sábado, 21 de junho de 2014

A vida após Pelé

Depois do título conquistado sobre a Itália, no México, Pelé jogou apenas mais quatro jogos com a camisa canarinho. Em 1970, após o Tri, o Brasil entrou em campo mais duas vezes: venceu ao México por 2 x 1 no Maracanã, na festa de celebração da conquista, e goleou ao Chile por 5 x 1 em Santiago.

No primeiro jogo de 1971, em julho, a seleção empatou com a Áustria no Morumbi, em São Paulo; naquele dia, 11 de julho de 71, Pelé marcava seu último gol com a camisa da seleção. Três dias depois houve uma vitória por 1 x 0 sobre a Tchecoslováquia no Maracanã, Pelé não jogou. Jogou em 18 de julho, num Maracanã lotado para despedir-se do Rei do Futebol. O Brasil empatou em 2 x 2 com a Iugoslávia, gols de Rivellino e Gérson. Pelé foi substituído no segundo tempo por Claudiomiro, que era jogador do Internacional. Saiu de campo e o jogo parou, ele deu uma volta olímpica acenando para a multidão que gritava “Fica Pelé!”. Acabava ali, naquele dia, a história de Pelé com a camisa canarinho.

Mas o Brasil mantinha um futebol de primeira linha. Nos 14 jogos seguintes à despedida de Pelé, a seleção não perdeu, só voltando a ser derrotada em junho de 1973. Em 71 houve uma vitória sobre o Paraguai e três empates, um com a Hungria e dois com a Argentina, ambos em Buenos Aires. Em 72, vitórias sobre Iugoslávia, Escócia, Portugal, Paraguai e sobre o Hamburgo, da Alemanha; e dois empates, contra a Seleção Gaúcha e contra a Tchecoslováquia.

Nesta série de jogos, jogando no Maracanã contra Tchecoslováquia, Iugoslávia, Escócia e Portugal, a Seleção Brasileira conquistou a Taça da Independência, torneio comemorativo dos 150 anos da Independência do Brasil.

Os titulares de Zagallo durante 1972, após a saída de Pelé, foram: Leão (Palmeiras), Zé Maria (Corinthians), Brito (Botafogo), Vantuir (Atlético Mineiro) e Marco Antônio (Fluminense), Clodoaldo (Santos), Gérson (Fluminense) e Rivellino (Corinthians), Jairzinho (Botafogo), Tostão (Vasco) e Paulo César Caju (Flamengo).

Em 1973, o Brasil goleou a Bolívia por 5 x 0 no Maracanã, depois seguiu para uma excursão por África e Europa. A primeira parada foi no norte da África, onde a seleção não teve dificuldades para vencer à Argélia e à Tunísia. Depois, no primeiro jogo da turnê européia, jogando em Roma, o Brasil perdeu por 2 x 0 para a Itália. Este jogo encerrou uma seqüência de 35 jogos invictos do Brasil (27 vitórias e 8 empates). A Seleção Brasileira ficou de março de 70 a junho de 73 sem perder nenhum jogo.

O Brasil ainda perderia mais uma vez naquele giro pela Europa, por 1 x 0 para a Suécia em Estocolmo. Mas o desempenho apesar destas duas derrotas foi muito bom. Houve um empate com a Áustria e quatro vitórias, com destaque para o 1 x 0 sobre a Alemanha Ocidental, em Berlin, e o 1 x 0 sobre a União Soviética, em Moscou. As outras vitórias foram sobre Escócia e Irlanda.

Amistoso em 73: Brasil 1 x 0 Alemanha

O time brasileiro, no entanto, apresentou nesta excursão uma característica que carregaria até a Copa do Mundo de 1974, era uma equipe de placares quase sempre magros: 0 x 0, 1 x 0 ou 1 x 1.

Os titulares em 1973: Leão (Palmeiras), Zé Maria (Corinthians), Luís Pereira (Palmeiras), Wilson Piazza (Cruzeiro) e Marco Antônio (Fluminense), Clodoaldo (Santos), Rivellino (Corinthians) e Paulo César Caju (Flamengo), Jairzinho (Botafogo), Leivinha (Palmeiras) e Edu (Santos).

A equipe brasileira tentava repetir o padrão tático que havia vencido no México, mas sofria muito pela queda de qualidade imposta pelas ausências de Tostão e Pelé. Ambos haviam deixado a seleção, Pelé por decisão própria, e Tostão por um problema crônico na visão, por conta de um deslocamento de retina. Tostão parou de jogar aos 26 anos, pois se insistisse correria o risco de ficar cego. Passou por duas intervenções cirúrgicas nos Estados Unidos, a primeira em 1969 e a segunda em 1973, mas nenhuma das duas conseguiu reverter a gravidade da lesão.

Faltava à Seleção também a genialidade de Gérson apresentara em 1970. Embora o canhota ainda estivesse na ativa, não era mais a primeira opção de Zagallo. No meio, para as funções de Gérson e Pelé, o treinador usava Rivellino e Paulo César, dois jogadores de qualidade técnica excepcional, mas o time não repetia a mesma dinâmica. Como nem Leivinha nem Valdomiro, as duas opções que vinham sendo usadas para suprir a ausência de Tostão, tinham a qualidade do camisa 9 da Copa de 70. A queda de qualidade nestes setores diminuía também a eficiência ofensiva de Jairzinho, o “Furacão da Copa”.

Ainda assim, havia um grande otimismo com o desempenho da Seleção Brasileira na Copa da Alemanha, especialmente pelo Brasil ter vencido a Alemanha dentro de Berlin no ano anterior.

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