quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Série 12 Grandes do Brasil: FLUMINENSE

Os 12 maiores clubes do futebol brasileiro, com mais tradição histórica e maior quantidade de jogadores cedidos à Seleção Brasileira estão geograficamente distribuídos pelo país da seguinte forma: quatro em São Paulo, cidade economicamente mais rica do Brasil, sendo três na capital (Corinthians, São Paulo e Palmeiras) e um no litoral (Santos), quatro no Rio de Janeiro (Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e Botafogo), dois rivais de Belo Horizonte (Cruzeiro e Atlético Mineiro), e dois rivais de Porto Alegre (Grêmio e Internacional).

O Fluminense Football Club foi um pioneiro no Brasil. É o mais antigo dos clubes tradicionais do país. Foi fundado em 1902 sob as cores cinza e branco. Só em 1905 passou a adotar o verde, vermelho e branco, que lhe deram a referência "Tricolor". Posteriormente, com o surgimento do São Paulo Futebol Clube como o Tricolor Paulista, do Gêmio Portoalegrense como o Tricolor Gaúcho e do Bahia como o Tricolor Baiano, o Fluminense virou o Tricolor Carioca.


Com seu pioneirismo, dominou o futebol do Rio de Janeiro em seu início, sendo Campeão Carioca em 1906, 1907, 1908, 1909 e 1911, e posteriormente sendo o primeiro Tri-campeão Carioca em 1917-18-19. Brilhavam nesta equipe o goleiro Marcos Carneiro de Mendonça e o meio-campista Agostinho Fortes. Depois disto veio um longo período pobre em conquistas, cujo único troféu foi o de Campeão Carioca em 1924. Um ícone tricolor neste período foi o atacante João Coelho Neto, o Preguinho, autor do primeiro gol da Seleção Brasileira numa Copa do Mundo, em 1930, e que também fazia parte do time de basquete e de natação do Fluminense.

Veio então a Primeira Era de Ouro do Fluminense, entre 1936 e 1941. O time tricolor foi Tri-campeão Carioca em 1936-37-38, seu segundo tri, e posteriormente Bi-campeão Carioca em 1940-41. Foi nesta época que emergiu definitivamente o Fla-Flu como o primeiro grande clássico nacional (entre 1936 e 1944 todos os títulos cariocas foram do Flu ou do Fla). No Jornal dos Sports, comandado pelo jornalista Mário Filho, e com seu irmão Nélson Rodrigues como principal cronista, foram os dois irmãos que construíram a mitologia envolvendo o duelo entre Flamengo e Fluminense.

O time do tri 36-37-38 era formado por Batatais, Moysés e Machado; Carlos Santamaria, Carlos Brant e Orozimbo dos Santos; Sobral, Sandro, Romeu Pellicciari, Tim e Hércules, com Carlos Carlomagno como treinador. O time bi em 40-41 tinha Batatais, Machado e Armando Renganeschi; Malazzo, Brant e Afonsinho; Pedro Amorim, Romeu Pellicciari, Russo, Tim e Carreiro, o técnico era o uruguaio Ondino Vieira. Nomes que defenderam a Seleção Brasileira por muitos anos, como Batatais, Machado, Romeu, Tim e Hércules, somavam-se a argentinos, como Carlos Santamaria e Armando Renganeschi.

Fluminense Tri-campeão Carioca 1936-1937-1938

Depois deste período o clube voltou a ser Campeão Carioca em 1946 e 1951; a equipe que conquistou este torneio era a base da que faturou outro título histórico: Campeão da Copa Rio em 1952, um torneio amistoso internacional reunindo Fluminense e Corinthians, o Peñarol, do Uruguai, e o Olimpia, do Paraguai, além dos europeus: Sporting Lisboa, de Portugal, Saarbrucken, da Alemanha, o austríaco Áustria Viena, e Grasshopper, da Suíça. Na 1ª fase, o time tricolor empatou em 0 x 0 com o Sporting e venceu Grasshopper (1 x 0) e Peñarol (3 x 0). Na semi-final, duas vitórias sobre o Áustria Viena (1 x 0 e 5 x 2) e com a conquista na final sobre o Corinthians (2 x 0 e 2 x 2). O time campeão era treinado por Zezé Moreira e os titulares eram Castilho, Píndaro e Pinheiro; Jair, Édson, Didi e Bigode; Telê Santana, Marinho, Orlando Pingo de Ouro e Quincas.

Fluminense Campeão da Copa Rio de 52

A grande conquista seguinte foi a de Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1957, com direito a atuação de gala numa goleada de 5 x 1 sobre o Palmeiras. O time campeão era formado por Vitor González, Cacá e Roberto; Ivan, Clóvis e Altair; Telê Santana, Róbson, Waldo, Jair Francisco e Escurinho. O técnico era Sylvio Pirilo. O Fluminense voltou a ser Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1960, com mais atuação memorável e uma goleada por 7 x 2 aplicada sobre o São Paulo. Na final, vitória por 1 x 0 sobre o Palmeiras, gol de Waldo. O time tricolor jogava com Castilho, Jair Marinho, Pinheiro e Altair; Edmilson e Clóvis; Telê Santana, Maurinho, Paulinho, Waldo e Escurinho. O técnico era Zezé Moreira.


Outro grande time tricolor foi o que venceu a Taça de Prata, consagrando-se Campeão Brasileiro de 1970. O torneio foi organizado em dois grupos de oito equipes, com as duas primeiras de cada avançando a um quadrangular final. Os classificados foram Atlético Mineiro, Cruzeiro, Palmeiras e Fluminense. O time tricolor venceu Palmeiras (1 x 0) e Cruzeiro (1 x 0) e jogou pelo empate contra o Atlético no Maracanã. Empatou em 1 x 1 e se sagrou campeão. Os titulares na conquista foram Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio; Denilson, Didi e Samarone; Cafuringa, Mickey e Lula. O técnico era Paulo Amaral. O meia-armador Didi que jogava neste time, não era o Didi dos Anos 1950, Bi-campeão Mundial com a Seleção Brasileira em 1958 e 1962. Este Didi de 1970 era conhecido como "Ouro Branco".

Fluminense Campeão Brasileiro de 1970

Times que voltaram a fazer história com a camisa do Fluminense foram as duas versões da "Máquina Tricolor" montadas pelo presidente Francisco Horta nos Anos 1970. O clube foi Bi-campeão Carioca 1975-76, mas não conseguiu um título nacional, caindo nos dois anos na semi-final do Campeonato Brasileiro. O time de 75 era formado por Félix, Toninho, Carlos Alberto Torres, Edinho e Marco Antônio; Cléber, Zé Mário e Rivellino; Gil, Manfrini e Paulo César Caju. O técnico era Valdir Pereira, o Didi. O time foi reformulado no ano seguinte, e chegou ainda mais perto de ser finalista, perdendo para o Corinthians na decisão por pênaltis. O time de 75 era formado por Renato, Rubens Galaxe, Carlos Alberto Torres, Edinho e Rodrigues Neto; Carlos Alberto Pintinho, Cléber e Rivellino; Gil, Doval e Dirceu. O técnico era Mário Travaglini.

Máquina Tricolor de 1976

Nos Anos 1980 o clube viveu a Segunda Era de Ouro do Fluminense, entre 1983 e 1985. Neste período, foi Tri-campeão Carioca em 1983-84-85, seu terceiro tri, e foi Campeão Brasileiro de 1984. O time base era formado por Paulo Victor, Aldo, Vica, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Delei e Assis; Romerito, Washington e Tato. Também eram parte do grupo, tendo sido titulares em vários momentos, o zagueiro Duílio, no lugar de Vica, e o meias de contenção Leomir e Renê Weber. O técnico era Carlos Alberto Parreira. As estrelas do time eram o paraguaio Júlio César Romero, o Romerito, e o "Casal 20", a dupla formada por Assis e Washington. Um time que marcou uma época no futebol do Rio de Janeiro. Para conquistar o título nacional, o Fluminense superou ao Coritiba nas quartas de final (2 x 2 e 5 x 0), e ao Corinthians na semi-final (2 x 0 e 0 x 0). Foi para a final contra o rival Vasco. Venceu o 1º jogo por 1 x 0, gol do ponta-direita paraguaio Romerito. No 2º jogo, garantiu o título após um empate em 0 x 0.

Fluminense Campeão Brasileiro de 1984

Em duas eleições do Time de Todos os Tempos feitas pela Revista Placar, uma em 1982 e outra em 1994, os "Onze dos Sonhos" do Fluminense tiveram bastante mudanças. Os escolhidos por torcedores do tricolor na eleição feita em 1982 foram Castilho; Carlos Alberto Torres, Pinheiro, Edinho e Altair; Brant, Tim e Rivellino; Pedro Amorim, Russo e Hércules. Na eleição de doze anos depois, os torcedores do Fluminense elegeram Castilho; Carlos Alberto Torres, Pinheiro, Ricardo Gomes e Altair; Didi, Gérson e Rivellino; Telê, Waldo e Paulo César Caju.

Ilustração do Fluminense dos Sonhos escolhido em 1994

O Fluminense viveu então um jejum de nove anos sem títulos, só voltando a conquistar um como Campeão Carioca de 1995, com a vitória por 3 x 2 sobre o Flamengo e o histórico gol de barriga de Renato Gaúcho. Mas os Anos 1990 foram muito difíceis, os piores da história do tricolor carioca. Em 1996 o time acabou rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, porém uma articulação política o manteve na Primeira Divisão no ano seguinte. Em 1997, no entanto, ele voltou a ser rebaixado. Jogou a Série B em 1998 e conseguiu a façanha de ser rebaixado para a Terceira Divisão. Em 1999 foi o campeão da Série C, e então uma nova articulação política o alçou diretamente para a Série A, à qual voltou em 2000.

Em 2006, a Revista Placar voltou a organizar a eleição do Time dos Sonhos. Os eleitos tiveram uma nova variação em relação aos escolhidos antes, foram eles: Castilho; Carlos Alberto Torres, Ricardo Gomes, Edinho e Branco; Didi, Paulo César Caju, Gérson e Rivellino; Telê e Assis. O técnico eleito foi Carlos Alberto Parreira. Gérson, o "Canhota de Ouro", foi jogador do Flu de 1972 a 1974.

Ilustração do Fluminense dos Sonhos escolhido em 2006

Em 2010 a Editora Maquinária convidou ilustres torcedores do Fluminense para eleger os Dez Mais de Todos os Tempos, os escolhidos foram: Marcos Carneiro de Mendonça, Romeu Pelliciari, Orlando Pingo de Ouro, Castilho, Pinheiro, Telê, Waldo, Félix, Rivellino e Assis.

Rivellino

O clube voltou a se reerguer. Foi Campeão da Copa do Brasil de 2007, com uma campanha na qual eliminou a ADESG, do Acre (2 x 1 e 6 x 0), América de Natal, do Rio Grande do Norte (2 x 1 e 0 x 1), Bahia (1 x 1 e 2 x 2, avançando pelo critérios de mais gols marcados na casa do adversário), Atlético Paranaense (1 x 1 e 1 x 0) e Brasiliense, do Distrito Federal (4 x 2 e 1 x 1). Chegou à final contra o Figueirense, de Santa Catarina, com quem empatou em 1 x 1 no primeiro jogo no Estádio de São Januário (estádio do Vasco), no Rio de Janeiro. No segundo, foi a Florianópolis com o Figueirense tendo a vantagem de um empate sem gols para ser campeão. O Fluminense venceu por 1 x 0, com gol do zagueiro Roger. O time campeão era formado por Fernando Henrique, Carlinhos, Thiago Silva, Roger Machado e Júnior César; Fabinho, Arouca, Cícero, Carlos Alberto e Thiago Neves; Alex Dias. O técnico era Renato Gaúcho.

Este time, no ano seguinte, 2008, perdeu uma chance de ouro de ser campeão da Copa Libertadores. Eliminou o São Paulo nas quartas de final e o Boca Juniors na semi-final, avançando para fazer a final contra a LDU, do Equador. Perdeu o primeiro jogo por 4 x 2 na altitude de Quito. No Maracanã conseguiu fazer 3 x 1, levando a decisão para os pênaltis, quando acabou derrotado por 3 x 1. No ano seguinte, a Liga Deportiva Universitária de Quito, LDU, voltou a impedir um título continental do Fluminense na final da Copa Sul-Americana de 2009. O primeiro jogo foi em Quito, e a LDU venceu por 5 x 1. Missão ainda mais árdua para o time tricolor, que conseguiu fazer 3 x 0 no Rio de Janeiro, mas não foi suficiente.

O Fluminense estava em boa fase, com patrocinador forte, e neste embalo se sagrou Campeão Brasileiro de 2010. Numa disputa acirrada, o Fluminense terminou com 71 pontos, contra 69 do vice-campeão Cruzeiro e 68 do Corinthians. Os campeões nacionais que deram o terceiro título brasileiro ao tricolor carioca foram: Ricardo Berna, Mariano, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edwin Valencia, Diguinho, Deco e Dario Conca; Emerson Sheik e Fred. O técnico era Muricy Ramalho, que havia sido tri-campeão com o São Paulo em 2006-07-08, e liderado boa parte do campeonato de 2009 a frente do Palmeiras.  

Fred

O Fluminense voltou a ser Campeão Brasileiro em 2012. Desta vez a conquista foi com mais folga, com 77 pontos, contra 72 do vice-campeão Atlético Mineiro e 71 do Grêmio. O time que deu o quarto título nacional ao clube era formado por Diego Cavalieri, Bruno Vieira, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Thiago Neves; Wellington Nem, Rafael Sóbis e Fred. O técnico era Abel Braga.

Fluminense Campeão Brasileiro de 2012




Série Os 12 Grandes do Futebol Brasileiro







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