quarta-feira, 25 de março de 2015

Ampliando a sala de troféus

A conquista da Copa do Mundo de 1994 deu um choque de otimismo no futebol brasileiro. Depois de ficar vinte e quatro anos sem ser campeão mundial, havia angústia e dúvidas: haveria grandeza acima da gerações de Pelé e Garrincha? Depois de ganhar tudo entre 1958 e 1970, o largo jejum fazia com que todos se perguntassem se a Seleção Brasileira poderia vencer sem Pelé. A vitória em 1994 mostrou que sim.

Veio então a conquista da Copa América em 1997, a primeira conquistada pelo Brasil fora de seu território em toda a história. O espírito de conquistas estava, em definitivo, renovado.

Naquele mesmo ano de 1997 foi a vez de disputar uma nova competição, a Copa das Confederações, novo torneio da FIFA, que reunia os campeões continentais. Aquela seria a terceira edição da competição, mas a primeira oficialmente chancelada pela entidade máxima do futebol mundial (antes o torneio se chamava Copa Rei Fahd). O torneio era financiado pelos sheiks árabes, tendo as três primeiras edições sido jogadas na Arábia Saudita. A primeira edição, em 1992, havia sido um módico quadrangular, jogado entre Argentina, Arábia Saudita, Estados Unidos e Costa do Marfim, sem nenhum representante europeu, e vencido pelos argentinos. Na segunda edição, em 1995, o número de participantes subiu para seis: Dinamarca, Argentina, Nigéria, México, Arábia Saudita e Japão. O título ficou com os dinamarqueses.

Em 1997, eram oito participantes: Brasil, Uruguai, República Tcheca, África do Sul, México, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Austrália. O time de Zagallo vinha vivendo um momento espetacular, tendo conseguido obter 14 vitórias consecutivas. Depois da conquista da Copa América, em Santa Cruz de la Sierra, o time venceu seis amistosos, contra Coréia do Sul, Japão, Marrocos, País de Gales, Equador e África do Sul.

A Seleção Brasileira se dava ao luxo de ter a Rivaldo, principal jogador do Barcelona, da Espanha, no banco de reservas. Os titulares de Zagallo na Copa das Confederações de 1997: Dida (Cruzeiro), Cafu (Roma, Itália), Aldair (Roma, Itália), Júnior Baiano (Flamengo) e Roberto Carlos (Real Madrid, Espanha), César Sampaio (Yokohama Flugels, Japão), Dunga (Jubilo Iwata, Japão), Juninho Paulista (Atlético de Madrid, Espanha) e Denílson (São Paulo), Romário (Flamengo) e Ronaldo (Internazionale, Itália).


Na sua estréia, o time canarinho venceu a Arábia Saudita por 3 x 0. Depois empatou sem gols com a Austrália. Na última rodada da primeira fase venceu ao México por 3 x 2. Avançou à semi-final como líder de seu grupo e enfrentou a República Tcheca, a quem venceu por 2 x 0. O adversário na final foi a surpreendente Austrália, que venceu ao Uruguai por 1 x 0 na outra semi-final, e que era a única equipe que o Brasil não havia vencido no torneio, já que o jogo na primeira fase terminou num empate sem gols.

Se havia faltado gols no primeiro confronto entre ambos, na finalíssima sobraram. O primeiro tempo terminou 3 x 0, com dois gols de Ronaldo “Fenômeno” e um gol do “Baixinho” Romário. No segundo tempo foi a mesma balada, mas com a dupla Ro-Ro invertendo os papéis: Romário balançou a rede duas vezes e Ronaldo uma. No final, três gols para cada um dos atacantes brasileiros. Brasil 6 x 0 Austrália. Mais um troféu para a coleção brasileira, troféu este que o Brasil desde então voltou a conquistar com freqüência.

Flávio Conceição e Romário

Na edição seguinte do torneio, em 1999, a Seleção Brasileira chegaria à final, contra o México, e, num jogo antológico no Estádio Azteca, perderia o título. Depois veria a França sagrar-se bi-campeã, em 2001, na primeira vez que o torneio foi utilizado como preparação do país-sede da Copa do Mundo, e foi jogado na Coréia do Sul e no Japão, sedes da Copa de 2002, depois em 2003, os franceses venceriam jogando em Paris.

Nas edições seguintes, o torneio foi sempre jogado um ano antes da Copa do Mundo, e sempre no país sede do Mundial, em 2005 foi na Alemanha, em 2009 na África do Sul, e em 2013 no Brasil, a Seleção Brasileira venceu estas três edições, passando a ser a mais vencedora na história da Copa das Confederações.

A próxima parada do time de Zagallo seria a Copa do Mundo de 1998 na França. A seleção vinha jogando um futebol vistoso e competitivo, eram enormes as esperanças dos brasileiros de voltar a conquistar a taça do mundo!

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