1931. O também inglês e ex-jogador do Fluminense, Harry Welfare, treinou o Vasco por mais de uma década, de 1927 a 1937. Assim como o Fluminense, o clube de São Januário também só teve treinadores estrangeiros nos seus primeiros anos de futebol.
A presença de treinadores europeus havia se manifestado majoritariamente no Fluminense. E se espalhou. O húngaro Eugenio Medgyessy, após passar pelo Fluminense em 1927 e 1928, pelo Atlético Mineiro em 1928-1929, passou pelo Palmeiras (à época ainda Palestra Itália) em 1929, e de novo em Belo Horizonte, esteve a frente do Atlético Mineiro em 1930-1931, voltou ao Fluminense em 1932, e depois trabalhou no São Paulo em 1932-1933. Seu compatriota Emerico Hirschl também passou pelo Palestra em 1929. Depois foi a vez do Botafogo importar um nome da Europa, contratando ao também húngaro Nicolas Ladanyi, que treinou a sua equipe de 1930 a 1933. Alguns anos depois foi a vez do Flamengo ir à Hungria para importar a Izidor "Dori" Kurshner, que trabalhou primeiro na Gávea em 1937 e 1938, e posteriormente no Botafogo, em 1939 e 1940. Outros conterrâneos deles a passarem pelo Brasil foram Franz Gaspar, técnico do Santos em 1937, e Ignac Amsel, que foi técnico do São Paulo em 1939.
De 1934 a 1945, todos os treinadores do Fluminense foram estrangeiros, porém desta vez com dominância total de uruguaios. Em 1934 e 1935 o comando esteve novamente com o inglês Quincey Taylor, que havia treinado o clube em 1917 e 1918. De 1935 a 1945, foi uma década inteira de treinadores importados do Uruguai: Humberto Cabelli em 1935 e 1936, sucedido por seu irmão Héctor Cabelli em 1936; Carlos Carlomagno de 1936 a 1938, sucedido por Ondino Vieira de 1938 a 1943, e por Athuel Velázquez entre 1943 e 1944. Entre 1944 e 1945, Humberto Cabelli, Velázquez e Héctor Cabelli voltaram a comandar o clube. Após uma passagem do brasileiro Gentil Cardoso, Ondino Vieira regressou às Laranjeiras - após passagens pelo Vasco, de 1942 a 1945, e pelo Botafogo em 1947 - para ser o treinador da equipe de 1948 a 1950. Ondino Vieira foi o nome de maior sucesso entre todos estes que passaram pelo futebol do Rio de Janeiro naquela época, ele foi quatro vezes campeão carioca, com o Fluminense em 1938, 1940 e 1941, e com o Vasco da Gama em 1945.
Essa dominância nos Anos 1930 e 1940 de treinadores do Uruguai não se restringiu ao Rio de Janeiro. O Palmeiras teve a Humberto Cabelli em diferentes períodos - 1930, 1932-1933, 1934 e 1935 - teve a Ramon Platero em 1934 e em 1938-1939, a Carlos Viola em 1935, a Ventura Cambón em diferentes períodos - 1935-1936, 1939, 1944, 1945, 1946-1947, 1948, 1949, 1950-1952, 1954 e 1955-1957 - a Conrado Ross em 1946, a Félix Magno em 1948, e a Ondino Vieira em 1953. Dois destes nomes também passaram pelo Atlético Mineiro: Félix Magno em 1946-1947, e Ondino Vieira em 1954. Félix Magno havia sido técnico do Atlético Paranaense de 1952 a 1954, e ainda veio a ser treinador do Internacional em 1966. Pelo Corinthians passou Pedro Mazzulo em 1933-1934, pelo São Paulo Futebol Clube passaram Ramon Platero, em 1940, e Conrado Ross, em 1942-1943. Ricardo Díez passou pelo Grêmio e pelo Internacional em 1942, pelo Santos em 1944, e também treinou ao Atlético Mineiro em 1950-1951, ao Cruzeiro em 1953, e novamente ao Atlético Mineiro em mais três períodos, em 1954-1955, 1958-1959, e em 1960.
Nomes de Portugal também passaram pelo Rio de Janeiro. Ernesto Santos, ex-jogador do Fluminense, treinou ao Vasco em 1946 e ao Flamengo em 1947. Após a Copa do Mundo de 1950, o renomado treinador português Cândido de Oliveira, que havia trabalhado como comentarista de rádio naquele Mundial, teve uma passagem, sem sucesso, como técnico do Flamengo no segundo semestre de 50.
A passagem de treinadores europeus passou a ser bem mais rara. Porém, após algumas décadas sem apostar em treinadores europeus, mais dois húngaros passaram pelo Brasil. Laszlo Szekely foi contratado pelo Grêmio em 1954, após passagens pelo Fenerbahce e o Galatasaray, no futebol turco. E o São Paulo teve entre 1957 e 1958 a Béla Guttmann como seu treinador, um técnico que havia passado pelo Quilmes, da Argentina, em 1953, pelo Milan, da Itália, de 1953 a 1955, e pelo Honved, da Hungria, na temporada 1956-57. Sua passagem pelo futebol brasileiro foi marcante, tendo ele sido campeão paulista de 1957.
Mas a predominância era mesmo de técnicos estrangeiros da América do Sul. Nos Anos 1950, quem teve passagem marcante pelo Flamengo foi o paraguaio Manuel Fleitas Solich, que assumiu o clube após conquistar o Campeonato Sul-Americano de 1953 com a Seleção do Paraguai e marcou uma época no clube, onde esteve por quase uma década inteira, de 1953 a 1962, com um intervalo de um ano, na temporada 1959-60, no Campeonato Espanhol, quando foi o treinador do Real Madrid. Solich foi campeão carioca em 1953, 1954 e 1955, e campeão do Rio-São Paulo em 1961. Ele ainda teve passagens, sem nunca ter repetido o mesmo sucesso, por: Corinthians (1962-1963), Fluminense (1963), Palmeiras (1966), Atlético Mineiro (1967-1968), Bahia (1970-1971), e novamente pelo Flamengo em 1971. No início de 1958, ele chegou a ser cogitado pela CBD para assumir a Seleção Brasileira, o que acabou não acontecendo, tendo o escolhido sido Vicente Feola.
O argentino e ex-jogador do Flamengo, Carlos Volante, foi treinador do Internacional de 1946 a 1948, e fez carreira em Salvador, tendo treinado ao Vitória de 1953 a 1955, e ao Bahia em 1959 e em 1960, com quem se sagrou campeão da primeira edição da Taça Brasil, em 1959. Outros nomes importados da Argentina foram Joseph Tiger, que treinou ao Corinthians em 1944, Gregório Suárez, que treinou ao Atlético Mineiro também em 1944, e Jim López, que treinou ao Palmeiras em 1950, ao São Paulo em 1953-1954 e depois em 1965, e ao Corinthians em 1960. Mas o nome de maior destaque entre os argentinos, no entanto, foi Filpo Núñez. Ele treinou ao Cruzeiro em 1955, ao Guarani em 1956, ao Atlético Paranaense em 1957, passou por América de Rio Preto, Portuguesa Santista e Jabaquara, e chegou ao Vasco da Gama em 1960. Seu grande sucesso, no entanto, foi no Palmeiras, onde teve três passagens, em 1964-1965, em 1968-1969, e em 1978-1979, tendo em 1965 sido campeão do Torneio Rio-São Paulo, e tendo montado o time que veio a ser chamado de Academia do Futebol. Ele foi ainda treinador do Corinthians em 1966, do Coritiba em 1969, e esteve novamente no Cruzeiro em 1970 e no Corinthians em 1976, entre diversas passagens por equipes do interior de São Paulo.
O Fluminense voltou a ter treinadores estrangeiros nos Anos 1960, primeiro com o paraguaio Fleitas Solich, ex-técnico do Flamengo, e depois com o argentino Alfredo González em 1967. Ex-jogador de Flamengo, Vasco e Botafogo, González ficou erradicado no Brasil após o fim de sua carreira, ele já havia treinado ao Internacional em 1950, ao Grêmio em 1951 e se destacou como técnico do Bangu, campeão carioca em 1966 (ele ainda comandaria ao Palmeiras em 1968). Após ele, encerrou-se a tradição de treinadores estrangeiros no Fluminense por muitas e muitas décadas.
Depois que o Brasil conquistou as Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970, diminuiu muito o apelo por técnicos estrangeiros no futebol do país. Entre os poucos casos que existiram, a marca maior era de ex-jogadores estrangeiros erradicados no país que vinham a ser técnicos de equipes brasileiras. Foi o que aconteceu com os argentinos Abel Picabéa, ex-jogador do São Cristóvão, e técnico do Santos em 1946 e 1947, do Palmeiras em 1952 e do Vasco em 1960 e 1961, e com Armando Renganeschi, ex-jogador do Fluminense, que foi o técnico do São Paulo em 1958 e 1959, do Flamengo de 1965 a 1967 (campeão carioca de 65), do Botafogo em 1967, do Coritiba em 1974-1975, e do Corinthians em 1978, entre passagens por diversos outros clubes do Brasil. Também aconteceu na Gávea com o paraguaio Modesto Bria, ex-jogador do próprio Flamengo e parte da comissão técnica permanente do clube, ele assumiu como treinador da equipe três vezes, em 1959-60, 1971 e 1981. Caso similar aos do argentino Ramos Delgado, ex-jogador que treinou ao Santos em 1977-1978, e do uruguaio Wálter Olivera, ex-zagueiro atleticano que treinou ao Atlético Mineiro em 1985.
Mas quem mais se destacou entre os ex-jogadores erradicados no país foi o argentino Jose Poy, ex-goleiro do São Paulo, onde defendeu as redes de 1948 a 1962, ele teve grande destaque como treinador no próprio São Paulo, onde trabalhou em cindo diferentes oportunidades: em 1964-1965, em 1971, em 1972, de 1973 a 1976, e na última delas em 1982 e 1983. Em seu melhor trabalho, sagrou-se campeão paulista de 1975.
Outros ex-jogadores erradicados com passagem pelo futebol brasileiro a terem assumido como treinadores de clubes do Brasil: o uruguaio Pedro Rocha treinou ao Internacional em 1996, o chileno Elias Figueroa também treinou ao Internacional em 1996, o uruguaio Hugo De León, ex-zagueiro do Grêmio, trabalhou como técnico no Fluminense em 1997 e no Grêmio em 2005; o também uruguaio e ex-zagueiro sãopaulino Dario Pereyra trabalhou em: São Paulo (1997-1998), Coritiba (1998), Atlético Mineiro (1999), Guarani (2000), Corinthians (2000), Paysandu (2003) e Grêmio (2003). O chileno e ex-goleiro sãopaulino Roberto Rojas assumiu ao São Paulo em 2003.
Foram pouquíssimos os casos que fugiram a esta regra, tendo entre os Anos 1960 e os Anos 2000 sido raros os casos de treinadores estrangeiros efetivamente oriundos de outros mercados do exterior. Aconteceu no Corinthians em 2005, quando o argentino Daniel Passarela, ex-treinador do River Plate, foi contratado. Não deu certo, tendo a passagem durado apenas 15 jogos até sua demissão. Em 2010 foi a vez do Internacional tentar mudar a rotina, contratando ao uruguaio Jorge Fossati, que treinou o clube de janeiro a maio de 2010. Apesar do bom desempenho de sua equipe, já que em 33 jogos teve um aproveitamento de 60,6%, com 18 vitórias, 6 empates e 9 derrotas, acumulou problemas de relacionamento com a imprensa gaúcha, e não resistiu a um mau início nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro.
Quem foi mais inovador em mudar esta rotina foi o Athlético Paranaense. A primeira escolha ousada foi com a contratação do alemão Lothar Matthaus em 2006. Apresentado em 31 de janeiro daquele ano, a passagem durou apenas 2 meses, encerrando-se invicta, após 8 jogos pelo Campeonato Paranaense, com 6 vitórias e 2 empates. Alegando motivos familiares, o alemão rompeu contrato e regressou à Alemanha.
Em 2012, o Athlético Paranaense voltou a buscar inovar, contratando ao uruguaio Juan Ramon Carrasco. Ex-jogador do São Paulo, onde atuou em 1990 ao lado de seu compatriota Diego Aguirre, Carrasco chegava ao clube após ter treinado ao River Plate de 2006 a 2010. Em Curitiba, ele treinou ao clube de janeiro a 12 de junho de 2012, ao longo do Campeonato Paranaense e da Série B do Campeonato Brasileiro, foram 36 jogos, com 22 vitórias, 7 derrotas e 7 empates, um aproveitamento de 67,6%. Em 2014 o clube repetiu a aposta, desta vez com o espanhol Miguel Ángel Portugal, ex-técnico do Real Madrid Castilla e do Racing Santander, na Espanha, e do Bolivar, da Bolívia, e contratado pelo Athlético Paranaense, onde esteve de janeiro a maio de 2014, quando o treinador pediu demissão. Em 13 jogos, ele obteve 5 vitórias, 2 empates e 6 derrotas.
A ordem das coisas mudaria após a Copa do Mundo de 2014 e a humilhante derrota de 7 a 1 para a Alemanha. Buscando se reinventar em seus conceitos táticos, o futebol brasileiro voltou a recorrer com uma frequência muito maior a nomes estrangeiros para treinar suas equipes. Mas as primeiras apostas não deram muito certo. No Campeonato Brasileiro de 2014, o Palmeiras apostou na contratação do argentino Ricardo Gareca, mas a sua passagem foi curta, durou apenas 13 jogos, com 4 vitórias, 1 empate e 8 derrotas, sendo demitido quando o clube ocupava a 16ª colocação na tabela, na Zona de Rebaixamento, tendo sua passagem durado de junho a agosto de 2014.
As apostas em estrangeiros se mantiveram em 2015. A passagem mais vitoriosa de um estrangeiro neste período foi a do colombiano Juan Carlos Osório, que treinou ao São Paulo de maio a setembro de 2015, quando pediu demissão para assumir à Seleção do México. Foram 28 jogos, com 12 vitórias, 7 empates e 9 derrotas, com o time sãopaulino na 5ª colocação do Brasileirão. Naquele mesmo ano, o português Sérgio Vieira foi uma experiência como treinador do time sub-23 do Athlético Paranaense, tendo tido uma breve passagem como interino a frente da equipe do paranaense em 2015.
Um estrangeiro com histórico de ex-jogador com passagem pelo futebol brasileiro - atuou por Internacional e São Paulo - e que foi treinador no Brasil em diversas oportunidades, foi o uruguaio Diego Aguirre. Após experiências como técnico no Peñarol e no futebol do Qatar, ele treinou ao Internacional de janeiro a agosto de 2015 (campeão gaúcho e semi-finalista da Libertadores), e demitido após 48 jogos, com 24 vitórias, 15 empates e 9 derrotas. Depois treinou ao Atlético Mineiro de dezembro de 2015 a maio de 2016 por 31 jogos, com 16 vitórias, 7 empates e 8 derrotas. Ainda treinou ao São Paulo de março a novembro de 2018, tendo estado a frente do clube por 43 jogos, com 19 vitórias, 15 empates e 9 derrotas. A seguir, voltou a ser o treinador do Internacional de junho a novembro de 2021, tendo nesta passagem tido 11 vitórias, 12 empates e 12 derrotas, sido a pior de suas passagens até então pelo futebol brasileiro.
Mais outras duas apostas em 2016. O argentino Edgardo Bauza, trocou o San Lorenzo pelo São Paulo, onde esteve de janeiro a julho de 2016, tendo comandado a equipe por 47 jogos, com 17 vitórias, 13 empates e 17 derrotas, demitido com o clube em 10º lugar no Brasileirão. Após deixar o Brasil, foi técnico das seleções da Argentina, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Já a passagem do português Paulo Bento pelo Cruzeiro foi bem mais curta. O ex-técnico do Sporting e da Seleção de Portugal, comandou o clube mineiro de maio a julho de 2016, sendo demitido após apenas 17 jogos disputados, com 6 vitórias, 3 empates e 8 derrotas, e deixando o time mineiro na Zona de Rebaixamento do Campeonato Brasileiro, na 19ª colocação.
Os primeiros fracassos levaram à redução nas apostas em treinadores estrangeiros. Mas em 2017 foi o Flamengo quem decidiu fazer esta aposta, contratando ao treinador colombiano Reinaldo Rueda, ex-Atlético Nacional de Medellín, da Colômbia, com quem se sagrou campeão da Libertadores de 2016. Ele ficou no Flamengo de agosto a dezembro de 2017, tendo deixado o clube para aceitar uma proposta para ser o técnico da Seleção do Chile. A frente do clube, foram 31 jogos, com 13 vitórias, 10 empates e 8 derrotas.
Mas seria também no Flamengo que se daria o marco de transformação definitiva da presença de treinadores estrangeiros no futebol brasileiro, com a chegada do português Jorge Jesus em 2019, treinador então tri-campeão português pelo Benfica nas temporadas 2009-10, 2013-14 e 2014-15. Ele treinou ao Flamengo de junho de 2019 a julho de 2020, sagrando-se campeão brasileiro de 2019, campeão da Libertadores de 2019, e campeão carioca de 2020. Após 58 partidas a frente do clube, nas quais sofreu, incrivelmente, apenas 4 derrotas, tendo obtido 44 vitórias e 10 empates, ele aceitou proposta do Benfica e regressou para Portugal. O "efeito Jorge Jesus" foi imediato, e provocou uma corrida por soluções estrangeiras para o futebol brasileiro. Mas muitas delas continuaram não dando certo: Dudamel durou 10 jogos no Atlético Mineiro, Jesualdo Ferreira dirigiu o Santos por 14 jogos, Ramón Díaz nem assumiu o Botafogo e sua comissão resistiu só 3 rodadas do Brasileiro, Sá Pinto ficou 15 jogos no Vasco, Domenec Torrent ficou 26 no Flamengo, e Holan só 12 partidas no Santos.
Mas muitos deram bastante certo também. Inclusive no próprio ano de sucesso de Jorge Jesus, 2019, quando o time que ficou com o vice-campeonato brasileiro, o Santos, também era treinado por um estrangeiro, o argentino Jorge Sampaoli. Ele chegou ao Brasil com um curriculum de respeito: foi campeão da Copa Sul-Americana de 2011 com a Universidade de Chile, campeão da Copa América de 2015 com a Seleção do Chile, foi 4º lugar do Campeonato Espanhol de 2016/17 com o Sevilla, e foi o treinador da Seleção da Argentina na Copa do Mundo de 2018. No Brasil, trabalhou primeiro no Santos, de janeiro a dezembro de 2019, quando pediu demissão por atrasos do pagamento de seu salário, ele foi o técnico do Santos em 65 jogos, com 35 vitórias, 15 empates e 15 derrotas, aproveitamento de 61,5%. Depois treinou ao Atlético Mineiro, de março de 2020 a fevereiro de 2021, comandando o clube em 45 jogos, com 26 vitórias, 9 empates e 10 derrotas, aproveitamento de 64,4%. Ele deixou o Atlético quando recebeu uma proposta para ser o treinador do Olimpique de Marselha, na França. Em 2023, Sampaoli ainda viria a ter uma fracassada passagem pelo Flamengo, que durou apenas 5 meses, tendo em em 39 jogos, foram 20 vitórias, 11 empates e 8 derrotas, um aproveitamento razóavel de 60,7%.
Com o sucesso dos trabalhos de Jorge Jesus e Jorge Sampaoli em 2019, multiplicaram-se as apostas na contratação de treinadores estrangeiros. Na temporada 2020, além dos dois, que continuavam no futebol brasileiro, vários técnicos estrangeiros passaram pelo Brasil. A passagem do venezuelano Rafael Dudamel pelo Atlético Mineiro durou menos de 2 meses, entre janeiro e fevereiro de 2020, foram 10 jogos no Campeonato Mineiro, com 4 vitórias, 4 empates e 2 derrotas. Buscando repetir o sucesso do Flamengo com Jorge Jesus, o Santos contratou o experiente português Jesualdo Ferreira que, assim como Jorge Jesus, também era tri-campeão português como treinador, só que com o Porto, nas temporadas 2006-07, 2007-08 e 2008-09. Ele foi o técnico do Santos de janeiro a agosto de 2020, período com uma longa paralisação por causa da pandemia do coronavírus, sendo assim sua passagem foi de apenas 14 jogos, com 6 vitórias, 4 empates e 4 derrotas. O Vasco também apostou num treinador português, contratando a Ricardo Sá Pinto, ex-treinador do Braga, que treinou ao clube cruzmaltino de outubro a dezembro de 2020, em 15 jogos, foram 3 vitórias, 6 empates e 6 derrotas. E o Botafogo também fez uma aposta num estrangeiro, tendo tido a passagem do argentino Ramón Díaz, que foi curtíssima, tendo durado apenas 22 dias, de 5 a 27 de novembro de 2020. Díaz que em 2023 regressaria ao Brasil para treinar ao Vasco, onde teve um desempenho melhor.
Quando Jorge Jesus trocou o Flamengo pelo Benfica, a escolha do clube para substituir ao treinador recaiu sobre o espanhol Domenec Torrent, que havia sido auxiliar técnico de Pep Guardiola no Barcelona, no Bayern Munique e no Manchester City, e que havia sido treinador do New York, nos Estados Unidos. Ele foi o técnico do Flamengo de agosto a novembro de 2020, ficando a frente do clube por 26 jogos, com 15 vitórias, 5 empates e 6 derrotas, tendo sido demitido com o clube estando na 3ª colocação do Brasileirão. Não foi um caso de sucesso, mas esteve longe de ser um fracasso comparável aos de Dudamel, Jesualdo, Sá Pinto e Ramón Díaz.
Apesar destes fracassos, também houve casos de sucesso. E o principal deles também foi o de um português, Abel Ferreira, que foi com o Palmeiras Bi-campeão da Copa Libertadores de 2020 e 2021, Bi-campeão Brasileiro de 2022 e 2023, Campeão da Copa do Brasil de 2020, e Tri-campeão Paulista de 2022, 2023 e 2024. E ele chegou ao clube ao ter sido escolhido justamente por ter eliminado, como técnico do Paok, da Grécia, ao Benfica treinado por Jorge Jesus, na Liga dos Campeões da UEFA em 2020. Sem dúvidas, marcou uma época no futebol brasileiro!
Abel Ferreira chegou ao Palmeiras no 2º turno do Brasileirão de 2020, campeonato no qual os três clubes que disputavam a liderança no 1º turno eram treinados por estrangeiros: o Atlético Mineiro de Jorge Sampaoli, o Flamengo de Domenec Torrent, e o Internacional de Eduardo Coudet. O argentino Coudet, ex-técnico do Racing, foi outro caso de sucesso, ele treinou ao Internacional de janeiro a novembro de 2020, estando a frente em 46 jogos, com 24 vitórias, 13 empates e 9 derrotas, tendo excelente desempenho, só deixando o clube por ter aceitado uma proposta para ser o técnico do Celta de Vigo, na Espanha.
Em 2021, as apostas em estrangeiros foram mantidas. Foram vários os casos de fracasso. Fracassou a opção do Santos pela contratação do argentino Ariel Holan, ex-treinador do Independiente, que treinou o time santista por menos de dois meses inteiros, entre fevereiro a abril de 2021, em 12 jogos, com 4 vitórias, 3 empates e 5 derrotas. Assim como fracassou o jovem treinador espanhol Miguel Ángel Ramírez, que assumiu ao Internacional em janeiro de 2021 quando tinha tão só 36 anos, após passagem de sucesso pelo Independiente Del Valle, do Equador, onde foi campeão da Copa Sul-Americana de 2019. A passagem também foi curta e durou pouco mais de três meses, tendo disputado 21 jogos, nos quais obteve 10 vitórias, 4 empates e 7 derrotas. Outro jovem, mas que durou um pouco mais, foi o português Antonio Oliveira, que assumiu o Athlético Paranaense aos 38 anos. Ele chegou ao Brasil na comissão técnica de Jesualdo, no Santos, e após uma passagem pelas divisões de base do clube de Curitiba, assumiu à equipe paranaense. A frente da equipe em 40 jogos, durante 7 meses, obteve 21 vitórias, 7 empates e 12 derrotas, e levou a equipe à semi-final da Copa Sul-Americana. Viria a passar por outros clubes brasileiros posteriormente: Cuiabá em 2022, Coritiba em 2022 e 2023, e novamente Cuiabá em 2023.
Entre aqueles que ficaram no meio do caminho entre o sucesso e o fracasso está o trabalho do argentino Hernán Crespo, que assumiu ao São Paulo após ter sido campeão da Copa Sul-Americana de 2020 com o Defensa y Justicia, da Argentina. Ele assumiu ao São Paulo em fevereiro de 2021 e ficou no cargo até outubro. Nestes 9 meses de trabalho, obteve sucesso ao conseguir acabar com o jejum de títulos tricolor, sendo campeão paulista de 2021, mas fracassou no Campeonato Brasileiro, demitido após a 25ª rodada com o clube na 13ª colocação na tabela. Sua passagem totalizou 53 partidas, com 24 vitórias, 19 empates e 10 derrotas.
Entretanto, a lista de fracassos retumbantes entre 2020 e 2022 cresceu mais que a de sucessos. Foram muitos os insucessos. O argentino Diego Dabove assumiu como técnico do Bahia em agosto de 2021, pouco depois de haver deixado ao San Lorenzo, e ficou só 45 dias no cargo, demitido após apenas 6 jogos, com 1 vitória, 2 empates e 3 derrotas. O paraguaio Gustavo Florentín assumiu como técnico do Sport Recife no início de setembro de 2021. O treinador havia passado nos 5 anos anteriores por 7 diferentes clubes, tendo entre 2016 e 2021 trabalhado por Cerro Porteño, Deportivo Capiatá, Sportivo Luqueño, Guarani e Sol de América, todos do Paraguai, além de Huachipato, do Chile, e The Strongest, da Bolívia, sem ter conquistado títulos em nenhum deles. Ele foi rebaixado à Série B ao fim do Brasileirão 2021, e após ser eliminado logo na 1ª fase da Copa do Brasil de 2022, acabou demitido. Ficou a frente do clube por 33 partidas, com 10 vitórias, 9 empates e 14 derrotas.
Ainda assim, a aposta em treinadores estrangeiros se tornou uma "febre". No início de 2022, eram 9 os técnicos estrangeiros em times da Série A: os portugueses Abel Ferreira, no Palmeiras, Vítor Pereira, no Corinthians, Paulo Sousa, no Flamengo, e Luís Castro, no Botafogo; os argentinos Antonio "El Turco" Mohamed, no Atlético Mineiro, Juan Pablo Vojvoda, no Fortaleza, e Fabián Bustos, no Santos; o uruguaio Alexander Medina, no Internacional, e o paraguaio Gustavo Morínigo, no Coritiba. E logo no início, ainda houve um 10º, com o português Antonio Oliveira assumindo o Cuiabá. Na Série B ainda estava o uruguaio Paulo Pezzolano, no Cruzeiro.
O primeiro a cair foi o uruguaio Alexander Medina, no Internacional. O Inter apostou em sua contratação após ele ter classificado o Talleres, da Argentina, para a Libertadores 2022. Em Porto Alegre, fez uma má campanha no Campeonato Gaúcho 2022, disputou só 1 rodada do Brasileirão, e foi demitido após uma empate por 1 x 1 em casa contra o Guaireña, do Paraguai, na estreia na Copa Sul-Americana. Treinou ao Internacional por 17 partidas, com 6 vitórias, 6 empates e 5 derrotas.
Na sequência foi demitido o português Paulo Sousa, no Flamengo, tendo comandado a equipe por cinco meses, de janeiro ao começo de junho de 2022; foram 32 jogos, com 19 vitórias, 7 empates e 6 derrotas, deixando o clube em 14º colocado ao fim da 10ª rodada. Também fracassou o argentino Fabián Bustos, no Santos, onde esteve do início de março ao início de julho, e em quatro meses disputou 28 jogos, com 8 vitórias, 12 empates e 9 derrotas. O estopim para sua demissão foi a eliminação para o Deportivo Táchira, da Venezuela, na Copa Sul-Americana.
A demissão seguinte foi a do argentino Antonio "El Turco" Mohamed, no Atlético Mineiro. Contratado após passagem pelo Monterrey, do México, ele treinou ao Galo por 45 jogos, com 27 vitórias, 13 empates e apenas 5 derrotas (um incrível aproveitamento de 70%, o maior de toda a sua carreira de treinador). Campeão Mineiro de 2022, não resistiu à eliminação para o Flamengo pelas oitavas de final da Copa do Brasil e por estar em 3º lugar após 18 rodadas do Brasileirão, atrás de Palmeiras e Corinthians, quando a expectativa perante o investimento realizado era de estar melhor colocado.
Uma passagem duradoura foi a do paraguaio Gustavo Morínigo, que trocou o Libertad, do Paraguai, pelo Coritiba em janeiro de 2021, e ficou no clube até agosto de 2022. Foi o treinador da equipe por 99 partidas, com 43 vitórias, 22 empates e 34 derrotas. Levou o clube de volta à Série A após obter um 3º lugar na Série B de 2021, e foi Capeão Paranaense de 2022.
A temporada 2023 se iniciou no mesmo ritmo. Nada menos dos que 10 treinadores estrangeiros, sendo que 7 portugueses. Os sete eram: Abel Ferreira, no Palmeiras, Vítor Pereira, agora no Flamengo, Luís Castro, no Botafogo, Antônio Oliveira, agora no Coritiba, Renato Paiva, no Bahia, Pedro Caixinha, no Red Bull Bragantino, e Ivo Vieira, no Cuiabá. Os dois argentinos eram Eduardo Coudet, de volta ao Brasil, agora no Atlético Mineiro, e Juan Pablo Vojvoda, no Fortaleza. O décimo era o uruguaio Paulo Pazzolano, no Cruzeiro.
Tendo ficado de fora da final do Campeonato Mineiro 2023, caindo na semi-final para o América, o uruguaio Paulo Pezzolano deixou o Cruzeiro em comum acordo. O jovem treinador, de 39 anos, ficou no clube de janeiro de 2022 a março de 2023, foi Campeão da Série B de 2022, e fez um total de 76 partidas a frente do clube, com 38 vitórias, 21 empates e 17 derrotas. Foi substituído por outro estrangeiro, o jovem português Pepa.
Quando se iniciou o Campeonato Brasileiro 2023, ainda eram 10 os treinadores estrangeiros na Série A, a metade dos participantes. E ainda sob o "Efeito Jorge Jesus", pois eram nada menos do que 8 portugueses e 2 argentinos. Os técnicos nascidos em Portugal eram: Abel Ferreira no Palmeiras, Vítor Pereira no Flamengo, Luís Castro no Botafogo, Pepa no Cruzeiro, Antônio Oliveira no Coritiba, Renato Paiva, no Bahia, Pedro Caixinha, no Red Bull Bragantino, e Ivo Vieira, no Cuiabá. Da Argentina: Coudet no Atlético Mineiro, e Vojvoda no Fortaleza. Ao final do 1º turno, após chegadas e partidas, a presença se ampliou ainda mais, e em 13 dos 20 clubes o treinador era estrangeiro, sendo 7 portugueses (Abel Ferreira no Palmeiras, Bruno Lage no Botafogo, Pepa no Cruzeiro, Pedro Caixinha no Red Bull Bragantino, Renato Paiva no Bahia, Antônio Oliveira no Cuiabá, e Armando Evangelista no Goiás), 5 argentinos (Jorge Sampaoli no Flamengo, Eduardo Coudet no Internacional, Juan Pablo Vojvoda do Fortaleza, Ramon Diaz no Vasco, e Ruben Bustos no América Mineiro), e 1 uruguaio (Diego Aguirre no Santos).
O português Renato Paiva treinou ao Bahia de janeiro a setembro de 2023. Chegou ao clube após passar por Independiente Del Valle, do Equador, e Leon, do México. Em 8 meses de trabalho, disputou 51 partidas, com 20 vitórias, 15 empates e 16 derrotas, um aproveitamento de 49%. Foi demitido com o clube estando na 16ª colocação do Brasileirão 2023. Outro nome a haver fracassado. Assim como foi seu conterrâneo Vítor Pereira, que comandou ao Corinthians de março a dezembro de 2022, com um desempenho em 64 jogos de 26 vitórias, 21 empates e 17 derrotas, um aproveitamento de 51,6%, e um vice-campeonato da Copa do Brasil. Com muita polêmica, ao fim da temporada trocou o clube paulista pelo Flamengo, onde esteve até abril de 2023 e fracassou sonoramente, tendo em 47 jogos obtido 23 vitórias, 11 empates e 13 derrotas, um aproveitamento de 59,3%.
Depois de Jesus e Abel, o trabalho mais expressivo de um técnico português foi feito por Luís Castro no Botafogo, ainda que após um primeiro ano turbulento. Com passagens como treinador no futebol potuguês por Penafiel, Porto, Rio Ave, Chaves e Vitória de Guimarães, entre 2019 e 2021 treinou ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, onde conquistou seu único título na carreira, campeão ucraiano. Ele iniciou seu trabalho no fim de março de 2022, tendo resistido no cargo apesar de um longo período lutando para fugir da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2022, e de não ter obtido classificação à semi-final no Campeonato Carioca de 2023. Mantido, veio a dar resultado quando colocou o Botafogo na liderança do Brasileiro de 2023 com larga vantagem até a 12ª rodada. No fim de junho de 2023, Castro comunicou sua saída, aceitando a oferta feita pelo Al Nassr, da Arábia Saudita. Em 79 jogos obteve 42 vitórias, 14 empates e 23 derrotas, com um aproveitamento de 59,1%.
O substituto de Luís Castro foi outro português, Bruno Lage. Campeão português com o Benfica na temporada 2018/19, ele foi treinador do Wolverhampton, da Inglaterra, na 1ª Divisão da Premier League na temporada 2021/22, quando o clube terminou em 10º lugar naquele que era o principal campeonato do mundo naquele momento. Na sua curta passagem pelo Botafogo não conseguiu manter o ritmo de seu antecessor, ainda que quando tenha sido demitido ainda estivesse em 1º lugar, mas com a vantagem na ponta da tabela tendo caído bastante. A sua curta passagem durou de 7 de julho a 3 de outubro de 2023, tendo em 16 jogos obtido 5 vitórias, 7 empates e 4 derrotas, aproveitamento de 45,8%. Mais um retumbante caso de fracasso de um treinador estrangeiro.
Depois de Jorge Jesus e Abel Ferreira, o grande caso de sucesso de um treinador estrangeiro no futebol brasileiro, sem dúvidas, foi do argentino Juan Pablo Vojvoda. O jovem treinador tinha apenas 46 anos e tinha tido uma boa passagem pelo Unión La Calera, do Chile, quando assumiu ao Fortaleza em maio de 2021. Seu início foi espetacular, mantendo o tricolor cearense no Top 4 da Série A do Brasileirão durante o campeonato praticamente inteiro. Era só o começo de uma história espetacular: tri-campeão cearense de 2021, 2022 e 2023, duas vezes campeão da Copa do Nordeste em 2022 e 2024, no Brasileiro de 2021 terminou em 4º lugar, obtendo uma inédita classificação do clube para a Copa Libertadores da América de 2022, quando eliminou a Colo Colo e Alianza Lima e avançou às oitavas de final, quando acabou eliminado pelo Estudiantes, da Argentina. No Brasileiro de 2022 fez um péssimo 1º turno, mas se recuperou e terminou em 8º lugar, indo novamente à Libertadores em 2023, mas não conseguindo avançar à Fase de Grupos, eliminado pelo Cerro Porteño, do Paraguai. No Brasileiro de 2023 voltou a fazer uma boa campanha, mas foi na Copa Sul-Americana de 2023 que conquistou seu grande triunfo. Terminou a 1ª Fase na liderança de seu grupo, a frente do San Lorenzo, da Argentina, passou por Libertad, do Paraguai, e América Mineiro para ir à semi-final diante do Corinthians. Após um empate por 1 a 1 em São Paulo e uma vitória por 2 a 0 no Ceará, classificou-se para fazer a final contra a LDU, do Equador. A final foi em jogo único, disputado em Maldonado, no Uruguai.
O Campeonato Brasileiro de 2024 se iniciou com 8 estrangeiros a frente de clubes brasileiros, sendo 4 portugueses e 4 argentinos. Eram eles: Abel Ferreira no Palmeiras, Antonio Oliveira no Corinthians, Artur Jorge no Botafogo, e Pedro Caixinha no Red Bull Bragantino; mais Juan Pablo Vojvoda no Fortaleza, Eduardo Coudet no Internacional, Gabriel Milito no Atlético Mineiro, e Ramon Díaz no Vasco.
E entre muitos fracassos que aconteceram, nenhum foi tão relâmpago quando o do português Álvaro Pacheco a frente do Vasco. Durante o 1º turno do Brasileirão de 2024, o clube cruzmaltino demitiu ao argentino Ramón Díaz e o contratou para o seu lugar. O argentino pediu demissão no Vitória de Guimarães e rumou para o Brasil. Ficou a frente do clube apenas por 4 jogos. Logo na estreia foi goleado por 6 a 1 pelo rival Flamengo, depois perdeu como visitante para Palmeiras e Juventude, e empatou sem gols como mandante como Grêmio. Quatro partidas, 3 derrotas e 1 empate, 10 gols sofridos e apenas 1 marcado. E foi tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário