quarta-feira, 4 de março de 2015

A desesperança e os fantasmas com a Copa de 2014: o fracasso na Olimpíada 2012

Para quem tinha a pretensão de ser campeão do mundo, os resultados obtidos em 2011 deixavam a desejar. Ao mesmo tempo, porém, uma nova safra de jovens chegava para alimentar esperanças. Pela quinta vez na história, o Brasil sagrou-se campeão do Mundial Sub-20. Os titulares na campanha, que tiveram a Ney Franco como treinador, foram: Gabriel (Cruzeiro), Danilo (Santos), Bruno Uvini (São Paulo), Juan Jesus (Internacional) e Gabriel Silva (Palmeiras), Fernando (Grêmio), Casemiro (São Paulo), Oscar (Internacional) e Philippe Coutinho (Internazionale, Itália), Willian José (São Paulo) e Henrique (São Paulo).

Para 2012, o principal desafio era a luta pelo aguardado ouro olímpico. Inicialmente a seleção seria comandada por Ney Franco, que acabara de conquistar o Mundial Sub-20, mas os planos acabaram mudando e foi Mano Menezes mesmo quem dirigiu a equipe.

No primeiro semestre, aproveitando para mesclar o time principal a jogadores em idade olímpica, uma série de cinco amistosos. O Brasil venceu a Bósnia, Dinamarca e Estados Unidos, e perdeu para México e Argentina. O time continuava sem encontrar seu melhor futebol.

Nas Olimpíadas, Mano escalou seu time com: Gabriel (Milan, Itália), Rafael (Manchester United, Inglaterra), Thiago Silva (Milan, Itália), Juan Jesus (Internzionale, Itália) e Marcelo (Real Madrid, Espanha), Sandro (Tottenham, Inglaterra), Rômulo (Vasco) e Oscar (Internacional), Hulk (Porto, Portugal), Leandro Damião (Internacional) e Neymar (Santos). Interessante notar que dois jogadores que participaram tanto do Mundial Sub-20 quanto das Olimpíadas, o goleiro Gabriel e o zagueiro Juan, já vestiam a camisa de clubes europeus após a conquista do torneio de base.


No torneio olímpico, em Londres, o Brasil não teve dificuldades na primeira fase, venceu o Egito por 3 x 2, a Bielo-Rússia por 3 x 1 e a Nova Zelândia por 3 x 0. Nas quartas de final, venceu Honduras por 3 x 2 e na semi-final venceu a Coréia do Sul por 3 x 0. Foram três gols por jogo nos cinco duelos. Na final, o adversário era o México, algoz da Seleção Brasileira nos anos anteriores. O time canarinho era favorito, mas ninguém deixou isto claro para os mexicanos. Oribe Peralta fez dois gols, Hulk descontou, e o sonho olímpico brasileiro mais uma vez naufragou: México 2 x 1 Brasil.

Quinta medalha do futebol masculino do Brasil na história olímpica, terceira de prata, além de dois bronzes. O tão sonhado ouro estava adiado para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. O time de Mano Menezes continuava não dando razões para otimismo com relação ao desempenho na Copa de 2014.

O treinador continuava sob fogo cruzado, recebendo pesadas críticas. No entanto, no segundo semestre de 2012, o time enfim começou a melhorar o futebol apresentado. Numa seqüência de amistosos, venceu a Suécia por 3 x 0 e a África do Sul por 1 x 0. Conseguiu então uma série de três goleadas: 8 x 0 na China, 6 x 0 no Iraque e 4 x 0 no Japão. Seguiu-se um empate com a Colômbia (1 x 1) e a conquista da segunda edição do Superclássico das Américas, depois de uma vitória por 2 x 1 em Goiânia, uma derrota pelo mesmo placar em Buenos Aires, com vitória nos pênaltis.

Os titulares de Mano Menezes em 2012: Diego Alves (Valência, Espanha), Daniel Alves (Barcelona, Espanha), Thiago Silva (Milan, Itália), David Luiz (Chelsea, Inglaterra) e Marcelo (Real Madrid, Espanha), Sandro (Tottenham, Inglaterra), Ramires (Chelsea, Inglaterra) e Oscar (Internacional), Hulk (Porto), Leandro Damião (Internacional) e Neymar (Santos).

Foi então que uma reviravolta política mudou o rumo da Seleção Brasileira. Envolvido num escândalo de compra de votos dentro da FIFA, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, renunciou a seu mandato, o mais longo da história da entidade, a qual presidiu de 1989 a 2012. Seu substituto, José Maria Marin, subitamente decidiu mudar o treinador, para afastar a marca da gestão anterior.

A inquietação em torno do risco de perder uma Copa do Mundo jogando no Brasil era enorme. Para acalmar, decidiu-se colocar o comando técnico da seleção numa co-gestão entre os dois últimos treinadores brasileiros que tinham conquistado o Mundial: Luiz Felipe Scolari foi escolhido como novo treinador, com Carlos Alberto Parreira como seu assistente-técnico.

O trabalho dos dois a frente da Seleção Brasileira começou difícil. Faltavam seis meses para a Copa das Confederações, evento-teste para a Copa do Mundo, e primeiro contato da seleção com a torcida em estádios brasileiros em uma competição oficial.

Os primeiros resultados da dupla de treinadores campeões mundiais não foram positivos. Numa seqüência de amistosos no primeiro semestre de 2013, o Brasil perdeu por 2 x 1 para a Inglaterra no Estádio de Wembley, e depois empatou com Itália (2 x 2), Rússia (1 x 1), Chile (2 x 2) e Inglaterra (2 x 2), este último, desta vez tendo jogado no Maracanã. No último amistoso antes da estréia, no entanto, uma vitória convincente: 3 x 0 sobre a França, em Porto Alegre, na Arena do Grêmio. O povo brasileiro, entretanto, continuava pessimista e descrente.

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