Uma semana depois de conquistar a
Copa América, a Seleção Brasileira de Vanderlei Luxemburgo já entrava em campo
novamente para disputar uma competição. O desafio desta vez era a Copa das
Confederações, que seria jogada no México.
Com problemas para obter a
liberação de vários jogadores junto aos clubes que estes defendiam na Europa, o
time do Brasil foi bastante modificado para a competição. Cafu, Antônio Carlos,
Roberto Carlos, Rivaldo, Amoroso e Ronaldo deixaram a seleção e não disputaram
o torneio no México.
Os titulares da Seleção
Brasileira na Copa das Confederações de 1999: Dida (Lugano, Suiça), Evanilson
(Cruzeiro), Odvan (Vasco), João Carlos (Cruzeiro) e Serginho (Milan, Itália),
Emerson (Bayer Leverkusen, Alemanha), Vampeta (Corinthians), Alex (Palmeiras) e
Zé Roberto (Bayer Leverkusen, Alemanha), Ronaldinho Gaúcho (Grêmio) e Christian
(Internacional).
A seleção estava no grupo B, ao
lado de Alemanha, Estados Unidos e Nova Zelândia. No outro grupo estavam
México, Bolívia, Egito e Arábia Saudita. O grande desafio para o Brasil veio
logo na primeira rodada, no duelo entre os dois maiores vencedores da história
da Copa do Mundo. O time alemão tinha a mesma característica da equipe
brasileira, uma mescla de jogadores experientes e jovens talentos. A principal
estrela da equipe era o veterano Lottar Mattaus, estrela da conquista da Copa
de 90; a seu lado reluzia o jovem promissor Michael Balack.
Depois de um primeiro tempo morno
e equilibrado, Zé Roberto abriu o placar aos 17 minutos, com Ronaldinho Gaúcho,
cobrando pênalti, ampliando a vantagem dez minutos depois. O conjunto canarinho
tomou conta do jogo. Aos 41 minutos Alex ampliou a vantagem, e no minuto seguinte
ele mesmo tratou de dar números finais ao jogo. Uma atuação empolgante, uma
vitória espetacular: Brasil 4 x 0 Alemanha!
No segundo jogo, uma vitória
simples sobre os EUA, com gol de Ronaldinho. Na última rodada, já classificado,
o Brasil venceu a Nova Zelândia por 2 x 0. A Alemanha perdeu para os Estados
Unidos, na última rodada, por 2 x 0 e foi eliminada. Apesar de desfalcado, o
Brasil avançava como franco favorito à conquista do título. Três vitórias em
três jogos, sete gols convertidos e nenhum sofrido. Os números pareciam apontar
um virtual campeão.
Na semi-final, o adversário foi a
Arábia Saudita. Com dez minutos de jogo, o zagueiro João Carlos e Ronaldinho
Gaúcho já haviam balançado a rede. Os sauditas diminuíram aos 22 e empataram
aos 31 minutos, mas o Brasil não se intimidou. Zé Roberto e Alex voltaram a
marcar e o time foi para o intervalo vencendo por 4 x 2. No segundo tempo sé
deu Brasil, que balançou as redes mais quatro vezes, duas delas com Ronaldinho.
Goleada implacável: Brasil 8 x 2 Arábia Saudita.
Mas se todo o mundo julgava que o
Brasil era favoritíssimo ao título, faltou combinar com os mexicanos. Na final,
o Estádio Azteca recebeu 110 mil espectadores para apoiar maciçamente ao
México, que chegava pela primeira vez em sua historia à final de um torneio de
escala mundial. O estádio, que, desde as reformas feitas no Maracanã na década
de 1990, havia passado a ser o maior do mundo, empurrava emocionadamente sua
seleção. Logo aos 13 minutos o estádio explodiu em êxtase, Miguel Zepeda fez o
primeiro gol. Aos 28 minutos, José Manuel Abundis ampliou.
Com gols do lateral-esquerdo
Serginho, cobrando pênalti, nos minutos finais do primeiro tempo, e Roni,
atacante do Fluminense, que havia acabado de entrar, logo na volta para a etapa
final, o placar voltou à igualdade: 2 x 2. Mas numa noite antológica, Zepeda
fez mais um, desempatando o jogo apenas quatro minutos após o empate canarinho.
Coube à estrela do time e ídolo dos mexicanos, Cuauhtemoc Blanco, fazer o
quarto aos 17 minutos. Mas a Seleção Brasileira não se entregava, no minuto
seguinte Zé Roberto diminuiu, mantendo o jogo emocionante até o instante final.
Mas ficou nisto: México 4 x 3 Brasil.
O Brasil mais uma vez perdia um
título para o México, que passou a ser uma pedra no sapato da seleção. Até 1993, a Seleção Brasileira havia feito 25 jogos contra o
México, tendo vencido 17 vezes, empatado 6 vezes e perdido apenas 2 vezes,
ambas em 1968. Enfrentar os mexicanos, portanto, não era muito difícil até
então. Só que na Copa Ouro da Concacaf de 1996 o Brasil perdeu o título para os
mexicanos, mas como estava jogando com uma Seleção Sub 23, aceitou-se isto com
naturalidade. Entre 1997 e 1999, em mais cinco confrontos, outras cinco
vitórias brasileiras. Veio então a derrota na final da Copa das Confederações
de 1999. Desde então, o México parece ter perdido o medo, pois nos sete jogos
seguintes, o Brasil venceu dois, houve dois empates e o México venceu três
vezes: 1 x 0 na Copa América de 2001, 1 x 0 na Copa das Confederações de 2005,
e 2 x 0 na Copa América de 2007. A Seleção ainda foi derrotada em duas finais
pelos mexicanos, no Mundial Sub 17 de 2005 e com a seleção Sub 23 nos Jogos
Olímpicos de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário