sábado, 14 de junho de 2014

A mitológica Camisa 10


Pelé jogou a Copa do Mundo de 1958 com a camisa 10 por acaso. O garoto de apenas 17 anos a usou porque a numeração foi definida pela ordem do número de inscrição dos jogadores na CBD. Por acaso, o garoto Édson era o décimo inscrito, assim como Garrincha naquele Mundial foi o número 11, mas em toda sua carreira envergou o número 7.

A camisa 10 se transformou num símbolo. Na Argentina, foi o número de Diego Armando Maradona e Lionel Messi, na França foi de Michel Platini e Zinedine Zidane, na Itália foi de Roberto Baggio, na Alemanha foi de Lottar Mattaus. O número 10 transformou-se quase num sinônimo de melhor jogador do time.

Na Seleção Brasileira, antes de Pelé, não existia o simbolismo em torno dela. Na Copa de 1950 o camisa 10 do Brasil foi Danilo Alvim e em 1954 foi Pinga. Aí veio Pelé, detentor da 10 nas Copas de 1958, 1962, 1966 e 1970. Daí para frente, ela foi de Rivellino em 1974 e 1978, em 1982 e 1986 foi de Zico, em 1990 foi de Silas, em 1994 foi de Raí, em 1998 e 2002 foi de Rivaldo, em 2006 foi de Ronaldinho Gaúcho, em 2010 foi de Kaká, e em 2014 foi de Neymar.

Pelé tornou-se um mito mundial. Ferenc Puskas, craque húngaro do Time de Ouro e do Real Madrid uma vez falou que: “o maior jogador de futebol do mundo foi Di Stéfano, porque eu me recuso a classificar Pelé como jogador, ele está acima de tudo”. Foi mais ou menos o que também disse o craque holandês Johann Cruyff nos anos 1970, ao dizer: “Posso ser um novo Di Stéfano, mas não posso ser um novo Pelé. Ele é o único que ultrapassa os limites da lógica”.

Em 1981, Pelé foi eleito pela revista francesa France Football como o “Atleta do Século”, o mais completo desportista de todo o século XX. Foi também diversas vezes nomeado como o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Mas nada mais expressivo para exemplificar a grandeza do que representou Pelé para o futebol mundial do que os efeitos místicos recebidos pela camisa 10. De Pelé em diante, em qualquer time de futebol no mundo, buscava-se um jogador com qualidades técnicas diferenciadas para usá-la. Dali em diante, a 10 não era mais para qualquer um.




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