Pelé jogou a Copa do Mundo de
1958 com a camisa 10 por acaso. O garoto de apenas 17 anos a usou porque a
numeração foi definida pela ordem do número de inscrição dos jogadores na CBD.
Por acaso, o garoto Édson era o décimo inscrito, assim como Garrincha naquele
Mundial foi o número 11, mas em toda sua carreira envergou o número 7.
A camisa 10 se transformou num
símbolo. Na Argentina, foi o número de Diego Armando Maradona e Lionel Messi,
na França foi de Michel Platini e Zinedine Zidane, na Itália foi de Roberto
Baggio, na Alemanha foi de Lottar Mattaus. O número 10 transformou-se quase num
sinônimo de melhor jogador do time.
Na Seleção Brasileira, antes de
Pelé, não existia o simbolismo em torno dela. Na Copa de 1950 o camisa 10 do
Brasil foi Danilo Alvim e em 1954 foi Pinga. Aí veio Pelé, detentor da 10 nas
Copas de 1958, 1962, 1966 e 1970. Daí para frente, ela foi de Rivellino em 1974
e 1978, em 1982 e 1986 foi de Zico, em 1990 foi de Silas, em 1994 foi de Raí, em
1998 e 2002 foi de Rivaldo, em 2006 foi de Ronaldinho Gaúcho, em 2010 foi de Kaká, e em 2014 foi de Neymar.
Pelé tornou-se um mito mundial.
Ferenc Puskas, craque húngaro do Time de Ouro e do Real Madrid uma vez falou
que: “o maior jogador de futebol do mundo foi Di Stéfano, porque eu me recuso a
classificar Pelé como jogador, ele está acima de tudo”. Foi mais ou menos o que
também disse o craque holandês Johann Cruyff nos anos 1970, ao dizer: “Posso
ser um novo Di Stéfano, mas não posso ser um novo Pelé. Ele é o único que ultrapassa
os limites da lógica”.
Em 1981, Pelé foi eleito pela revista francesa France
Football como o “Atleta do Século”, o mais completo desportista de todo o
século XX. Foi também diversas vezes nomeado como o melhor jogador de futebol
de todos os tempos. Mas nada mais expressivo para exemplificar a grandeza do
que representou Pelé para o futebol mundial do que os efeitos místicos
recebidos pela camisa 10. De Pelé em diante, em qualquer time de futebol no
mundo, buscava-se um jogador com qualidades técnicas diferenciadas para usá-la.
Dali em diante, a 10 não era mais para qualquer um.
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