quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Série 12 Grandes do Brasil: CORINTHIANS

Os 12 maiores clubes do futebol brasileiro, com mais tradição histórica e maior quantidade de jogadores cedidos à Seleção Brasileira estão geograficamente distribuídos pelo país da seguinte forma: quatro em São Paulo, cidade economicamente mais rica do Brasil, sendo três na capital (Corinthians, São Paulo e Palmeiras) e um no litoral (Santos), quatro no Rio de Janeiro (Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e Botafogo), dois rivais de Belo Horizonte (Cruzeiro e Atlético Mineiro), e dois rivais de Porto Alegre (Grêmio e Internacional).

O Sport Club Corinthians Paulista foi fundado por operários de uma fábrica de São Paulo em 1910. Recebeu o nome porque no tempo de sua fundação a equipe inglesa do Corinthian Casuals estava excursionando pelo Brasil. Os jornais brasileiros davam destaque ao Corinthian's Team (time do Corinthian), e o termo foi aportuguesado pelos operários, virando Corinthians.


O Corinthians teve uma ascensão rápida no cenário do futebol da cidade de São Paulo, conquistando o título de Campeão Paulista em 1914 e 1916. Dominou o futebol estadual nos Anos 1920 e 1930, tendo sido Tri-campeão Paulista em 1922-23-24, depois novamente Tri-campeão Paulista em 1928-29-30, e mais uma vez Tri-campeão Paulista em 1937-38-39. Ainda ganhou o campeonato de 1941. Até 1941, o Corinthians já acumulava 12 títulos do Campeonato Paulista, contra 11 títulos do Paulistano e 8 do Palestra Itália (que depois virou Palmeiras). Os maiores ídolos alvi-negros neste período foram Neco, Del Debbio, Rato e De Maria. Neco foi o centroavante alvi-negro de 1913 a 1930. O zagueiro Del Debbio defendeu o clube de 1922 a 1931, depois atuando na Lazio, da Itália, entre 1931 e 1935, e voltando a atuar pelo Corinthians entre 1935 e 1939. Trajetória parecida à do meio-campista José Castelli, o Rato, alvi-negro paulista de 1921 e 1931, jogador da Lazio, da Itália, de 1931 a 1934, e novamente do Corinthians de 1934 a 1937. Já o ponta-esquerda Alexandre De Maria jogou no clube de 1927 a 1931, depois também foi para a Lazio, da Itália, onde atuou de 1931 a 1935.

A Primeira Era de Ouro Corinthiana, no entanto, aconteceu entre 1950 e 1954. Neste período o Corinthians foi Campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1950, 1953 e 1954, e Campeão Paulista em 1951, 1952 e 1954. Ou seja, comemorou ao menos um título por ano nestes cinco anos. No início desta sequência, o time titular era: Bino; Newton e Belfare; Idário, Touguinha e Hélio; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Nelsinho e Noronha. Entretanto, o histórico time corinthiano da primeira era de ouro do clube, que passou mais tempo neste período foi o formado por: Cabeção; Homero e Olavo; Idário, Goiano e Roberto Belangero; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Souzinha (Mário ou Simão), com o técnico sendo o ex-jogador Rato.


Depois de sua Primeira Era de Ouro, o Corinthians ficou 23 anos sem conquistar um título. E curiosamente, mesmo sem título, neste período teve o maior ídolo de sua história, o meia Roberto Rivellino, que jogou no clube de 1965 a 1973.

Roberto Rivellino

Em 1976 o jejum esteve perto do fim. Na semi-final do Campeonato Brasileiro daquele ano, com a "Invasão Corinthiana" no Maracanã, eliminou o Fluminense e foi à final, na qual acabou derrotado pelo Internacional por 2 x 0 no Beira-Rio. Os vice-campeões nacionais de 1976: Tobias, Zé Maria. Moisés, Zé Eduardo e Wladimir; Givanildo, Ruço e Neca; Vaguinho, Geraldão e Romeu, com Duque como treinador.

O clube voltou a ser Campeão Paulista em 1977, acabando com seu incômodo jejum. O título veio com uma vitória no Morumbi sobre a Ponte Preta por 1 x 0, gol de Basílio aos 36 minutos do segundo tempo. Os campeões de 77: Tobias, Zé Maria, Moisés, Ademir e Wladimir; Ruço, Basílio e Luciano; Vaguinho, Geraldão e Romeu, treinados por Oswaldo Brandão.

Corinthians Campeão Paulista de 1977

O Corinthians voltou a ser Campeão Paulista em 1979. Era o começo da formação de outro grande time na história do clube, o que se tornou Bi-campeão Paulista em 1982-83, e ficou conhecido como a "Democracia Corinthiana", pelo engajamento político de seus jogadores com a redemocratização do país naquele que era o término do período de Ditadura Militar. Este time tinha a Solito, Alfinete, Mauro, Juninho Fonseca e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Zenon; Eduardo Amorim, Casagrande e Biro-Biro. Em 82, Juninho não estava, e o outro zagueiro era o argentino Daniel González. O técnico em 82 era Mário Travaglini e em 83 era Jorge Vieira.


Foi só em 1990, no entanto, que o clube foi pela primeira vez Campeão Brasileiro. O time campeão era formado por Ronaldo, Giba, Marcelo Dijan, Guinei e Jacenir; Márcio, Wilson Mano, Neto e Tupãzinho; Fabinho e Mauro, com Nelsinho Baptista como técnico. Nas quartas de final, os corinthianos superaram ao Atlético Mineiro (2 x 1 e 0 x 0), passaram pelo Bahia na semi-final (de novo 2 x 1 e 0 x 0) e foram para a final contra o rival São Paulo. Vitória no primeiro jogo por 1 x 0, gol de Wilson Mano, e novo 1 x 0 no segundo jogo, gol de Tupãzinho, sacramentando a conquista.

Corinthians Campeão Brasileiro de 1990

Em duas eleições do Time de Todos os Tempos feitas pela Revista Placar, uma em 1982 e outra em 1994, os "Onze dos Sonhos" do Corinthians geraram pouquíssimas divergências. Os eleitos por torcedores corinthianos na eleição feita em 1982 eram Gilmar; Zé Maria, Domingos da Guia e Wladimir; Goiano, Sócrates e Rivellino; Cláudio, Luizinho, Baltazar e De Maria. Na eleição de doze anos depois, os torcedores corinthianos só mudaram um nome, tendo os eleitos sido Gilmar; Zé Maria, Domingos da Guia, Luís Carlos e Wladimir; Dino Sani, Sócrates e Rivellino; Cláudio, Luizinho e Baltazar. O goleiro Gilmar dos Santos Neves defendeu o Timão de 1951 a 1961, quando, já Campeão Mundial com a Seleção Brasileira, mudou-se para o Santos. O zagueiro Domingos da Guia chegou ao Corinthians em 1944, já com 32 anos, quando foi contratado ao Flamengo, mas ainda a tempo de marcar época no Corinthians, onde jogou até 1948. O zagueiro Luís Carlos Galter, revelado nas divisões de base do Parque São Jorge, defendeu o clube de 1967 a 1974, quando se transferiu para o Flamengo. E Dino Sani foi outro que chegou ao clube já veterano, em 1965 aos 33 anos, depois de ter construído sua carreira no São Paulo, voltava de três temporadas na Europa, onde havia defendido o Milan; ficou no Corinthians até 1968, quando se aposentou.

Ilustração do Corinthians dos Sonhos escolhido em 1994

Em 1994, o Corinthians foi vice-campeão brasileiro. O time tinha Ronaldo, Paulo Roberto, Pinga, Henrique e Branco; Zé Elias, Marcelinho Paulista, Souza e Marcelinho Carioca; Marques e Viola, com o técnico sendo Jair Pereira. A derrota na final foi especialmente dolorida, porque foi para o arqui-rival Palmeiras (1 x 3 e 1 x 1).

Um novo título nacional veio em 1995, com a conquista da Copa do Brasil. O time superou a Operário de Várzea Grande, do Mato Grosso (1 x 1 e 4 x 0), Rio Branco, do Acre (3 x 0 e 2 x 0), Paraná Clube nas quartas de final (0 x 0 e 2 x 1), Vasco na semi-final (1 x 0 e 5 x 0) e Grêmio na final (2 x 1 e 1 x 0). A equipe era muito parecida à que foi vice-campeã nacional no ano anterior. O time titular campeão: Ronaldo, André, Célio Silva, Henrique e Silvinho; Zé Elias, Bernardo, Souza e Marcelinho Carioca; Marques e Viola. O técnico era Eduardo Amorim, ex-meia-atacante no time da "Democracia Corinthiana".

No período entre 1995 e 2003, as conquistas do Campeonato Paulista foram ano sim, ano não. O Corinthians foi o campeão do Estado de São Paulo em 1995, 1997, 1999, 2001 e 2003.

Dentro deste período está a Segunda Era de Ouro Corinthiana, quando o clube foi Bi-campeão Brasileiro em 1998 e 1999 e Campeão Mundial de Clubes em 2000.

No Brasileiro de 98, a campanha foi perfeita: terminou a 1ª fase em 1º lugar, superou ao Grêmio nas quartas de final, numa melhor de três jogos (1 x 0, 0 x 2 e 1 x 0), ao Santos na semi-final (1 x 2, 2 x 0 e 1 x 1) e foi campeão batendo o Cruzeiro na final (2 x 2, 1 x 1 e 2 x 0). O time era formado por Nei, Indio, Batata, Carlos Gamarra e Silvinho; Vampeta, Gilmar, Freddy Rincón e Marcelinho Carioca; Edílson e Dinei. O treinador era Vanderlei Luxemburgo.

Corinthians Campeão Brasileiro de 1998

No Brasileiro de 99, o Corinthians repetiu a campanha perfeita. Terminou a 1ª fase em 1º lugar, superou ao Guarani nas quartas de final, numa melhor de três jogos (0 x 0, 2 x 0 e 1 x 1), ao São Paulo na semi-final (3 x 2 e 2 x 1, eliminando a necessidade de um terceiro jogo) e foi campeão batendo o Atlético Mineiro na final (2 x 3, 2 x 0 e 0 x 0). O time campeão era formado por Dida, César Prates, João Carlos, Nenê e Kléber; Vampeta, Ricardinho, Freddy Rincón e Marcelinho Carioca; Edílson e Luizão. O técnico era Oswaldo de Oliveira.

No Mundial de Clubes da FIFA de 2000, ganhou o grupo na 1ª fase em São Paulo, vencendo o Raja Casablanca, de Marrocos, por 2 x 0, empatando em 2 x 2 com o Real Madrid no Morumbi, e vencendo o Al Nassr, da Arábia Saudita, por 2 x 0. A campanha lhe deu o direito de enfrentar o Vasco da Gama na final, no Maracanã. O jogo acabou 0 x 0 e foi decidido nos pênaltis, com vitória do Corinthians por 4 x 3. Os Campeões Mundiais: Dida, Indio, Adílson, Fábio Luciano e Kléber; Vampeta, Freddy Rincón, Ricardinho e Marcelinho Carioca; Edílson e Luizão. O técnico era: Oswaldo de Oliveira.

Corinthians Campeão Mundial em 2000

O time do Corinthians voltou a ter uma grande temporada em 2002. Foi vice-campeão brasileiro, derrotado na final pelo Santos, e Campeão da Copa do Brasil. Na campanha no título, o Timão superou ao River, do Piauí (2 x 1 e 2 x 0), Americano, do Rio de Janeiro (6 x 2, eliminando o jogo de volta), Cruzeiro nas oitavas de final (2 x 2 e 3 x 2), Paraná Clube nas quartas de final (3 x 1 e 0 x 1), o rival São Paulo na semi-final (2 x 0 e 1 x 2), e foi campeão sobre o Brasiliense, do Distrito Federal (2 x 1 e 1 x 1). O time na temporada 2002 era formado por Doni, Rogério, Scheidt, Fábio Luciano e Kléber; Fabinho, Vampeta e Renato Abreu; Deivid, Guilherme e Gil, com o técnico sendo Carlos Alberto Parreira.

O Corinthians voltou a ter um grande time três anos depois, quando fez um grande investimento e foi Campeão Brasileiro de 2005. Foi seu primeiro título no formato de pontos corridos, terminando o torneio com 81 pontos, contra 78 do vice-campeão Internacional. O treinador da equipe era Antônio Lopes, e a estelar esquipe corinthiana era formada por Fábio Costa, Eduardo, Marinho, Betão e Gustavo Nery; Marcelo Mattos, Javier Mascherano, Rosinei e Carlos Alberto, Carlos Tevez e Nilmar.

Corinthians Campeão Brasileiro de 2005

Em 2006, a Revista Placar voltou a organizar a eleição do Time dos Sonhos. Os eleitos tiveram variações em relação aos escolhidos doze anos antes, foram eles: Gilmar; Zé Maria, Gamarra, Roberto Belangero e Wladimir; Sócrates, Neto e Rivellino; Cláudio, Luizinho e Casagrande. O técnico escolhido foi Oswaldo Brandão.

Ilustração do Corinthians dos Sonhos escolhido em 2006

Em 2010 a Editora Maquinária convidou corinthianos ilustres para eleger os Dez Mais de Todos os Tempos, os escolhidos foram: Cláudio, Baltazar, Luizinho, Gilmar, Rivellino, Zé Maria, Sócrates, Wladimir, Neto e Marcelinho Carioca.

Sócrates

Do cume ao caos. Depois do super-investimento em 2005 e 2006, em 2007 o Corinthians acabou rebaixado para a Segunda Divisão do Brasileiro. Consagrou-se Campeão da Série B em 2008. E do caos voltou ao cume. A Terceira Era de Ouro Corinthiana se deu no período entre 2009 e 2012. Começou com a contratação do veterano Ronaldo Fenômeno no fim de 2008. O Timão então conquistou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil em 2009. Foi Campeão Brasileiro em 2011, Campeão da Libertadores da América de 2012, e Campeão Mundial de Clubes em 2012.

Na Copa do Brasil de 2009, o Corinthians avançou nas duas primeiras fases eliminando o jogo de volta, bateu ao Itumbiara, de Goiás (2 x 0) e ao Misto de Três Lagoas, do Mato Grosso do Sul (2 x 0). Nas oitavas de final eliminou o Atlético Paranaense (2 x 3 e 2 x 0), nas quartas bateu o Fluminense (1 x 0 e 2 x 2), na semi-final venceu ao Vasco (1 x 1 e 0 x 0, tendo a vantagem por ter marcado um gol fora de casa) e na final venceu o Internacional (2 x 0 e 2 x 2). O time campeão: Felipe, Alessandro, Chicão, William e André Santos; Cristian, Elias, Douglas e Dentinho; Jorge Henrique e Ronaldo, com Mano Menezes como técnico.

No Brasileiro de 2011 o Corinthians foi campeão fazendo 71 pontos, contra 69 do Vasco. O time campeão jogava com: Júlio César Santos, Alessandro, Paulo André, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Willian, Emerson Sheik e Liédson. O técnico era Tite.

Em 2012 o clube enfim concretizou um sonho, sendo Campeão da Copa Libertadores da América. Nos play-offs superou a Emelec, do Equador (3 x 0 e 0 x 0), Vasco nas quartas (0 x 0 e 1 x 0), Santos na semi-final (1 x 0 e 1 x 1) e foi campeão batendo o Boca Juniors, da Argentina (1 x 1 e 2 x 0). Os dois gols que garantiram o título, no Estádio do Pacaembu, foram marcados por Emerson Sheik. Os campeões da Libertadores, liderados pelo técnico Tite: Cássio, Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf; Paulinho, Alex Meschini e Danilo; Jorge Henrique e Emerson Sheik.

No fim do ano, a disputa do Mundial de Clubes. Na semi-final, vitória por 1 x 0 sobre o Al Ahly, do Egito. Na final, em Yokohama, no Japão, o Corinthians venceu ao Chelsea, da Inglaterra, por 1 x 0, gol de Paolo Guerrero aos 24 minutos do segundo tempo. Em relação ao time campeão da Libertadores, poucas mudanças feitas por Tite: a zaga era formada por Chicão e Paulo André, e com a chegada do centroavante peruano Paolo Guerrero, Alex foi sacado do time titular. O resto da equipe titular era o mesmo.

Corinthians Campeão Mundial 2012

Mantendo a excelente fase em sua história, o clube foi Campeão Brasileiro de 2015, fazendo 81 pontos, contra 69 do vice-campeão Atlético Mineiro e 68 do Grêmio. O time campeão jogava com: Cássio, Edilson, Felipe, Gil e Guilherme Arana; Ralf, Elias, Jadson e Renato Augusto; Malcom e Vágner Love. O técnico era Tite.




Série Os 12 Grandes do Futebol Brasileiro








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