O futebol boliviano teve um desenvolvimento mais tardio na América do Sul, por isto, nos primeiros anos eram raros os jogos entre Brasil e Bolívia no futebol.
A primeira vez que os dois se enfrentaram num campo de futebol foi no jogo válida pela Copa do Mundo de 1930, no Uruguai. A Seleção Brasileira, em função de desacordos políticos internos, não mandou seu time completo para os dois primeiros Mundiais, em 1930 e 1934. Mas mesmo sem sua equipe principal, o Brasil não teve dificuldade para superar o time boliviano naquele encontro, vitória brasileira tranquila, por 4 x 0.
Depois de se enfrentarem em 1930 em Montevidéu, um novo jogo veio a ocorrer só em 1945 no Campeonato Sul-Americano daquele ano. E só a partir daí passou a ser mais comum ver Brasil e Bolívia se enfrentando no futebol. Mas a Seleção Brasileira seguia tendo facilidade. No torneio de 1945, em Santiago, venceu por 2 x 0. No ano seguinte, em Buenos Aires, venceu por 3 x 0. O quarto confronto foi no Sul-Americano de 1949, no Rio de Janeiro, quando houve a maior goleada da história do confronto: Brasil 10 x 1 Bolívia.
Nos anos 1950, mais goleadas, sempre em jogos válidos pelo Sul-Americano. Em 1953, em Lima, o Brasil venceu por 8 x 1. E em 1959, em Buenos Aires, venceu por 4 x 2. Portanto, nos seis primeiros encontros com a Seleção Boliviana, o Brasil venceu os seis jogos, tendo marcado 31 gols, média superior a cinco gols por partida, e tendo sofrido apenas 4 gols.
Nos anos 1960, houve um rompimento entre a Confederação Brasileira e a Confederação Sul-Americana, com o Brasil tendo enviado uma seleção completamente desconfigurada ao Sul-Americano de 63, e depois sequer tendo participado do torneio em 1967.
O único confronto entre as duas seleções neste período aconteceu no campeonato de 1963, jogado exatamente na Bolívia, na cidade de Cochabamba. E na primeira vez que as duas camisas duelaram em solo boliviano, a Seleção Brasileira sofreu sua primeira derrota para o adversário, perdendo a partida por 5 x 4. A Bolívia acabou, inclusive, conquistando o título.
Bolívia, Campeã Sul-Americana de 1963
Nos anos 1970, as únicas vezes nas quais o time canarinho teve dificuldades diante da Bolívia foram nos primeiros confrontos realizados na altitude de La Paz, 3.650 metros acima do nível do mar. Num amistoso em 1973, no Maracanã, a Seleção Brasileira venceu por 5 x 0. Em 77, pelas Eliminatórias, goleou por 8 x 0. E na Copa América de 1979, dois confrontos, com o Brasil perdendo por 2 x 1 em La Paz, e vencendo por 2 x 0 em São Paulo. Além destes quatro confrontos, ainda houve dois duelos entre Seleções Olímpicas, com o Brasil vencendo a ambos, por 2 x 1 e 6 x 0.
Nos anos 1980, houve quatro duelos entre as duas seleções, todos eles válidos por Eliminatórias para a Copa do Mundo. Em 1981, o Brasil voltou a jogar em La Paz, e venceu com dificuldade, num apertado placar de 2 x 1, gols de Sócrates e Reinaldo. Depois, no Maracanã, vitória brasileira por 3 x 1. Quatro anos depois mais dois confrontos, com o Brasil vencendo por 2 x 0 em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
Curiosamente, até então, em 14 duelos entre as duas seleções, nunca havia ocorrido um empate, com 12 vitórias brasileiras e 2 vitórias bolivianas. A primeira vez que as duas seleções empataram foi no segundo duelo pelas Eliminatórias, em 1985, no Morumbi, em São Paulo, o confronto acabou 1 x 1.
Nos anos 1980 ainda houve quatro confrontos entre equipes com restrição de idade (times olímpicos), com três vitórias brasileiras e um empate.
Os duelos entre Brasil e Bolívia tiveram dois momentos históricos nos anos 1990. Em 1993, os bolivianos impuseram a primeira derrota da Seleção Brasileira num jogo válido pelas Eliminatórias. Aquela foi a terceira vez que o selecionado principal canarinho jogou na altitude de La Paz, e sofreu sua segunda derrota (0 x 2), provando o quão difícil era jogar na altitude. Outro duelo histórico aconteceu na final da Copa América de 1997, em Santa Cruz de la Sierra, que o Brasil venceu por 3 x 1, conquistando pela primeira vez em sua história um título sul-americano fora do país (as quatro conquistas até então, 1919, 1922, 1949 e 1989, haviam sido todas em torneios realizados dentro do território nacional).
Nos anos 1990, o time principal brasileiro venceu aos bolivianos em duas outras oportunidades: por 2 x 1 na Copa América de 1991 em Viña del Mar, no Chile, e com um implacável 6 x 0, no Morumbi, pelas Eliminatórias, em 1993 (jogo que é considerado chave para a arrancada brasileira até o título da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos). Ainda houve duas vitórias da seleção olímpica brasileira, por 4 x 1 em 1996 e por 3 x 0 em 1999.
A Bolívia das Eliminatórias de 1993
Os anos 1990 foram históricos para o futebol boliviano. Em 1994 eles conseguiram pela primeira vez em sua história a classificação para a Copa do Mundo. Eles só haviam disputado o Mundial por convite, antes da criação das Eliminatórias. O histórico time boliviano que jogou a Copa de 94 era formado por Carlos Trucco; Borja, Rimba, Sandy e Juan Peña (Quinteros); Soria, Cristaldo, Melgar e Erwin Sanchez; Baldivieso (Mauricio Ramos) e Ramallo.
A Bolívia finalista da Copa América de 1997
Na primeira década do Século XXI, o Brasil sofreu duas derrotas nas três partidas que jogou em La Paz, sofrendo mais uma vez com os efeitos da altitude. O histórico na altitude era impressionante: considerando apenas partidas da seleção principal, sem considerar equipes sub-23, o Brasil jogou a 3.650 metros de altitude seis vezes até 2009, só venceu uma única vez (2 x 1 em 1981); perdeu por 2 x 1 em 1979, por 2 x 0 em 1993, por 3 x 1 em 2001, empatou em 1 x 1 em 2005, e perdeu por 2 x 1 em 2009.
A comparação de desempenho frente ao histórico de confrontos é impressionante. Até 2009, Brasil e Bolívia se enfrentaram 26 vezes, com 18 vitórias do Brasil, 3 empates, e 5 vitórias da Bolívia (a seleção olímpica jogou mais oito jogos, com 7 vitórias do Brasil e 1 empate). Ou seja, excluindo os jogos em La Paz, o confronto mostra 18 vitórias do Brasil, 2 empates e 1 vitória da Bolívia (num jogo no qual a Seleção Brasileira estava completamente desconfigurada, em 1963). É a prova do quão a altitude é um diferencial num jogo de futebol.
A comparação de desempenho frente ao histórico de confrontos é impressionante. Até 2009, Brasil e Bolívia se enfrentaram 26 vezes, com 18 vitórias do Brasil, 3 empates, e 5 vitórias da Bolívia (a seleção olímpica jogou mais oito jogos, com 7 vitórias do Brasil e 1 empate). Ou seja, excluindo os jogos em La Paz, o confronto mostra 18 vitórias do Brasil, 2 empates e 1 vitória da Bolívia (num jogo no qual a Seleção Brasileira estava completamente desconfigurada, em 1963). É a prova do quão a altitude é um diferencial num jogo de futebol.
Entre 2000 e 2009 foram sete confrontos, seis deles válidos pelas Eliminatórias: vitória brasileira por 5 x 0 em 2000 no Maracanã e depois vitória da Bolívia por 3 x 1 em La Paz em 2001; vitória por 6 x 0 do Brasil em 2002 em Goiânia, em jogo amistoso; em 2004 o Brasil venceu por 3 x 1 em São Paulo, e em 2005 empatou em 1 x 1 em La Paz; em 2008 um empate em 0 x 0 no Rio de Janeiro, e em 2009 uma vitória boliviana por 2 x 1 em La Paz.
Nos anos 2010, a Seleção Brasileira venceu os bolivianos duas vezes em jogos amistosos: 4 x 0 em Santa Cruz de la Sierra e 3 x 1 em Cuiabá. Depois, vieram os duelos válidos pelas Eliminatórias para a Copa de 2018, com vitória verde e amarela por 5 x 0 em Natal, no Rio Grande do Norte, e um empate sem gols em La Paz.
Série Duelos da Seleção Brasileira na América Latina:
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