segunda-feira, 7 de março de 2016

Série 12 Grandes do Brasil: INTERNACIONAL

Os 12 maiores clubes do futebol brasileiro, com mais tradição histórica e maior quantidade de jogadores cedidos à Seleção Brasileira estão geograficamente distribuídos pelo país da seguinte forma: quatro em São Paulo, cidade economicamente mais rica do Brasil, sendo três na capital (Corinthians, São Paulo e Palmeiras) e um no litoral (Santos), quatro no Rio de Janeiro (Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e Botafogo), dois rivais de Belo Horizonte (Cruzeiro e Atlético Mineiro), e dois rivais de Porto Alegre (Grêmio e Internacional).

A cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, estado fronteiriço do Brasil com o Uruguai e a Argentina, abriga a maior de todas as rivalidades do futebol brasileiro, o Gre-Nal, clássico disputado entre Internacional e Grêmio. De um lado o Sport Club Internacional, clube fundado em 1901, e do outro o Grêmio. A história do Campeonato Gaúcho está dividida entre os títulos ora de um ora de outro, onde prevalecem as grandes sequências de títulos consecutivos. Os dois clubes, Grêmio e Inter, só ascenderam propriamente ao primeiro escalão do futebol nacional, em termos de competitividade, a partir dos Anos 1960. Mas o folclore em torno da rivalidade é muito mais antigo.


A rivalidade entre o Colorado (Internacional) e o Tricolor Gaúcho (Grêmio) se acirrou ainda antes da criação da Federação do Rio Grande do Sul e o início do Campeonato Gaúcho. Ela foi iniciada no extinto Campeonato Citadino de Porto Alegre (última edição ocorreu em 1960), torneio do qual o Inter se sagrou campeão em 1913, 1914, 1915, 1916, 1917, 1920, 1922, 1927, 1934, 1936, 1940, 1941, 1942, 1943, 1944, 1945, 1947, 1948, 1950, 1951, 1952, 1953 e 1955.

A rivalidade foi obviamente espalhada da capital, Porto Alegre, para todo o Rio Grande do Sul. No Campeonato Gaúcho, que reunia além das equipes da capital, também as do interior, o Internacional foi campeão em 1927 e 1934. Curioso notar como até 1939 o time colorado só tinha sido campeão gaúcho duas vezes. Vieram então 16 anos de domínio absoluto do Inter. Foram 13 títulos em 16 edições. Os colorados foram Hexa-campeões Gaúchos em 1940-41-42-43-44-45, depois faturaram um Bi-campeonato em 1947-48, conseguiram ser Tetra-campeões Gaúchos em 1950-51-52-53 e ainda conquistaram o título estadual em 1955. Nos 13 anos seguintes, o domínio foi gremista, tendo o Inter conquistado apenas o título gaúcho de 1961.

Veio então a Primeira Era de Ouro Colorada, entre 1969 e 1979. O Internacional foi Octa-campeão Gaúcho em 1969-70-71-72-73-74-75-76, ainda foi Campeão Gaúcho em 1978. As maiores conquistas, no entanto, as que deram projeção nacional definitiva à equipe de Porto Alegre, e ao futebol gaúcho como um todo, foram as de Campeão Brasileiro em 1975, 1976 e 1979. Uma era de ouro regida pelo maior jogador da história do clube, o meia-armador Paulo Roberto Falcão.

Falcão

No Brasileiro de 75, o Internacional bateu o Fluminense na semi-final (2 x 0) e avançou para a final diante do Cruzeiro. Em jogo único no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, venceu por 1 x 0, com um gol do zagueiro chileno Figueroa. O time campeão brasileiro jogava com: Manga, Cláudio Duarte, Elias Figueroa, Hermínio e Vacaria; Caçapava, Falcão e Paulo César Carpegiani; Valdomiro, Flávio e Lula. O técnico era Rubens Minelli.

No Brasileiro de 76, O Internacional bateu o Atlético Mineiro na semi-final (2 x 1) e avançou à final contra o Corinthians. O título mais uma vez foi decidido em jogo único no Beira-Rio. O Inter venceu por 2 x 0, com gols do centroavante Dario, o Dadá Maravilha, e outro do ponta Valdomiro. O time que foi Bi-campeão tinha Manga, Cláudio Duarte, Elias Figueroa, Marinho Peres e Vacaria; Caçapava, Batista e Falcão; Valdomiro, Dario e Lula. O técnico ainda sendo Rubens Minelli.

Internacional Bi-campeão Brasileiro em 1975-1976

No Brasileiro de 79, o Inter foi Campeão Brasileiro Invicto. Na 1ª fase venceu o grupo, que tinha ainda a Grêmio, Atlético Paranaense, Coritiba, América (do Rio de Janeiro), Figueirense, Sport Recife, Santa Cruz, Operário de Campo Grande (do Mato Grosso do Sul) e Rio Branco (do Espírito Santo). Em 9 jogos, foram 6 vitórias e 3 empates. Na 2ª fase, venceu um grupo que ainda tinha a Atlético Paranaense, Desportiva (do Espírito Santo), Anapolina (de Goiás), São Paulo do Rio Grande do Sul, Caldense (de Minas Gerais), Inter de Limeira (do interior de São Paulo) e Goytacaz (do Rio de Janeiro). Em 7 jogos, foram 4 vitórias e 3 empates. Na 3ª fase, que era quando o campeonato começava para valer, venceu um quadrangular contra Cruzeiro, Atlético Mineiro e Goiás, no qual só o primeiro colocado avançava à semi-final. Venceu os 3 jogos desta fase. Avançou à semi-final contra o Palmeiras, e passou com um 3 x 2 e um 1 x 1. Foi então para a final contra o Vasco. Venceu por 2 x 0 no Maracanã, com dois gols de Chico Spina, e colocou a mão na taça. No jogo de volta, no Beira-Rio, venceu por 2 x 1, gols de Jair e Falcão. Tri-campeão Brasileiro! O time campeão jogava com Jose Benítez, João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro; Batista, Falcão e Mário Sérgio; Jair, Valdomiro e Bira. O técnico era Ênio Andrade.

Internacional Campeão Brasileiro Invicto em 1979

Depois destes três títulos nacionais, o Inter viveu um longo jejum além dos limites do Rio Grande do Sul. Foi Tetra-campeão Gaúcho em 1981-82-83-84. Nos Anos 1980, o Inter ainda chegou duas vezes à final do Brasileiro, mas acabou vice-campeão em 1987 e 1988. Na Copa União de 87 perdeu a final para o Flamengo. Seu time tinha Taffarel, Luís Carlos Winck, Aloísio, Nenê e Paulo Roberto; Norberto, Luís Fernando e Balalo; Heider, Amarildo e Brites. O técnico era novamente Ênio Andrade. No ano seguinte, 1988, perdeu a final para o Bahia. O time jogava com Taffarel, Luís Carlos Winck, Aguirregaray, Norton e Casemiro; Norberto, Luís Fernando e Luís Carlos Martins; Maurício, Nílson e Diego Aguirre. O técnico era Abel Braga. E o Colorado voltava a contar com a garra importada dos vizinhos sul-americanos: dois uruguaios, o zagueiro Oscar Aguirregaray e o atacante Diego Aguirre.

Voltou a conquistar um título de expressão nacional quando foi Campeão da Copa do Brasil de 1992. Eliminou a Muniz Freire, do Espírito Santo (3 x 1 e 5 x 0), Corinthians (4 x 0 e 0 x 0), Grêmio (1 x 1 e 1 x 1, com vitória nos pênaltis por 3 x 0) e Palmeiras (2 x 0 e 2 x 1). Chegou à final contra o Fluminense. Perdeu o primeiro jogo no Rio de Janeiro por 2 x 1. Tendo feito um gol fora de casa, uma vitória simples por 1 x 0 no Beira-Rio lhe dava o título. Conseguiu, mas sofrendo. Só obteve seu gol aos 43 minutos do segundo tempo, através do zagueiro Célio Silva, com um gol de pênalti. Os campeões colorados foram: Roberto "Gato" Fernández, Célio Lino, Célio Silva, Pinga e Ricardo; Daniel, Élson, Marquinhos e Caíco; Maurício e Gérson. O técnico era Antônio Lopes. E o Inter voltava a ser campeão com um paraguaio no gol, Benítez no Brasileiro de 79, e Gato Fernández na Copa do Brasil de 1992.

Em duas eleições do Time de Todos os Tempos feitas pela Revista Placar, uma em 1982 e outra em 1994, os "Onze dos Sonhos" do Internacional tiveram poucas mudanças, só duas peças foram trocadas. Os eleitos por torcedores colorados na eleição feita em 1982 eram Manga; Paulinho, Figueroa, Nena e Oreco; Salvador, Falcão e Paulo César Carpegiani; Tesourinha, Larry e Carlitos. Na eleição de doze anos depois, os torcedores colorados elegeram Manga; Paulinho, Figueroa, Nena e Oreco; Salvador, Falcão e Paulo César Carpegiani; Tesourinha, Sylvio Pirilo e Chinesinho. O lateral-direito Paulinho de Almeida defendeu o Inter de 1950 a 1954, quando foi vendido ao Vasco, tendo jogado a Copa do Mundo daquele ano na Suíça; o zagueiro Olavo Barbosa, o Nena, fez história de 1942 a 1951; o lateral-esquerdo Oreco jogou pelo Inter de 1950 a 1957, quando foi vendido para o Corinthians, em 1958 foi reserva da Seleção Brasileira Campeã do Mundo na Suécia; o cabeça de área Milton Alves da Silva, o Salvador, vestiu a camisa colorada de 1950 a 1955; o ponta-direita Osmar Barcelos, o Tesourinha, defendeu o Inter de 1939 a 1949, quando foi vendido ao Vasco; o ponta-esquerda Alberto Zolim, o Carlitos, fez história pelo clube entre 1938 e 1951; o ponta-esquerda Sidney Cunha, o Chinesinho, jogou pelo Inter entre 1955 e 1958, quando foi vendido ao Palmeiras; o centroavante Sylvio Pirilo jogou no clube de 1936 a 1939; e o atacante Larry fez história pelo Internacional de 1954 a 1961. Um amplo leque de craques de diferentes épocas.

Ilustração do Internacional dos Sonhos escolhido em 1994

O Inter foi Tetra-campeão Gaúcho em 2002-03-04-05, e ali semeou o início da Segunda Era de Ouro Colorada, entre 2006 e 2010. A era que deu visibilidade internacional ao clube. Foram quatro títulos, ainda que sem ter conquistado nenhuma vez o de Campeão Brasileiro neste período. O Internacional foi Campeão da Copa Libertadores da América em 2006 e 2010, foi Campeão da Copa Sul-Americana de 2008, e como bônus foi Campeão Mundial de Clubes de 2006. E a era começou após o time ser vice-campeão do confuso Campeonato Brasileiro de 2005. Nele terminou com 78 pontos, contra 81 do campeão Corinthians, e muita polêmica por conta da anulação de jogos após a comprovação de manipulações de resultado nos jogos do árbitro Edilson Pereira da Carvalho. O time colorado nesta campanha era formado por Clemer, Élder Granja, Edinho, Ediglê e Jorge Wágner; Gavilán, Tinga, Perdigão e Iarley; Rafael Sóbis e Fernandão. O técnico era Muricy Ramalho.

Na Libertadores de 2006 bateu ao Nacional de Montevidéu, do Uruguai, nas oitavas de final (2 x 1 e 0 x 0), ao LDU de Quito, do Equador, nas quartas de final (1 x 2 e 2 x 0) e ao Libertad, do Paraguai, na semi-final (0 x 0 e 2 x 0). Foi para a final diante do São Paulo. Venceu o primeiro jogo por 2 x 1 no Morumbi, com dois gols de Rafael Sóbis, colocando uma mão na taça. No Beira-Rio, em Porto Alegre, esteve sempre a frente, num jogo que terminou 2 x 2. Os gols colorados foram de Fernandão e Tinga. Pela primeira vez em sua história o Internacional era Campeão Sul-Americano. O time campeão jogava com Clemer, Ceará, Fabiano Eller, Indio, Bolívar e Jorge Wágner; Edinho, Tinga e Alex Meschini; Rafael Sóbis e Fernandão. O técnico era Abel Braga. No Mundial de 2006, o Inter venceu o Al Ahly, do Egito, na semi-final (2 x 1), e foi para a final diante do poderoso Barcelona, do ex-gremista Ronaldinho Gaúcho. Fez história, vencendo por 1 x 0, gol do meia Adriano Gabiru aos 37 minutos do segundo tempo. Campeão Mundial!

Internacional Campeão da Libertadores e Mundial em 2006

Entre 2006 e 2010, título sul-americano ano sim ano não. Na Copa Sul-Americana de 2008, o Inter eliminou o arqui-rival Grêmio (1 x 1 e 2 x 2, avançando pelo critério de gols marcados na casa do adversário), depois passou por Universidad Católica, do Chile (1 x 1 e 0 x 0, avançando novamente pelo gol fora de casa), Boca Juniors, da Argentina (2 x 0 e 2 x 1) e pelo Chivas Guadalajara, do México (2 x 0 e 4 x 0). Foi para a final diante do Estudiantes de La Plata, da Argentina. Venceu por 1 x 0 em La Plata, gol de Alex, mas perdeu por 1 x 0 no Beira-Rio. O jogo foi para a prorrogação, e um gol de Nilmar aos 113 minutos (8 minutos do 2º tempo da prorrogação) deu o título ao Colorado. O time campeão jogava com Lauro, Danny Morais, Álvaro, Bolívar e Marcão; Edinho, Magrão, Alex Meschini e Andrés D'Alessandro; Andrezinho e Nilmar. O técnico era Tite.

Na Libertadores de 2010, bateu ao Banfield, da Argentina, nas oitavas de final (1 x 3 e 2 x 0, avançando pelo gol marcado fora de casa), ao Estudiantes de La Plata, da Argentina, nas quartas de final (1 x 0 e 1 x 2, avançando também pelo gol fora de casa) e ao São Paulo na semi-final (1 x 0 e 1 x 2, e mais uma vez indo adiante pelo gol marcado no campo do adversário). Foi para a final diante do Chivas Guadalajara, do México. Venceu o primeiro jogo por 2 x 1 no México, com gols de Giuliano e Bolívar, colocando uma mão na taça. No Beira-Rio, em Porto Alegre, venceu por 3 x 2, com gols de Rafael Sóbis, Leandro Damião e Giuliano. Pela segunda vez em sua história, e num período de tempo bem curto, o Internacional era Campeão da Libertadores. O time campeão jogava com Renan, Nei, Indio, Bolívar e Kléber; Pablo Guiñazu, Sandro, Tinga e Andrés D'Alessandro; Rafael Sóbis e Leandro Damião. O técnico era Celso Roth. No Mundial de 2010, o Inter foi surpreendido na semi-final, perdeu por 2 x 0 para o Mazembe, do Congo, perdendo a oportunidade de jogar a final contra a Internazionale de Milão.

Internacional Campeão da Libertadores em 2010

Em 2006, a Revista Placar voltou a organizar a eleição do Time dos Sonhos. Os eleitos tiveram pouquíssima variação em relação aos escolhidos doze anos antes, foram eles: Manga; Paulinho, Figueroa, Gamarra e Oreco; Salvador, Falcão e Paulo César Carpegiani; Valdomiro, Fernandão e Tesourinha. O técnico eleito foi Rubens Minelli. Entraram no time o zagueiro paraguaio Carlos Gamarra, que defendeu o Colorado de 1995 a 1997, e o atacante Fernandão, que brilhou no comando de ataque do Inter de 2004 a 2008.

Ilustração do Grêmio dos Sonhos escolhido em 2006

Em 2009 o Inter foi mais uma vez vice-campeão brasileiro, perdendo o título para o Flamengo. Seu time tinha Lauro, Danilo Silva, Índio, Bolívar e Kléber; Pablo Guiñazu, Sandro, Giuliano e Andrés D’Alessandro; Taison e Alecsandro. O técnico era Mário Sérgio. As estrelas da equipe eram os argentinos Guiñazu e D'Alessandro.

Em 2010 a Editora Maquinária convidou colorados ilustres para eleger os Dez Mais de Todos os Tempos, os escolhidos foram: Carlitos, Tesourinha, Oreco, Claudiomiro, Manga, Valdomiro, Figueroa, Carpegiani, Falcão e Fernandão.

O Inter voltou a se impor no cenário estadual quando se sagrou Hexa-campeão Gaúcho em 2011-12-13-14-15-16.



Série Os 12 Grandes do Futebol Brasileiro







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