Certamente o maior clássico da América do Sul, muito provavelmente a maior rivalidade do futebol mundial: Brasil x Argentina.
Os três primeiros confrontos no futebol entre brasileiros e argentinos aconteceram todos em Buenos Aires, e foram um prenúncio do que a história reservava para aquele confronto, com um equilíbrio total: uma vitória para cada lado e um empate.
O primeiro encontro foi um amistoso, em setembro de 1914, com vitória argentina por 3 x 0. Uma semana depois era disputada pela primeira vez na história a Copa Roca, e então a vitória foi brasileira, por 1 x 0. Já pelo Sul-Americano de 1916, empate por 1 x 1.
Os três duelos seguintes mantiveram o equilíbrio do "um para lá, um para cá, e um empate". No Sul-Americano de 1917, em Montevidéu, no Uruguai, vitória portenha por 4 x 2. Já na edição do torneio continental de 1919, no Estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, vitória canarinho por 3 x 1. Duas semanas depois, num amistoso no mesmo campo, empate por 3 x 3.
Já a partir dos anos 1920 iniciou-se um período sob a supremacia da camisa azul e branca. Nos três primeiros duelos daquela década, três vitórias da Seleção Argentina. No Sul-Americano de 1920, em Viña del Mar, no Chile, foi 2 x 0, depois, naquele mesmo ano, um amistoso em Buenos Aires acabou 3 x 1, e em 1921, na competição continental daquele ano, na capital argentina, o jogo foi 1 x 0.
A Seleção Brasileira venceu por 2 x 0 no Sul-Americano de 1922, no Rio de Janeiro. Conseguiu outra vitória naquele mesmo ano, na primeira vez que as duas seleções se enfrentaram em São Paulo: 2 x 1, valendo pela Copa Roca.
Entre 1923 e 1925, os dois países se enfrentaram cinco vezes, e neste período se iniciou o problema de brigas entre jogadores. Foi no início dos anos 1920 que uma charge de um jornal de Buenos Aires, por conta de uma passagem da Seleção Brasileira por lá, cujo navio que a levava estava atracado no porto local, publicou um desenho com macacos vestidos com a camisa brasileira, e sob o título "Macacos em Buenos Aires: uma saudação aos ilustres hóspedes". A brincadeira de mau gosto não foi bem recebida em solo brasileiro. Correlacionado ao fato ou não, pouco depois se iniciou uma longa tradição de partidas terminadas em brigas generalizadas entre jogadores. Criou-se um mal-estar que fez com que os dois países não se enfrentassem num campo de futebol durante 12 anos, entre 1925 e 1937.
Nestes cinco confrontos do período citado, a Argentina venceu por 2 x 1 no Sul-Americano de 23 em Montevidéu. Os quatro duelos seguintes foram todos na capital argentina. O Brasil, naquele mesmo ano, venceu um amistoso por 2 x 0 e, logo a seguir, valendo a Copa Roca, perdeu pelo mesmo placar. Em 1925, mais dois jogos, no Sul-Americano daquele ano, primeiro, goleada argentina por 4 x 1, depois um empate em 2 x 2.
O futebol da Argentina vinha se impondo cada vez mais, mas tinha dificuldade para se impor diante do Uruguai, para quem perdeu duas finais consecutivas, nas Olimpíadas de 1928 e na Copa do Mundo de 1930. A histórica equipe que ascendeu para o primeiro escalão do futebol mundial era formada por: Botasso; Della Torre, Paternoster e Peucelle; Juan Evaristo, Luisito Monti e Arico Suárez; Varallo, Guillermo Stábile, Manuel Ferreira e Mario Evaristo.
Em 1934, o principal jogador daquela geração, Monti, já estava naturalizado italiano, tendo sido campeão da Copa do Mundo com a Itália. No Mundial de 1934, a Seleção Argentina não foi bem. Depois, boicotou as três Copas seguintes: não disputou em 1938 como protesto pela competição não ter sido na América do Sul, em 1950 por desavenças com o Brasil, que sediava aquele Mundial, após mais um jogo entre as duas seleções, este em 1946, ter terminado em conflito generalizado entre os jogadores, e em 1954 por desavenças políticas com a FIFA e com a Confederação Sul-Americana. Assim, exatamente no período que firmou uma hegemonia no futebol da América do Sul, a Argentina não mediu forças com as principais seleções de fora do subcontinente.
Só em 1937 que as duas seleções voltaram a campo para se enfrentar. E a Argentina sobrou. No Sul-Americano de 37, em Buenos Aires, venceu duas vezes: 1 x 0 e 2 x 0. Em 1939, dois duelos disputados no Rio de Janeiro pela Copa Roca. Logo no primeiro confronto a Seleção Brasileira foi massacrada. Jogando no Estádio de São Januário, o primeiro tempo terminou com três gols de vantagem alvi-celeste. Aos quinze minutos do segundo tempo, a vantagem era de cinco gols. Os brasileiros ainda descontaram, mas com dois gols de Herminio Masantonio, dois de Jose Manuel Moreno e um de Enrique Garcia, o placar apontou: Argentina 5 x 1 Brasil.
No segundo jogo, uma vitória brasileira por 3 x 2 não impediu o título portenho. Mas aquela seria a primeira goleada de uma série num intervalo muito curto de tempo. Em 1940, a Seleção Brasileira sucumbiria outras duas vezes por goleada, e os argentinos se imporiam definitivamente como potência futebolística no continente a partir dali.
Depois de golear por 5 x 1 em pleno Rio de Janeiro, então capital brasileira, em janeiro de 1939, a Seleção Argentina voltou a aplicar duas goleadas históricas sobre a Seleção Brasileira em março de 1940. Naquele ano, as duas seleções se enfrentaram cinco vezes seguidas. Os dois primeiros jogos foram em São Paulo, no Estádio do Parque Antárctica, e terminaram com um empate em 2 x 2 e com uma vitória alvi-celeste por 3 x 0, gols de Emilio Baldonedo, Manuel Fidel e Antonio Sastre.
Depois vieram três jogos em Buenos Aires, no Estádio El Gasometro, e a coisa ficou pior. No primeiro, a maior goleada da história do confronto: Argentina 6 x 1 Brasil, três gols de Carlos Peucelle, dois gols de Herminio Masantonio, e um de Emilio Baldonedo, com Jair da Rosa Pinto tendo feito o brasileiro, que colocou 1 x 1 no placar no início do jogo.
No segundo jogo, vitória brasileira, com grande atuação de Leônidas da Silva, por 3 x 2, forçando um terceiro jogo, que valia o título da Copa Roca. Os argentinos voltaram a aplicar uma severa goleada: Argentina 5 x 1 Brasil, dois gols de Herminio Masantonio, e gols de Carlos Peucelle, Emilio Baldonedo e Fabian Cassano, com Leônidas descontando para o Brasil quando o marcador apontava três gols de vantagem para os argentinos.
A Argentina assumiu uma hegemonia no futebol sul-americano nos anos 1940. Esta foi a década sem Copas do Mundo, com as edições de 1942 e 1946 tendo sido canceladas por causa da Segunda Guerra Mundial, senão certamente a Seleção Argentina teria vencido pela primeira vez um Mundial nestes anos. A camisa alvi-celeste havia conquistado o Campeonato Sul-Americano em 1921, 1925, 1927, 1929 e 1937. Nos anos 40, de seis edições do torneio, foi campeã de quatro: 1941, 1945, 1946 e 1947.
O time que conquistou o título de 41, no Chile, tinha como escalação a: Estrada; Salomón e Jorge Alberti; Videla, Batagliero e Roberto Sbarra; Pedernera, Jose Manuel Moreno, Luis Arrieta, Antonio Sastre e Enrique García. Depois veio um tri-campeonato consecutivo em 45-46-47. O primeiro destes títulos em sequência foi conquistado novamente em Santiago, no Chile, com o seguinte time campeão: Ricardo; Salomón e Nicolás Palma; Carlos Sosa, Angel Perucca e Colombo; Juan Carlos Muñoz, Norberto Méndez, Ferraro, Martino e Felix Lousteau. No ano seguinte, a conquista foi em casa, em Buenos Aires, com o time argentino escalado com: Claudio Vacca; Salomón e Sobrero; Fonda, Strembel e Agustín Pescia; De la Mata, Adolfo Pedernera, Norberto Méndez, Angel Labruna e Felix Lousteau. O tri, para fechar a série, foi erguido no Equador. O time argentino em 47 jogava com: Julio Cozzi; Marante e Sobrero; Yácono, Nestor Rossi e Agustín Pescia; Mario Boyé, Norberto Méndez, Alfredo Di Stéfano, Jose Manuel Moreno e Felix Lousteau.
Os três primeiros confrontos no futebol entre brasileiros e argentinos aconteceram todos em Buenos Aires, e foram um prenúncio do que a história reservava para aquele confronto, com um equilíbrio total: uma vitória para cada lado e um empate.
O primeiro encontro foi um amistoso, em setembro de 1914, com vitória argentina por 3 x 0. Uma semana depois era disputada pela primeira vez na história a Copa Roca, e então a vitória foi brasileira, por 1 x 0. Já pelo Sul-Americano de 1916, empate por 1 x 1.
Os três duelos seguintes mantiveram o equilíbrio do "um para lá, um para cá, e um empate". No Sul-Americano de 1917, em Montevidéu, no Uruguai, vitória portenha por 4 x 2. Já na edição do torneio continental de 1919, no Estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, vitória canarinho por 3 x 1. Duas semanas depois, num amistoso no mesmo campo, empate por 3 x 3.
Já a partir dos anos 1920 iniciou-se um período sob a supremacia da camisa azul e branca. Nos três primeiros duelos daquela década, três vitórias da Seleção Argentina. No Sul-Americano de 1920, em Viña del Mar, no Chile, foi 2 x 0, depois, naquele mesmo ano, um amistoso em Buenos Aires acabou 3 x 1, e em 1921, na competição continental daquele ano, na capital argentina, o jogo foi 1 x 0.
A Seleção Brasileira venceu por 2 x 0 no Sul-Americano de 1922, no Rio de Janeiro. Conseguiu outra vitória naquele mesmo ano, na primeira vez que as duas seleções se enfrentaram em São Paulo: 2 x 1, valendo pela Copa Roca.
Entre 1923 e 1925, os dois países se enfrentaram cinco vezes, e neste período se iniciou o problema de brigas entre jogadores. Foi no início dos anos 1920 que uma charge de um jornal de Buenos Aires, por conta de uma passagem da Seleção Brasileira por lá, cujo navio que a levava estava atracado no porto local, publicou um desenho com macacos vestidos com a camisa brasileira, e sob o título "Macacos em Buenos Aires: uma saudação aos ilustres hóspedes". A brincadeira de mau gosto não foi bem recebida em solo brasileiro. Correlacionado ao fato ou não, pouco depois se iniciou uma longa tradição de partidas terminadas em brigas generalizadas entre jogadores. Criou-se um mal-estar que fez com que os dois países não se enfrentassem num campo de futebol durante 12 anos, entre 1925 e 1937.
Nestes cinco confrontos do período citado, a Argentina venceu por 2 x 1 no Sul-Americano de 23 em Montevidéu. Os quatro duelos seguintes foram todos na capital argentina. O Brasil, naquele mesmo ano, venceu um amistoso por 2 x 0 e, logo a seguir, valendo a Copa Roca, perdeu pelo mesmo placar. Em 1925, mais dois jogos, no Sul-Americano daquele ano, primeiro, goleada argentina por 4 x 1, depois um empate em 2 x 2.
O futebol da Argentina vinha se impondo cada vez mais, mas tinha dificuldade para se impor diante do Uruguai, para quem perdeu duas finais consecutivas, nas Olimpíadas de 1928 e na Copa do Mundo de 1930. A histórica equipe que ascendeu para o primeiro escalão do futebol mundial era formada por: Botasso; Della Torre, Paternoster e Peucelle; Juan Evaristo, Luisito Monti e Arico Suárez; Varallo, Guillermo Stábile, Manuel Ferreira e Mario Evaristo.
Em 1934, o principal jogador daquela geração, Monti, já estava naturalizado italiano, tendo sido campeão da Copa do Mundo com a Itália. No Mundial de 1934, a Seleção Argentina não foi bem. Depois, boicotou as três Copas seguintes: não disputou em 1938 como protesto pela competição não ter sido na América do Sul, em 1950 por desavenças com o Brasil, que sediava aquele Mundial, após mais um jogo entre as duas seleções, este em 1946, ter terminado em conflito generalizado entre os jogadores, e em 1954 por desavenças políticas com a FIFA e com a Confederação Sul-Americana. Assim, exatamente no período que firmou uma hegemonia no futebol da América do Sul, a Argentina não mediu forças com as principais seleções de fora do subcontinente.
A histórica geração de 1928 e 1930
Só em 1937 que as duas seleções voltaram a campo para se enfrentar. E a Argentina sobrou. No Sul-Americano de 37, em Buenos Aires, venceu duas vezes: 1 x 0 e 2 x 0. Em 1939, dois duelos disputados no Rio de Janeiro pela Copa Roca. Logo no primeiro confronto a Seleção Brasileira foi massacrada. Jogando no Estádio de São Januário, o primeiro tempo terminou com três gols de vantagem alvi-celeste. Aos quinze minutos do segundo tempo, a vantagem era de cinco gols. Os brasileiros ainda descontaram, mas com dois gols de Herminio Masantonio, dois de Jose Manuel Moreno e um de Enrique Garcia, o placar apontou: Argentina 5 x 1 Brasil.
No segundo jogo, uma vitória brasileira por 3 x 2 não impediu o título portenho. Mas aquela seria a primeira goleada de uma série num intervalo muito curto de tempo. Em 1940, a Seleção Brasileira sucumbiria outras duas vezes por goleada, e os argentinos se imporiam definitivamente como potência futebolística no continente a partir dali.
Depois vieram três jogos em Buenos Aires, no Estádio El Gasometro, e a coisa ficou pior. No primeiro, a maior goleada da história do confronto: Argentina 6 x 1 Brasil, três gols de Carlos Peucelle, dois gols de Herminio Masantonio, e um de Emilio Baldonedo, com Jair da Rosa Pinto tendo feito o brasileiro, que colocou 1 x 1 no placar no início do jogo.
No segundo jogo, vitória brasileira, com grande atuação de Leônidas da Silva, por 3 x 2, forçando um terceiro jogo, que valia o título da Copa Roca. Os argentinos voltaram a aplicar uma severa goleada: Argentina 5 x 1 Brasil, dois gols de Herminio Masantonio, e gols de Carlos Peucelle, Emilio Baldonedo e Fabian Cassano, com Leônidas descontando para o Brasil quando o marcador apontava três gols de vantagem para os argentinos.
A Argentina assumiu uma hegemonia no futebol sul-americano nos anos 1940. Esta foi a década sem Copas do Mundo, com as edições de 1942 e 1946 tendo sido canceladas por causa da Segunda Guerra Mundial, senão certamente a Seleção Argentina teria vencido pela primeira vez um Mundial nestes anos. A camisa alvi-celeste havia conquistado o Campeonato Sul-Americano em 1921, 1925, 1927, 1929 e 1937. Nos anos 40, de seis edições do torneio, foi campeã de quatro: 1941, 1945, 1946 e 1947.
O time que conquistou o título de 41, no Chile, tinha como escalação a: Estrada; Salomón e Jorge Alberti; Videla, Batagliero e Roberto Sbarra; Pedernera, Jose Manuel Moreno, Luis Arrieta, Antonio Sastre e Enrique García. Depois veio um tri-campeonato consecutivo em 45-46-47. O primeiro destes títulos em sequência foi conquistado novamente em Santiago, no Chile, com o seguinte time campeão: Ricardo; Salomón e Nicolás Palma; Carlos Sosa, Angel Perucca e Colombo; Juan Carlos Muñoz, Norberto Méndez, Ferraro, Martino e Felix Lousteau. No ano seguinte, a conquista foi em casa, em Buenos Aires, com o time argentino escalado com: Claudio Vacca; Salomón e Sobrero; Fonda, Strembel e Agustín Pescia; De la Mata, Adolfo Pedernera, Norberto Méndez, Angel Labruna e Felix Lousteau. O tri, para fechar a série, foi erguido no Equador. O time argentino em 47 jogava com: Julio Cozzi; Marante e Sobrero; Yácono, Nestor Rossi e Agustín Pescia; Mario Boyé, Norberto Méndez, Alfredo Di Stéfano, Jose Manuel Moreno e Felix Lousteau.
Argentina, Tri-campeã Sul-Americana em 1945-1946-1947
Na Seleção Argentina de 1947 despontava um jovem que viria a se tornar um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, mas cuja participação com a camiseta alvi-celeste, em toda a história, restringiria-se àquele torneio: Alfredo Di Stéfano. No fim de 1948, os jogadores argentinos entraram em greve, exigindo melhores condições de trabalho à dirigência local. Muitos deles acabaram migrando para a Colômbia, onde o futebol começava a emergir e os dirigentes locais ofereciam vultuosos salários. Di Stéfano foi nesta leva, e nunca mais voltou. Em 1949 chegou inclusive a jogar algumas partidas amistosas com a camisa da Seleção Colombiana (foram só 6 jogos com a camisa da Argentina e 4 com a da Colômbia). Em 1953 foi para a Espanha, defendendo o Real Madrid por onze anos, formando uma das maiores equipes da história do futebol europeu, naturalizando-se espanhol, e defendendo por muitos anos a Seleção da Espanha.
Continuando com a história dos duelos entre Brasil e Argentina, após as acachapantes derrotas em 1939 e 1940, as duas seleções voltaram a se enfrentar no Sul-Americano de 1942, em Montevidéu, com mais uma vitória alvi-celeste, esta por 2 x 1. E pela mesma competição, em 1945, só que no Chile, mais uma vitória dela, agora por 3 x 1. Em 11 jogos, entre 1937 e este duelo, foram 8 vitórias da Argentina, dois empates e só 2 vitórias brasileiras. A geração de Jose Manuel Moreno, Herminio Masantonio, Angel Labruna, Adolfo Pedernera, Norberto Méndez, Carlos Peucelle e Felix Lousteau, uma incrível geração de craques da bola, acabou com a Seleção Brasileira.
Porém, naquele mesmo ano de 1945, os canarinhos amenizariam a coisa. Depois do Sul-Americano, houve uma sequência de jogos pela Copa Roca. Em São Paulo, vitória alvi-celeste por 4 x 3. No Rio de Janeiro, no Estádio de São Januário, os brasileiros conseguiram vingar em parte as humilhantes derrotas de 1939 e 1940, e aplicaram uma expressiva goleada: Brasil 6 x 2 Argentina (marcaram para o time canarinho: Ademir Menezes duas vezes, Leônidas da Silva, Chico, Zizinho e Heleno de Freitas). No jogo desempate, valendo o troféu, nova vitória brasileira, desta vez por 3 x 1.
O título da Copa Roca foi brasileiro em 1914 e 1922. Depois foi argentino em 1923, 1939 e nas duas edições jogadas em 1940. Em 1945 voltou a ser brasileiro, e daí para frente a Seleção Brasileira não perdeu mais a disputa, conquistando-a em 1957, 1960, 1963, com o título dividido entre as duas seleções em 1971, e sendo novamente brasileiro na última edição, em 1976.
Mas, estas vitórias em 1945, sob muita reclamação dos argentinos, insatisfeitos com o tratamento recebido e com as arbitragens, foram um parêntese num período que a camisa azul e branca foi bem superior à canarinho. No Sul-Americano de 46, em Buenos Aires, ela venceu mais uma vez (2 x 0) numa partida que mais uma vez terminou em agressões generalizadas.
Nos anos 1950, a Argentina seguiu dominando o cenário sul-americano, conquistando o título continental em 1955, 1957 e 1959. O primeiro destes títulos, disputado no Chile, foi conquistado com uma equipe formada por: Musimessi; Lombardo, Dellacha e Vairo; Balay e Ernesto Gutiérrez; Micheli, Cecconatto, Borrello, Angel Labruna e Cucchiaroni. O título de 57 foi conquistado no Peru. A equipe portenha jogava com: Domínguez; David Iñigo, Dellacha e Nestor Rossi; Juan Gimenez e Schadlein; Corbatta, Maschio, Angelillo, Omar Sivori e Hector Cruz.
Os campeões de 1957
Após um novo mal-estar em função da briga generalizada entre os jogadores, as duas seleções ficaram 10 anos sem se enfrentar, só voltando a fazê-lo em 1956, no Sul-Americano disputado em Montevidéu. A partida terminou com uma vitória canarinho por 1 x 0. No mesmo ano, pelo Campeonato Pan-Americano disputado na Cidade do México, empate em 2 x 2, e pela Taça do Atlântico, em Buenos Aires, empate sem gols.
Em dezembro de 1956, há um jogo controverso para as estatísticas do confronto. A Seleção Argentina venceu por 2 x 1 no Maracanã um jogo que não entra nas estatísticas oficiais da Seleção Brasileira, pois a Confederação Brasileira considera que foi a Seleção Carioca (só jogadores da cidade do Rio de Janeiro) quem entrou em campo naquele dia.
Em 57, pelo Campeonato Sul-Americano, os argentinos venceram com alguma facilidade, por 3 x 0. Veio então a disputa da Copa Roca, que foi a estréia do então menino Pelé com a camisa da Seleção Brasileira. Com gol de Pelé, logo em seu primeiro jogo pela seleção, o Brasil foi derrotado por 2 x 1 no Maracanã. Recuperou-se no Pacaembu, com o garoto que ainda tinha apenas 16 anos, voltando a marcar (dois jogos e dois gols contra a Argentina, ali nascia um jogador esplêndido). Vitória brasileira por 2 x 0 e título conquistado no saldo de gols.
Em 1958, a Argentina voltou a disputar uma Copa do Mundo, já que boicotara os torneios em 1938, 1950 e 1954, em protesto por não ter sediado nenhum Mundial, pois julgava ter este direito em 38 e 50. Foi eliminada logo na 1ª fase, com direito a sofrer uma implacável goleada: Tchecoslováquia 6 x 1 Argentina. De quebra, ainda viu a Seleção Brasileira conquistar seu primeiro título mundial na Suécia.
O Sul-Americano de 1959 foi disputado em Buenos Aires. Brasil e Argentina venceram todos os seus jogos, mas os brasileiros tinham desvantagem no saldo de gols, o que deu aos argentinos a vantagem do empate no jogo decisivo, e isto lhes garantiu o título, já que o jogo terminou 1 x 1. O time argentino: Jorge Negri; Lombardo, Griffa, Capp e Murúa; Varacka e Sanfilippo; Corbatta, Manfredini, Héctor Sosa e Raul Belén.
Naquele mesmo ano, a Seleção Brasileira não levou seus principais jogadores para a segunda edição do Sul-Americano jogada em 59 no Equador. Acabou pagando o preço com uma derrota de 4 x 1 para os alvi-celestes.
Os primeiros cinquenta anos de história do confronto entre Brasil e Argentina foram de amplo domínio alvi-celeste. A hegemonia na disputa do Campeonato Sul-Americano retrata isto muito bem. Até 1959, foram 12 títulos argentinos, contra 10 uruguaios e tão somente 3 brasileiros. A Argentina foi campeã sul-americana em 1921, 1925, 1927, 1929, 1935, 1941, 1945, 1946, 1947, 1955, 1957 e 1959. Nos cinquenta anos seguintes conquistaria a Copa América apenas duas vezes, em 1991 e em 1993. Dos doze títulos, seis foram jogando em casa, três conquistados no Chile, dois no Peru e um no Equador. Os dois nos cinquenta anos seguintes foram um no Chile e outro no Equador.
Nos confrontos diretos disputados entre 1914 e 1959, a hegemonia da Argentina era soberana. Em 39 jogos, a camisa alvi-celeste venceu 21 vezes, contra 7 empates e tão só 11 vitórias dos canarinhos. O dobro de vitórias! Nestes jogos, 83 gols feitos pelos argentinos e 54 pelos brasileiros. Nos cinquenta anos seguintes, no entanto, esta proporção de 2 para 1 se inverteria em favor da Seleção Brasileira, que obteria o dobro de vitórias sobre os argentinos.
A Argentina fracassou mais uma vez na Copa do Mundo de 1962, no Chile, sendo eliminada mais uma vez logo na 1ª fase. No Mundial de 1966, passou da primeira fase, sendo derrotada nas quartas de final pela Inglaterra. E não foi à Copa de 70, tendo caído diante do Peru nas Eliminatórias. A década de 1960 não foi boa para o futebol argentino. No confronto direto, o Brasil se aproveitou e equilibrou o duelo.
Em 1960, dois jogos pelo Campeonato Pan-Americano, em San Jose, na Costa Rica, com as duas seleções bastante desconfiguradas, sem seus principais jogadores. Uma vitória para cada lado, 2 x 1 para a Argentina e 1 x 0 para o Brasil. Já pela Copa Roca, dois jogos em Buenos Aires, com vitória alvi-celeste por 4 x 2 no primeiro jogo, e goleada brasileira, em pleno solo argentino, por 4 x 1 no segundo jogo. Um quinto encontro naquele ano de 60 aconteceu pela Taça do Atlântico, foi jogado no Maracanã, com mais uma golada brasileira: Brasil 5 x 1 Argentina, dois gols de Pepe, e ainda com Pelé, Delem e Chinesinho balançando as redes. A segunda grande goleada sobre o rival na história, após os 6 x 2 de 1945.
No Sul-Americano de 1963, na Bolívia, a Seleção Brasileira, em litigio com a Confederação Sul-Americana, disputou o torneio com um time bastante desconfigurado, perdendo para o rival por 3 x 0. Na disputa da Copa Roca, com os principais jogadores das duas seleções em campo, os argentinos venceram por 3 x 2 em São Paulo, mas a camisa canarinho se impôs novamente no Maracanã, com três gols de Pelé e dois de Amarildo, goleando por 5 x 2 e conquistando o título. Se o biênio 1939-1940 havia sido marcado por goleadas argentinas, o período 1960-1963 foi de revide, com goleadas brasileiras. Nos tempos de Pelé e Garrincha, quem passou a mandar foi o time brasileiro.
Em 1964, a Argentina voltaria a vencer em São Paulo, aplicando um 3 x 0 em partida válida pela Taça das Nações. Em 1965, um amistoso no Rio de Janeiro terminou num empate sem gols. Em 1968 mais dois amistosos, com duas vitórias da camiseta canarinho, uma goleada por 4 x 1 no Maracanã, no Rio de Janeiro, e uma vitória por 3 x 2 no Mineirão, em Belo Horizonte.
As seleções olímpicas dos dois países também se enfrentaram nesta década, duelaram três vezes, com uma vitória para cada lado e um empate.
Os anos 1970 marcaram o período de maior hegemonia do Brasil sobre a Argentina no futebol. Em doze confrontos, a Seleção Brasileira venceu 7 e perdeu só uma vez. O primeiro duelo da década foi um amistoso em 1970 em Porto Alegre, que terminou em vitória dos argentinos por 2 x 0. Depois daquele jogo, levaria 13 anos para que os argentinos voltassem a superar a seleção canarinho num confronto entre seleções principais (venceram em 1980 num confronto sub-23 válido pelo Pré-Olímpico).
Dias depois daquele jogo na capital gaúcha, a Seleção Brasileira venceu por 2 x 1 no Maracanã. Em 1971, dois empates na disputa da Copa Roca em Buenos Aires, 1 x 1 e 2 x 2, com a disputa sendo dividida entre os dois.
Em 1974, os dois rivais se enfrentaram pela primeira vez numa Copa do Mundo, pela 2ª fase, jogando em Hannover, com vitória brasileira por 2 x 1, gols de Rivellino e Jairzinho. O Brasil eliminou a Argentina e avançou à semi-final, na qual acabaria derrotado pelo Carrossel Holandês.
Em 1975, enfrentaram-se pela Copa América. A Seleção Brasileira venceu duas vezes e eliminou o rival. O primeiro jogo foi em Belo Horizonte, e terminou 2 x 1. O jogo de volta foi em Rosário, e a vitória canarinho foi por 1 x 0.
Em 1976, a última edição da Copa Roca, e mais duas vitórias verde-amarelas: 2 x 1 em Buenos Aires e 2 x 0 no Rio de Janeiro.
Em 1978, mais um duelo válido por Copa do Mundo. A partida foi em Rosário, na Argentina, e o empate em 0 x 0 foi determinante para o destino das duas seleções naquele Mundial. Na rodada seguinte os argentinos golearam os peruanos, e com o resultado avançaram para fazer a final contra a Holanda, eliminando a Seleção Brasileira.
Mas o período era mesmo de supremacia brasileira. Na Copa América de 1979 o time canarinho voltou a eliminar os argentinos depois de uma vitória por 2 x 1 no Maracanã e um empate em 2 x 2 em Buenos Aires.
Naquela década ainda houve quatro confrontos entre as seleções olímpicas. Foram duas vitórias da camisa amarela e dois empates.
Nos confrontos diretos disputados entre 1914 e 1959, a hegemonia da Argentina era soberana. Em 39 jogos, a camisa alvi-celeste venceu 21 vezes, contra 7 empates e tão só 11 vitórias dos canarinhos. O dobro de vitórias! Nestes jogos, 83 gols feitos pelos argentinos e 54 pelos brasileiros. Nos cinquenta anos seguintes, no entanto, esta proporção de 2 para 1 se inverteria em favor da Seleção Brasileira, que obteria o dobro de vitórias sobre os argentinos.
A Argentina fracassou mais uma vez na Copa do Mundo de 1962, no Chile, sendo eliminada mais uma vez logo na 1ª fase. No Mundial de 1966, passou da primeira fase, sendo derrotada nas quartas de final pela Inglaterra. E não foi à Copa de 70, tendo caído diante do Peru nas Eliminatórias. A década de 1960 não foi boa para o futebol argentino. No confronto direto, o Brasil se aproveitou e equilibrou o duelo.
Em 1960, dois jogos pelo Campeonato Pan-Americano, em San Jose, na Costa Rica, com as duas seleções bastante desconfiguradas, sem seus principais jogadores. Uma vitória para cada lado, 2 x 1 para a Argentina e 1 x 0 para o Brasil. Já pela Copa Roca, dois jogos em Buenos Aires, com vitória alvi-celeste por 4 x 2 no primeiro jogo, e goleada brasileira, em pleno solo argentino, por 4 x 1 no segundo jogo. Um quinto encontro naquele ano de 60 aconteceu pela Taça do Atlântico, foi jogado no Maracanã, com mais uma golada brasileira: Brasil 5 x 1 Argentina, dois gols de Pepe, e ainda com Pelé, Delem e Chinesinho balançando as redes. A segunda grande goleada sobre o rival na história, após os 6 x 2 de 1945.
No Sul-Americano de 1963, na Bolívia, a Seleção Brasileira, em litigio com a Confederação Sul-Americana, disputou o torneio com um time bastante desconfigurado, perdendo para o rival por 3 x 0. Na disputa da Copa Roca, com os principais jogadores das duas seleções em campo, os argentinos venceram por 3 x 2 em São Paulo, mas a camisa canarinho se impôs novamente no Maracanã, com três gols de Pelé e dois de Amarildo, goleando por 5 x 2 e conquistando o título. Se o biênio 1939-1940 havia sido marcado por goleadas argentinas, o período 1960-1963 foi de revide, com goleadas brasileiras. Nos tempos de Pelé e Garrincha, quem passou a mandar foi o time brasileiro.
Em 1964, a Argentina voltaria a vencer em São Paulo, aplicando um 3 x 0 em partida válida pela Taça das Nações. Em 1965, um amistoso no Rio de Janeiro terminou num empate sem gols. Em 1968 mais dois amistosos, com duas vitórias da camiseta canarinho, uma goleada por 4 x 1 no Maracanã, no Rio de Janeiro, e uma vitória por 3 x 2 no Mineirão, em Belo Horizonte.
As seleções olímpicas dos dois países também se enfrentaram nesta década, duelaram três vezes, com uma vitória para cada lado e um empate.
Os anos 1970 marcaram o período de maior hegemonia do Brasil sobre a Argentina no futebol. Em doze confrontos, a Seleção Brasileira venceu 7 e perdeu só uma vez. O primeiro duelo da década foi um amistoso em 1970 em Porto Alegre, que terminou em vitória dos argentinos por 2 x 0. Depois daquele jogo, levaria 13 anos para que os argentinos voltassem a superar a seleção canarinho num confronto entre seleções principais (venceram em 1980 num confronto sub-23 válido pelo Pré-Olímpico).
Dias depois daquele jogo na capital gaúcha, a Seleção Brasileira venceu por 2 x 1 no Maracanã. Em 1971, dois empates na disputa da Copa Roca em Buenos Aires, 1 x 1 e 2 x 2, com a disputa sendo dividida entre os dois.
Em 1974, os dois rivais se enfrentaram pela primeira vez numa Copa do Mundo, pela 2ª fase, jogando em Hannover, com vitória brasileira por 2 x 1, gols de Rivellino e Jairzinho. O Brasil eliminou a Argentina e avançou à semi-final, na qual acabaria derrotado pelo Carrossel Holandês.
Em 1975, enfrentaram-se pela Copa América. A Seleção Brasileira venceu duas vezes e eliminou o rival. O primeiro jogo foi em Belo Horizonte, e terminou 2 x 1. O jogo de volta foi em Rosário, e a vitória canarinho foi por 1 x 0.
Em 1976, a última edição da Copa Roca, e mais duas vitórias verde-amarelas: 2 x 1 em Buenos Aires e 2 x 0 no Rio de Janeiro.
Em 1978, mais um duelo válido por Copa do Mundo. A partida foi em Rosário, na Argentina, e o empate em 0 x 0 foi determinante para o destino das duas seleções naquele Mundial. Na rodada seguinte os argentinos golearam os peruanos, e com o resultado avançaram para fazer a final contra a Holanda, eliminando a Seleção Brasileira.
Mas o período era mesmo de supremacia brasileira. Na Copa América de 1979 o time canarinho voltou a eliminar os argentinos depois de uma vitória por 2 x 1 no Maracanã e um empate em 2 x 2 em Buenos Aires.
Naquela década ainda houve quatro confrontos entre as seleções olímpicas. Foram duas vitórias da camisa amarela e dois empates.
Mas foi em meio ao maior jejum diante da Seleção Brasileira na história que a Argentina conquistou pela primeira ver uma Copa do Mundo. O time era treinado por César Luís Menotti, e tinha como sua formação titular a: Fillol; Jorge Olguin, Luis Galvan, Daniel Passarella e Tarantini; Osvaldo Ardiles, Gallego e Mario Kempes; Bertoni, Luqué e Ortiz.
Na década de 1980, emergiu o maior jogador argentino de todos os tempos: Diego Armando Maradona. Mas ainda assim, foi um período no qual os argentinos não conseguiram se impor diante dos brasileiros. Um dado impressionante e pouco conhecido na história do Maior Clássico das Américas: entre 1970 e 1990, os argentinos só conseguiram obter três vitórias sobre a Seleção Brasileira em duelos entre as seleções principais dos dois países, em 1970, em 1983 e em 1990.
Maradona não conseguiu levar vantagem contra os brasileiros. Em confrontos entre as duas seleções, ele esteve presente em 6 jogos, com 3 vitórias do Brasil, 2 empates e apenas 1 vitória da Argentina, ocorrida na Copa de 1990. E contra clubes brasileiros, também não teve sucesso, foram três jogos, todos amistosos, e três vitórias de seus adversários (Grêmio 1 x 0 Argentinos Juniors, em 1980; Flamengo 2 x 0 Boca Juniors, em 1981; e São Paulo 2 x 0 Sevilla, em 1993). No total, em nove confrontos contra brasileiros, Diego Armando Maradona venceu apenas um.
No Mundialito de 1981, no Uruguai, um empate por 1 x 1. Depois, foi a terceira Copa do Mundo seguida que as duas seleções se enfrentaram. O time alvi-celeste era fortíssimo, formado por: Fillol; Jorge Olguin, Luis Galván, Passarella e Tarantini; Ardiles, Gallego e Maradona; Bertoni, Kempes e Ramon Díaz. O jogo válido pela 2ª fase da Copa de 82 foi disputado em Barcelona, na Espanha, e terminou com vitória canarinho por 3 x 1 e com Maradona expulso de campo. Os argentinos foram eliminados neste dia, e os brasileiros seriam no duelo seguinte, quando acabaram derrotados pelos italianos, que avançaram à semi-final.
Na Copa América de 1983, os dois países caíram no mesmo grupo na 1ª fase, e só um avançava. Os argentinos não perderam para os brasileiros, vencendo por 1 x 0 em Buenos Aires e empatando em 0 x 0 no Rio de Janeiro, mas empataram duas vezes com o Equador e acabaram eliminados, vendo a Seleção Brasileira avançar à fase seguinte.
Os três jogos seguintes entre Brasil e Argentina foram amistosos. Em 1984, em São Paulo, um empate sem gols. Em 1985, em Salvador, o time canarinho venceu os alvi-celestes por 2 x 1. E em 1988, mais um empate em 0 x 0, válido pelo Torneio Bicentenário da Austrália.
Em 1989, na Copa América disputada no Brasil, com Maradona em campo, as duas seleções se enfrentaram pelo Quadrangular Final que definia o campeão. O confronto foi no Maracanã, e com uma atuação antológica da dupla Bebeto e Romário, a Seleção Brasileira venceu por 2 x 0.
Aquela década ainda reservou cinco confrontos entre as seleções olímpicas dos dois países, com duas vitórias para cada lado e um empate.
Argentina, Campeã da Copa do Mundo de 1978
Na década de 1980, emergiu o maior jogador argentino de todos os tempos: Diego Armando Maradona. Mas ainda assim, foi um período no qual os argentinos não conseguiram se impor diante dos brasileiros. Um dado impressionante e pouco conhecido na história do Maior Clássico das Américas: entre 1970 e 1990, os argentinos só conseguiram obter três vitórias sobre a Seleção Brasileira em duelos entre as seleções principais dos dois países, em 1970, em 1983 e em 1990.
Maradona não conseguiu levar vantagem contra os brasileiros. Em confrontos entre as duas seleções, ele esteve presente em 6 jogos, com 3 vitórias do Brasil, 2 empates e apenas 1 vitória da Argentina, ocorrida na Copa de 1990. E contra clubes brasileiros, também não teve sucesso, foram três jogos, todos amistosos, e três vitórias de seus adversários (Grêmio 1 x 0 Argentinos Juniors, em 1980; Flamengo 2 x 0 Boca Juniors, em 1981; e São Paulo 2 x 0 Sevilla, em 1993). No total, em nove confrontos contra brasileiros, Diego Armando Maradona venceu apenas um.
Diego Armando Maradona
No Mundialito de 1981, no Uruguai, um empate por 1 x 1. Depois, foi a terceira Copa do Mundo seguida que as duas seleções se enfrentaram. O time alvi-celeste era fortíssimo, formado por: Fillol; Jorge Olguin, Luis Galván, Passarella e Tarantini; Ardiles, Gallego e Maradona; Bertoni, Kempes e Ramon Díaz. O jogo válido pela 2ª fase da Copa de 82 foi disputado em Barcelona, na Espanha, e terminou com vitória canarinho por 3 x 1 e com Maradona expulso de campo. Os argentinos foram eliminados neste dia, e os brasileiros seriam no duelo seguinte, quando acabaram derrotados pelos italianos, que avançaram à semi-final.
Na Copa América de 1983, os dois países caíram no mesmo grupo na 1ª fase, e só um avançava. Os argentinos não perderam para os brasileiros, vencendo por 1 x 0 em Buenos Aires e empatando em 0 x 0 no Rio de Janeiro, mas empataram duas vezes com o Equador e acabaram eliminados, vendo a Seleção Brasileira avançar à fase seguinte.
Os três jogos seguintes entre Brasil e Argentina foram amistosos. Em 1984, em São Paulo, um empate sem gols. Em 1985, em Salvador, o time canarinho venceu os alvi-celestes por 2 x 1. E em 1988, mais um empate em 0 x 0, válido pelo Torneio Bicentenário da Austrália.
Em 1989, na Copa América disputada no Brasil, com Maradona em campo, as duas seleções se enfrentaram pelo Quadrangular Final que definia o campeão. O confronto foi no Maracanã, e com uma atuação antológica da dupla Bebeto e Romário, a Seleção Brasileira venceu por 2 x 0.
Aquela década ainda reservou cinco confrontos entre as seleções olímpicas dos dois países, com duas vitórias para cada lado e um empate.
Os anos 1980 foram os mais grandiosos da história do futebol argentino, coroados com uma atuação excepcional e soberba de Maradona na Copa do Mundo de 1986, no México. O histórico time alvi-celeste campeão daquele Mundial era formado por: Pumpido; Jose Luis Brown, Cuciuffo, Ruggeri e Olarticoechea; Giusti, Sergio Batista, Enrique e Maradona; Burruchaga e Valdano.
Argentina, Campeã da Copa do Mundo de 1986
Nos anos 1990, o primeiro encontro entre os rivais foi logo valendo por Copa do Mundo. Foi o quarto duelo entre as duas seleções valendo por um Mundial, e o primeiro do qual a seleção alvi-celeste saiu vencedora. Valendo pelas oitavas de final, os argentinos venceram por 1 x 0, gol de Cláudio Caniggia, após genial jogada de Maradona, e eliminaram os brasileiros. Na sequência, chegaram à final diante da Alemanha, para quem acabaram derrotados por 1 x 0.
Em 1991, as duas seleções empataram duas vezes em amistosos, 3 x 3 em Cuiabá e 1 x 1 em Buenos Aires. Enfrentaram-se então na Copa América, em Santiago, no Chile, e a vitória foi alvi-celeste, por 3 x 2. Torneio do qual se sagraram campeões (desde 1959, os argentinos não eram campeões sul-americanos - 32 anos - ainda que tenham vencido a Copa duas vezes neste período). O time campeão: Goycochea; Basualdo, Sergio Vázquez, Ruggeri e Altamirano; Simeone, Dario Franco, Astrada e Leo Rodríguez (Diego Latorre); Claudio Caniggia e Gabriel Batistuta.
Em 1993, um amistoso em Buenos Aires terminou empatado em 1 x 1. Depois, pelas quartas de final da Copa América disputada no Equador, houve um novo empate em 1 x 1. Mas como neste caso o confronto era eliminatório, a decisão foi para as penalidades, terminando em vitória argentina por 6 x 5. Na sequência, eles acabaram faturando o bi-campeonato sul-americano. O time campeão atuava com: Goycochea; Basualdo, Borelli, Ruggeri e Altamirano; Zapata, Simeone, Fernando Redondo e Néstor Gorosito (Leo Rodríguez); Alberto Acosta e Gabriel Batistuta.
Este time, sem Maradona, foi campeão sul-americano em 1993
Em 1994, um amistoso em Recife, capital do estado de Pernambuco, terminou com vitória brasileira por 2 x 0. No ano seguinte, pela Copa América disputada em Montevidéu, os rivais voltaram a se encontrar num jogo válido como quartas de final. Os brasileiros vingaram a eliminação de dois anos antes. No tempo normal, empate em 2 x 2, com direito a gol marcado por Túlio após ajeitar a bola com a mão. Decisão por pênaltis, e desta vez com uma vitória canarinho: 4 x 2.
Naquele mesmo ano de 1995, o Brasil venceu um jogo amistoso em plena Buenos Aires por 1 x 0, gol de Donizete. Os argentinos vingaram a derrota três anos depois, também em jogo amistoso, quando venceram também por 1 x 0 em pleno Maracanã, gol de Cláudio López. Os argentinos não tinham tido muita sorte jogando neste estádio. Jogando no Rio de Janeiro na fase pré-construção do Maracanã haviam sido sete jogos, com cinco vitórias brasileiras, um empate e uma vitória alvi-celeste. O primeiro jogo da Seleção Argentina contra a Seleção Brasileira no Maracanã terminou em vitória alvi-celeste por 2 x 1. Depois disto, foram duas goleadas canarinho: 5 x 1 em 1960 e 5 x 2 em 1963. Em 1965, um empate em 0 x 0. Em 1968, uma nova goleada tupiniquim: 4 x 1. Daí para frente, mais três vitórias brasileiras: 2 x 1 em 1970, 2 x 0 em 1976 e 2 x 1 em 1979. Em 1983, um novo empate por 0 x 0. Em 1989, vitória canarinho por 2 x 0. Até a derrota de 1998. Portanto, doze jogos, com oito vitórias brasileiras, dois empates e duas vitórias argentinas. A seleção portenha só viria a voltar ao estádio na Copa do Mundo de 2014, primeiro para vencer a Bósnia na 1ª fase, e depois para jogar a final da Copa contra a Alemanha, quando acabou derrotada por 1 x 0.
Para fechar a década, em 1999 houve três confrontos. Pela Copa América, disputada no Paraguai, vitória da Seleção Brasileira por 2 x 1 nas quartas de final, eliminando o rival. Depois, dois amistosos, um com vitória alvi-celeste por 2 x 0 em Buenos Aires, e outro com vitória verde-amarela por 4 x 2 em Porto Alegre, com três gols de Rivaldo.
Entre seleções olímpicas, nesta década houve três confrontos entre brasileiros e argentinos, com duas vitórias alvi-celestes e um empate.
Na primeira década do século XXI, a Seleção Brasileira conseguiu construir um período hegemônico sobre a Argentina muito parecido ao dos anos 1970.
Os primeiros encontros foram válidos pelas Eliminatórias, disputa pela qual os rivais jamais haviam se enfrentado na história. O sistema de disputa havia mudado, mas como Campeão Mundial de 1994, o Brasil não participara da primeira vez do novo formato, no qual se enfrentavam todos contra todos. Na primeira disputa por Eliminatórias, vitória brasileira por 3 x 1 em São Paulo seguida por vitória argentina por 2 x 1 em Buenos Aires.
Nas Eliminatórias seguintes, um 3 x 1 para cada lado. Primeiro em favor da Seleção Brasileira em Belo Horizonte, com três gols de Ronaldo, e depois em favor da Seleção Argentina em Buenos Aires.
O Brasil conquistou três títulos seguidos sobre a Argentina. Na Copa América de 2004, no Peru, empate em 2 x 2 e vitória por 4 x 2 nos pênaltis. Na Copa das Confederações de 2005, em Frankfurt, na Alemanha, goleada brasileira por 4 x 1, com dois gols de Adriano, um de Kaká e outro de Ronaldinho Gaúcho. Na Copa América de 2007, na Venezuela, os argentinos eram favoritos, mas foram os brasileiros que impuseram implacáveis 3 x 0 na final.
Nas Eliminatórias seguintes, mais dois confrontos, um empate sem gols em Belo Horizonte, e uma vitória imponente do time canarinho por 3 x 1 em plena Rosário, numa noite na qual brilhou Luís Fabiano, autor de dois gols.
Supremacia brasileira nesta década que não se verificou nos confrontos entre equipes olímpicas. Foram quatro nesta década, com três vitórias alvi-celestes e uma vitória verde-amarela.
Se entre 1914 e 1959 a história do confronto entre Brasil e Argentina foi amplamente favorável à camiseta azul e branca, que obteve praticamente o dobro de vitórias sobre o Brasil, os cinquenta anos seguintes, de 1960 a 2009, foi amplamente favorável à Seleção Brasileira, que inverteu a proporção e obteve o dobro de vitórias. Neste período foram 55 duelos, com 26 vitórias brasileiras e 13 argentinas, tendo havido 16 empates. Nestes jogos, a camisa amarela balançou as redes 95 vezes, enquanto teve suas redes balançadas 67 vezes.
Historicamente, o duelo se equilibrou. No acumulado do confronto até o fim de 2009, o Brasil tinha 37 vitórias e a Argentina tinha 34, tendo havido 23 empates. Haviam sido 149 gols a favor dos brasileiros e 150 a favor dos argentinos. Equilíbrio total.
O livro “Brasil x Argentina – Histórias do maior clássico do futebol mundial” é finalizado brilhantemente com uma frase do diplomata Marcos de Azambuja, que sintetiza a rivalidade dentro e fora do campo: “Depois de muitas décadas, talvez séculos, de busca infrutífera para saber qual de nós é o melhor, chegamos à sábia conclusão que somos essencialmente parecidos”.
Na década de 2010, as duas seleções se enfrentaram muitas vezes amistosamente, tendo surgido uma nova versão da Copa Roca, chamada Superclássico das Américas, na qual as duas seleções atuavam sem seus jogadores que atuassem na Europa, usando apenas nomes que estivessem em atividade na América do Sul. Foram três edições e três títulos brasileiros, em 2011, 2012 e 2014.
Em 2010, um amistoso em Doha, no Qatar, terminou 1 x 0 para a equipe alvi-celeste. Em 2011, dois duelos pelo Superclássico, com um 0 x 0 em Córdoba, e um 2 x 0 para o time canarinho em Belém, capital do estado do Pará. Em 2012, uma amistoso nos Estados Unidos terminou 4 x 3 para os argentinos. Depois dois duelos pelo Superclássico, 2 x 1 para o Brasil em Goiânia, e 2 x 1 para a Argentina em Buenos Aires; a decisão foi para os pênaltis, com vitória brasileira por 4 x 3. Em 2014, o Superclássico foi em jogo único, disputado em Pequim, na China, e com vitória verde-amarela por 2 x 0.
Pelas Eliminatórias, primeiro um empate em 1 x 1 em Buenos Aires, seguido pelo jogo de volta no Brasil, que terminou com uma convincente vitória canarinho por 3 x 0. Os argentinos sofreram, só garantindo a classificação na última rodada graças a três gols de Lionel Messi em Quito. Antes disto, porém, num novo amistoso entre as camisas verde-amarela e alvi-celeste, este disputado em Melbourne, na Austrália, os argentinos venceram por 1 x 0.
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