Depois do título mundial em 62, a
seleção principal só voltou a campo no ano seguinte, para ganhar o título da
Copa Roca com nova atuação de gala e goleada sobre a Argentina; primeiro perdeu
para os argentinos por 3 x 2 no Morumbi, em São Paulo, depois goleou
impiedosamente por 5 x 2 no Maracanã, com três gols de Pelé e dois de Amarildo.
Depois disto, fez uma longa excursão na Europa que levou um mês: perdeu por 1 x
0 para Portugal, foi goleada por 5 x 1 pela Bélgica (sem Pelé em campo), venceu
a França por 3 x 2, perdeu de 1 x 0 para a Holanda, venceu a Alemanha por 2 x
1, empatou em 1 x 1 com a Inglaterra, perdeu de 3 x 0 para a Itália, e venceu a
Egito, Israel e a um Combinado Berlin-Frankfurt.
O time titular desta excursão,
comandado ainda por Aymoré Moreira: Gilmar (Santos), Djalma Santos (Palmeiras),
Eduardo (Corinthians), Roberto Dias (São Paulo) e Rildo (Botafogo), Zito
(Santos) e Mengálvio (Santos), Dorval (Santos), Pelé (Santos), Coutinho
(Santos) e Pepe (Santos). Com o trio de atacantes do Botafogo - Quarentinha,
Amarildo e Zagallo – também tendo atuado bastante.
Já no Sul-Americano de
Cochabamba, na Bolívia, um time formado por Marcial (Atlético Mineiro), Jorge
(América-RJ), Flávio (Atlético Mineiro), Procópio (Fluminense) e Geraldino (Cruzeiro),
Ilton Vacari (Guarani-SP) e Tião Macalé (Guarani-SP), Almir (Taubaté-SP),
Flávio (Internacional), Marco Antônio (Comercial-SP) e Osvaldo (Guarani-RJ). Este
time venceu a Peru e Colômbia, mas empatou com o Equador, e perdeu para
Paraguai, Argentina e Bolívia. O Uruguai não participou e a Argentina também
mandou um time que estava longe de ser sua seleção principal. A campeã acabou
sendo a Bolívia, que conquistou o primeiro e único título de sua história.
Os resultados em 1963 não
agradaram e para o ano seguinte deu-se início ao ciclo preparatório para a Copa
de 1966 com treinador novo: Vicente Feola era reconduzido ao comando da Seleção
Brasileira. E ali começou um trabalho de renovação do grupo bi-campeão de 58 e
62. Caras novas, como o lateral-direito do Fluminense, Carlos Alberto Torres, o
zagueiro do Vasco, Brito, a dupla de meio-campistas do Palmeiras, Dudu e Ademir
da Guia, o ponta de lança do Botafogo, Gérson, chegaram à seleção.
O único compromisso de 1964 é a
Taça das Nações, um quadrangular jogado no Maracanã entre Brasil, Inglaterra,
Portugal e Argentina. O time titular do Brasil: Gilmar (Santos), Djalma Santos
(Palmeiras), Bellini (São Paulo), Orlando Peçanha (Santos) e Rildo (Botafogo),
Dudu (Palmeiras) e Ademir da Guia (Palmeiras), Garrincha (Botafogo), Pelé
(Santos), Flávio (Corinthians) e Rinaldo (Palmeiras). O Brasil goleou a
Inglaterra, com Bobby Moore e Bobby Charlton em campo, por implacáveis 5 x 1;
depois perdeu por 3 x 0 para a Argentina e goleou a Portugal por 4 x 1. A
Argentina, com três vitórias, foi a campeã.
Em 1965, uma longa série de
amistosos foi marcada como preparação para a Copa de 66 e para entrosamento do
time, que passava por forte renovação. Pegando os jogadores mais utilizados por
Feola nestes jogos, a cara da seleção principal era: Manga (Botafogo), Djalma
Santos (Palmeiras), Bellini (São Paulo), Orlando Peçanha (Santos) e Rildo
(Botafogo), Dudu (Palmeiras) e Gérson (Botafogo), Jairzinho (Botafogo), Pelé
(Santos), Flávio (Corinthians) e Paraná (São Paulo).
Logo no primeiro jogo do ano, no Maracanã, o
Brasil goleou a Bélgica por 5 x 0, com três gols de Pelé, que neste jogo foi o
primeiro a atingir a marca de 50 gols com a camisa da Seleção Brasileira. Só outros
5 jogadores tinham feito mais de 20 gols com a camisa do Brasil. Foram eles: Leônidas
da Silva, Ademir Menezes, Jair da Rosa Pinto, Zizinho e Didi. Aos 30 gols, só
Leônidas da Silva, Ademir Menezes e Zizinho haviam chegado. Pelé, que então recém
chegava aos 25 anos, já superara as marcas de 40 e de 50 gols. Em 1966 ele
superaria as barreiras de 60 e de 70 gols. Era um fenômeno! Era algo que jamais
havia se visto igual.
Depois no mesmo Maracanã, o
Brasil venceu a Alemanha Ocidental por 2 x 0, gols de Pelé e Flávio, e empatou
sem gols com a Argentina. Na seqüência foi para o exterior, onde venceu a Argélia
por 3 x 0, empatou sem gols com Portugal, venceu a Suécia por 2 x 1 e a União
Soviética por 3 x 0, com dois de Pelé e um de Flávio, mesmo adversário com quem
empataria em 2 x 2 no fim daquele ano jogando no Maracanã, gols de Gérson e Pelé.
O Brasil vivia sob a Ditadura
Militar desde o ano anterior, a política do país vivia sob temperatura elevada.
E no futebol começavam a acontecer coisas de contexto estranho, de certa forma sob
influência das necessidades e interesses deste conturbado ambiente político. Em
setembro de 1965 a Seleção Brasileira jogou pela primeira vez em sua história em
Belo Horizonte (só Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife haviam visto
jogos da seleção até então), foi um amistoso contra a Uruguai, no qual a camisa
canarinho foi usada pelo time do Palmeiras. O Brasil (ou o Palmeiras?) venceu
por 3 x 0. Dois meses depois foi a vez do time do Corinthians usar a camisa da
seleção, num amistoso em Londres contra o Arsenal, que os ingleses venceram por
2 x 0.
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