sábado, 6 de setembro de 2014

A perda da Copa das Confederações de 1999

Uma semana depois de conquistar a Copa América, a Seleção Brasileira de Vanderlei Luxemburgo já entrava em campo novamente para disputar uma competição. O desafio desta vez era a Copa das Confederações, que seria jogada no México.

Com problemas para obter a liberação de vários jogadores junto aos clubes que estes defendiam na Europa, o time do Brasil foi bastante modificado para a competição. Cafu, Antônio Carlos, Roberto Carlos, Rivaldo, Amoroso e Ronaldo deixaram a seleção e não disputaram o torneio no México.

Os titulares da Seleção Brasileira na Copa das Confederações de 1999: Dida (Lugano, Suiça), Evanilson (Cruzeiro), Odvan (Vasco), João Carlos (Cruzeiro) e Serginho (Milan, Itália), Emerson (Bayer Leverkusen, Alemanha), Vampeta (Corinthians), Alex (Palmeiras) e Zé Roberto (Bayer Leverkusen, Alemanha), Ronaldinho Gaúcho (Grêmio) e Christian (Internacional).

A seleção estava no grupo B, ao lado de Alemanha, Estados Unidos e Nova Zelândia. No outro grupo estavam México, Bolívia, Egito e Arábia Saudita. O grande desafio para o Brasil veio logo na primeira rodada, no duelo entre os dois maiores vencedores da história da Copa do Mundo. O time alemão tinha a mesma característica da equipe brasileira, uma mescla de jogadores experientes e jovens talentos. A principal estrela da equipe era o veterano Lottar Mattaus, estrela da conquista da Copa de 90; a seu lado reluzia o jovem promissor Michael Balack.

Lottar Mattaus e Ronaldinho Gaúcho

Depois de um primeiro tempo morno e equilibrado, Zé Roberto abriu o placar aos 17 minutos, com Ronaldinho Gaúcho, cobrando pênalti, ampliando a vantagem dez minutos depois. O conjunto canarinho tomou conta do jogo. Aos 41 minutos Alex ampliou a vantagem, e no minuto seguinte ele mesmo tratou de dar números finais ao jogo. Uma atuação empolgante, uma vitória espetacular: Brasil 4 x 0 Alemanha!

No segundo jogo, uma vitória simples sobre os EUA, com gol de Ronaldinho. Na última rodada, já classificado, o Brasil venceu a Nova Zelândia por 2 x 0. A Alemanha perdeu para os Estados Unidos, na última rodada, por 2 x 0 e foi eliminada. Apesar de desfalcado, o Brasil avançava como franco favorito à conquista do título. Três vitórias em três jogos, sete gols convertidos e nenhum sofrido. Os números pareciam apontar um virtual campeão.

Na semi-final, o adversário foi a Arábia Saudita. Com dez minutos de jogo, o zagueiro João Carlos e Ronaldinho Gaúcho já haviam balançado a rede. Os sauditas diminuíram aos 22 e empataram aos 31 minutos, mas o Brasil não se intimidou. Zé Roberto e Alex voltaram a marcar e o time foi para o intervalo vencendo por 4 x 2. No segundo tempo sé deu Brasil, que balançou as redes mais quatro vezes, duas delas com Ronaldinho. Goleada implacável: Brasil 8 x 2 Arábia Saudita.

Ronaldinho Gaúcho desponta

Mas se todo o mundo julgava que o Brasil era favoritíssimo ao título, faltou combinar com os mexicanos. Na final, o Estádio Azteca recebeu 110 mil espectadores para apoiar maciçamente ao México, que chegava pela primeira vez em sua historia à final de um torneio de escala mundial. O estádio, que, desde as reformas feitas no Maracanã na década de 1990, havia passado a ser o maior do mundo, empurrava emocionadamente sua seleção. Logo aos 13 minutos o estádio explodiu em êxtase, Miguel Zepeda fez o primeiro gol. Aos 28 minutos, José Manuel Abundis ampliou.

Com gols do lateral-esquerdo Serginho, cobrando pênalti, nos minutos finais do primeiro tempo, e Roni, atacante do Fluminense, que havia acabado de entrar, logo na volta para a etapa final, o placar voltou à igualdade: 2 x 2. Mas numa noite antológica, Zepeda fez mais um, desempatando o jogo apenas quatro minutos após o empate canarinho. Coube à estrela do time e ídolo dos mexicanos, Cuauhtemoc Blanco, fazer o quarto aos 17 minutos. Mas a Seleção Brasileira não se entregava, no minuto seguinte Zé Roberto diminuiu, mantendo o jogo emocionante até o instante final. Mas ficou nisto: México 4 x 3 Brasil.


O Brasil mais uma vez perdia um título para o México, que passou a ser uma pedra no sapato da seleção. Até 1993, a Seleção Brasileira havia feito 25 jogos contra o México, tendo vencido 17 vezes, empatado 6 vezes e perdido apenas 2 vezes, ambas em 1968. Enfrentar os mexicanos, portanto, não era muito difícil até então. Só que na Copa Ouro da Concacaf de 1996 o Brasil perdeu o título para os mexicanos, mas como estava jogando com uma Seleção Sub 23, aceitou-se isto com naturalidade. Entre 1997 e 1999, em mais cinco confrontos, outras cinco vitórias brasileiras. Veio então a derrota na final da Copa das Confederações de 1999. Desde então, o México parece ter perdido o medo, pois nos sete jogos seguintes, o Brasil venceu dois, houve dois empates e o México venceu três vezes: 1 x 0 na Copa América de 2001, 1 x 0 na Copa das Confederações de 2005, e 2 x 0 na Copa América de 2007. A Seleção ainda foi derrotada em duas finais pelos mexicanos, no Mundial Sub 17 de 2005 e com a seleção Sub 23 nos Jogos Olímpicos de 2012.


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