A 16ª Copa do Mundo, jogada na
França, reuniu, pela primeira vez, a 32 seleções. O Grupo A tinha Brasil, Escócia, Noruega e
Marrocos, o Grupo B reuniu Itália, Áustria, Chile e Camarões, o Grupo C tinha
França, Dinamarca, África do Sul e Arábia Saudita, o Grupo D reuniu Espanha,
Bulgária, Nigéria e Paraguai, o Grupo E foi formado por Holanda, Bélgica,
México e Coréia do Sul, o Grupo F tinha Alemanha, Iugoslávia, Estados Unidos e
Irã, o Grupo G reuniu Inglaterra, Romênia, Colômbia e Tunísia, e o Grupo H era
formado por Argentina, Croácia, Japão e Jamaica. O resultado mais surpreendente da
1ª fase foi a eliminação da Espanha, mas não foi de todo tão surpreendente,
pois Nigéria e Paraguai estavam com equipes bem fortes.
O time brasileiro titular na Copa de 98:
Taffarel, Cafu, Aldair, Júnior Baiano e Roberto Carlos, César Sampaio, Dunga,
Leonardo e Rivaldo, Bebeto e Ronaldo. O Brasil teve uma estréia tensa, passou
apertado pela Escócia, por 2 x 1, gols de César Sampaio e Cafu (para a súmula
este foi gol contra). Depois superou Marrocos com facilidade por 3 x 0, gols de
Ronaldo, Rivaldo e Bebeto. Já classificado, pegou a Noruega. O Brasil sempre teve, historicamente, dificuldade para superar o padrão de jogo nórdico, e foi mais uma
vez assim, acabou derrotado por 2 x 1, o que não o impediu de terminar a 1ª fase na
liderança do grupo.
Nas oitavas de final, o
adversário era o Chile, da dupla de ataque Marcelo Salas e Ivan Zamorano. Mas o
Brasil não teve dificuldade, venceu por 4 x 1, com César Sampaio e Ronaldo
marcando duas vezes cada. Nas quartas de final, um novo “desafio nórdico”,
desta vez a perigosa Dinamarca. Jorgensen abriu o marcador logo aos dois
minutos de jogo, e a apreensão cresceu. Mas nove minutos depois Bebeto empatou.
Aos 27, Rivaldo colocou o Brasil a frente. Mas o jogo seguia duríssimo. Aos 5
minutos do segundo tempo, Brian Laudrup, irmão mais novo de Michael Laudrup,
voltou a colocar a igualdade no placar. Dez minutos depois foi a vez de
Rivaldo brilhar e colocar números definitivos no placar. 3 x 2 para o Brasil,
mesmo placar e mesma dureza das quartas de final da Copa anterior, no
antológico confronto contra a Holanda. O Brasil estava mais uma vez numa
semi-final de Copa do Mundo. E pela frente teria como adversário aos holandeses, osso mais duro
dentre os roídos na conquista de quatro anos antes.
O time holandês era capitaneado
por Dennis Bergkamp, mas ainda tinha o centroavante Patrick Kluivert, o
voluntarioso Davids, e os irmãos gêmeos Frank e Ronald de Boer. Uma equipe
muito forte, que havia eliminado a Argentina nas quartas.
Brilhou a estrela do camisa 9
Ronaldo, que logo no primeiro minuto do segundo tempo abriu o placar. Porém,
aos 42 minutos da etapa final, Kluivert empatou. A Seleção Brasileira esteve
muito perto de garantir sua vaga na final, mas agora teria que lutar por ela
nos pênaltis, já que na prorrogação a bola não balançou as redes. Ronaldo,
Rivaldo, Emerson e Dunga não desperdiçaram suas cobranças, Taffarel, como havia
feito quatro anos antes, fez suas defesas. Brasil 4 x 2!
Foi a sétima vez que o Brasil foi
a uma disputa de pênaltis em sua história, e já não havia mais qualquer trauma depois do desempenho ruim nas primeiras disputas. O Brasil perdeu nos pênaltis
para a França na Copa do Mundo de 1986 e para a Argentina na Copa América de
1993, ainda perdeu a final da Copa América de 1995 para o Uruguai. Por outro
lado, venceu à Alemanha nas Olimpíadas de 1988, à Itália na final da Copa do
Mundo de 1994, à Argentina na Copa América de 1995. A vitória sobre a Holanda
na Copa do Mundo de 1998 foi a quarta em sete disputas. Detalhe que nestas
quatro vitórias o goleiro brasileiro era Cláudio Taffarel, que das três
derrotas esteve apenas em uma, na de 1995.
O dia 12 de julho de 1998 foi um
dos mais agitados da história da Seleção Brasileira. O Brasil entrava em campo
para enfrentar a França em Paris. Uma batalha duríssima. Horas antes do jogo, o
artilheiro canarinho, Ronaldo, sofreu uma convulsão no quarto do hotel e foi levado às pressas para o hospital. Ao que tudo indica, ele vinha jogando com
dores no joelho, e, para amenizá-las, vinha tomando infiltrações
injetadas no local. Houve um erro na aplicação naquele dia e o medicamento entrou
em contato com a corrente sanguínea, provocando a convulsão.
Na hora do jogo, a imprensa, que
até então desconhecia os fatos, recebe a escalação com Edmundo e Bebeto no
ataque. À última hora, porém, Ronaldo é liberado pelos médicos e aparece no
vestiário. Tendo aval médico, Zagallo decide escalá-lo. Por muitos e muitos
anos, os brasileiros responsabilizarão esta seqüência de fatos pelo desenrolar
dos acontecimentos naquela final. É fato que foi um acontecimento marcante, mas
não mais marcante do que os jogadores franceses abraçados no Stade de France
escutando o estádio inteiro cantar a plenos pulmões La Marseillaise, hino francês: “Avante filhos da pátria, o dia de
glória chegou!”. E a esperança tinha nome e número, camisa número 10, filho de
argelinos, Zinedine Zidane.
Aos 27 minutos do primeiro tempo
Zidane fez de cabeça o gol que abriu o placar. Aos 46, num lance quase
idêntico, ele fez de novo. Fim de primeiro tempo: França 2 x 0. O destino da
taça do mundo parecia já estar definido. E estava. O Brasil pressionou muito no
segundo tempo, mas não conseguiu diminuir. Aos 48 minutos do segundo tempo, o
tiro de misericórdia, Petit faz 3 x 0. Pela primeira vez na história, a França
era campeã mundial.
O time campeão do mundo: Barthez;
Thuram, Blanc, Desailly e Lizarazu; Deschamps, Petit, Karembeu e Zinedine
Zidane; Djorkaeff e Guivarch, sendo Aimé Jacquet o treinador.
A Seleção da Copa de 98 escolhida
pela FIFA: Jose Luis Chilavert (Paraguai), Lilian Thuram (França), Marcel Desailly
(França), Carlos Gamarra (Paraguai) e Roberto Carlos (Brasil), Davids
(Holanda), Dunga (Brasil), Zidane (França) e Rivaldo (Brasil), Dennis Bergkamp
(Holanda) e Ronaldo (Brasil).
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