segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A Copa do Mundo de 2002

A Seleção Brasileira vinha de uma seqüência de péssimos resultados. A pressão sobre o trabalho de Luiz Felipe Scolari era enorme. Havia um clamor popular, sobretudo no Rio de Janeiro, para que Romário fosse convocado. Num episódio constrangedor, uma multidão cercou Felipão na saída da antiga sede da CBF no Centro do Rio e quase o agrediu por causa da não convocação do atacante.

Buscando alternativas para montar a equipe, a preparação para a Copa de 2002 se iniciou no fim de janeiro com dois amistosos para os quais foram convocados apenas jogadores que atuavam no Brasil. Felipão proporcionou a estréia de vários jogadores que ainda não tinham tido oportunidade de vestir a camisa canarinho. Foram duas vitórias convincentes, 6 x 0 sobre a Bolívia em Goiânia, e 6 x 1 sobre a Islândia em Cuiabá. Desta experiência, três jogadores, em especial, souberam se aproveitar e garantiram seus passaportes para a Copa Coréia-Japão: o zagueiro Anderson Polga, do Grêmio, o volante Gilberto Silva, do Atlético Mineiro, e o meia Kléberson, do Atlético Paranaense.

Em seguida, mais quatro amistosos, com três vitórias (sobre Iugoslávia, Catalunha e Malásia) e um empate (com Portugal, em Lisboa). Felipão ignorou clamores populares e apostou em suas convicções, levando um grupo renovado. Um único desfalque de última hora, o volante Emerson se lesionou num treinamento e teve de ser cortado.

Havia muita insegurança quanto aos resultados naquela Copa. Sem as convocações de Juninho Pernambucano e Romário, havia muita crítica, sobretudo partindo da imprensa carioca. Mas o treinador já tinha seu time pronto na cabeça, restava dúvida no meio de campo, Juninho Paulista ou Ricardinho como titular? Ele começou com Juninho, mas terminou a Copa nem com um nem com outro, o titular no final foi Kléberson. Havia muitas dúvidas, de todas as partes, sobre o estado físico de Ronaldo; ele tinha voltado, poucos meses antes do Mundial, de um longo período inativo, por conta de uma série de operações cirúrgicas que precisou fazer no joelho. 


Era a primeira vez que a Copa do Mundo seria realizada fora do eixo Europa-Américas. E era a primeira vez que dois países co-organizariam o Mundial. Os palcos escolhidos pela FIFA para abrigar a 17ª Copa foram o Japão e a Coréia do Sul.

Não houve qualquer alteração em relação ao formato do Mundial anterior. As Eliminatórias para a Copa de 2002 proporcionaram algumas surpresas. Na Europa, a Holanda acabou eliminada num grupo no qual Portugal e Eire se classificaram, já a Alemanha foi para repescagem, mas venceu a Ucrânia e conseguiu a classificação. Na América do Sul, o Uruguai só conseguiu sua classificação na repescagem, na qual superou a Austrália.

O Grupo A do Mundial foi formado por França, Dinamarca, Uruguai e Senegal, o Grupo B por Espanha, Eslovênia, Paraguai e África do Sul, o Grupo C por Brasil, Turquia, China e Costa Rica, o Grupo D por Portugal, Polônia, Estados Unidos e Coréia do Sul, o Grupo E por Alemanha, Eire, Camarões e Arábia Saudita, o Grupo F por Argentina, Inglaterra, Suécia e Nigéria, o grupo G por Itália, Croácia, México e Equador, e o Grupo H por Rússia, Bélgica, Japão e Tunísia.

A maior surpresa na 1ª Fase foi a eliminação da França, então campeã mundial. Os franceses caíram logo na estréia para Senegal, por 1 x 0, depois ainda perderam para a Dinamarca, obtiveram só um empate, e sem gols com o Uruguai. Com Zinedine Zidane lesionado e tendo atuado, no sacrifício, apenas no terceiro jogo, o time de Thierry Henry e David Trezeguet foi eliminado sem ter conseguido balançar as redes uma única vez na Copa de 2002. Outra surpresa foi a eliminação de Portugal, do astro Luís Figo, batido pelas duas grandes surpresas daquela Copa: Coréia do Sul e Estados Unidos.

Além de França e Portugal, quem também caiu logo na 1ª Fase foi o maior rival histórico do Brasil, a Argentina. O time era teoricamente muito bom, tinha Juan Verón, Ariel Ortega, Pablo Aimar, Hernán Crespo e Gabriel Batistuta. Mas os comandados de Marcelo Bielsa fizeram um péssimo Mundial. Na estréia alimentaram esperanças ao vencer a Nigéria por 1 x 0. Mas o grupo era dificílimo, um verdadeiro "grupo da morte". Na segunda rodada, derrota para a Inglaterra por 1 x 0, gol de David Beckham, e na última rodada empate com a Suécia por 1 x 1. Ingleses e suecos fizeram cinco pontos e a Argentina apenas quatro. Voltou mais cedo para casa e viu seus algozes terem vida curta naquela Copa. A Suécia caiu logo nas oitavas de final ao perder para Senegal. Os ingleses caíram nas quartas de final.

Nenhum comentário:

Postar um comentário