sexta-feira, 10 de outubro de 2014

E o novo trabalho de Parreira começou mal

Extasiado por ter conseguido conquistar a Copa do Mundo e por ter conseguido dar uma convincente resposta a seus críticos, mas cansado por todo o processo e as críticas vividas a frente da Seleção Brasileira. Após a fantástica vitória sobre a Alemanha e a histórica campanha de sete vitórias em sete jogos, Luiz Felipe Scolari pediu demissão e desistiu de seguir a frente do comando canarinho, decidiu trocar a Seleção Brasileira pelo cargo de técnico da Seleção de Portugal. A CBF reconduziu então Carlos Alberto Parreira ao posto do qual também se havia demitido após a conquista da Copa de 94 pelos mesmos motivos que Scolari.

O trabalho de Parreira em 2003 começou com resultados bastante questionáveis. O time titular utilizado por ele no ano foi: Dida (Milan, Itália), Cafu (Roma, Itália), Lúcio (Bayer Leverkusen, Alemanha), Juan (Bayer Leverkusen, Alemanha) e Roberto Carlos (Real Madrid, Espanha), Gilberto Silva (Arsenal, Inglaterra), Emerson (Roma, Itália), Zé Roberto (Bayern Munique, Alemanha) e Rivaldo (Milan, Itália), Ronaldinho Gaúcho (Paris St-Germain, França) e Ronaldo (Real Madrid, Espanha). Um time inteiro com jogadores atuando em equipes de ponta do futebol europeu.

A seleção empatou com China e México e perdeu por 2 x 1 para Portugal. Na sequência, sem poder contar com alguns de seus principais jogadores, foi para a Copa das Confederações (em sua última edição disputada a cada dois anos, a partir da edição seguinte o torneio passou a ser sempre um ano antes da Copa do Mundo e sempre na mesma sede desta, como um evento teste). Cafu, Roberto Carlos, Gilberto Silva, Zé Roberto, Rivaldo e Ronaldo desfalcaram a seleção.

Ainda assim Parreira tinha um time bastante forte em suas mãos para jogar a Copa das Confederações de 2003: Dida (Milan, Itália), Belletti (Villarreal, Espanha), Lúcio (Bayer Leverkusen, Alemanha), Juan (Bayer Leverkusen, Alemanha) e Kléber (Corinthians), Emerson (Roma, Itália), Kléberson (Atlético Paranaense), Ricardinho (São Paulo) e Alex (Cruzeiro), Ronaldinho Gaúcho (Paris St-Germain, França) e Adriano (Parma, Itália).

Forte na teoria, mas um fracasso na prática. Na estréia, derrota por 1 x 0 para Camarões, com gol de Samuel Eto’o. Na seqüência, vitória por 1 x 0 nos Estados Unidos. No último jogo, bastava uma vitória simples sobre a Turquia para a classificação, mas o Brasil empatou em 2 x 2 e deu adeus na primeira fase. As semi-finais foram França x Turquia, e Camarões x Colômbia, e foram marcadas pela tragédia, o camaronês Marc-Vivien Foe sofreu um infarto fulminante durante o jogo contra os colombianos e faleceu dentro de campo. Camarões venceu por 1 x 0 e avançou para jogar a final contra a França. Os franceses, comandados por Zinedine Zidane e jogando em Paris, venceram e sagraram-se Bi-campeões 2001-2003, provando mais uma vez que aquela geração francesa, que havia vencido o Brasil na final da Copa de 98, era diferenciada, não havendo vencido aquele jogo por acaso.


O compromisso seguinte foi jogado com a seleção Sub 23, que disputou novamente a Copa Oura da Concacaf, para a qual o Brasil foi convidado. O time brasileiro: Gomes (Cruzeiro), Maicon (Cruzeiro), Luisão (Cruzeiro), Alex Costa (Santos) e Adriano Correia (Coritiba), Paulo Almeida (Santos), Júlio Baptista (São Paulo), Kaká (São Paulo) e Diego (Santos), Robinho (Santos) e Nilmar (Internacional).

Na 1ª fase, derrota por 1 x 0 para o México na estréia, depois vitórias por 2 x 1 em Honduras e por 2 x 0 na Colômbia. Na semi-final, vitória por 2 x 1 nos Estados Unidos. O adversário na final mais uma vez foi o México, para quem o Brasil já havia perdido as finais da Copa Ouro de 1996 e da Copa das Confederações de 1999. Mais uma vez os mexicanos foram algozes dos brasileiros, mais uma vez, como nas outras duas citadas, jogando no Estádio Azteca, na Cidade do México. Derrota por 1 x 0.

O compromisso principal, no entanto, era as Eliminatórias. Se os primeiros resultados com Parreira não haviam sido bons, a arrancada desta vez foi boa. Na estréia vitória por 2 x 1 sobre a Colômbia, fora de casa, em Barranquilla; e vitória por 1 x 0 sobre o Equador em Manaus. Depois um empate em 1 x 1 com o Peru, em Lima, e um empate por 3 x 3 com o Uruguai em Curitiba.

Para completar o mau momento, a Seleção Sub-23 – comandada pelo treinador Ricardo Gomes, na primeira vez desde 1996 na qual o treinador do time olímpico não foi o mesmo da seleção principal – acabou eliminada no Pré-Olímpico ao sofrer derrotas para Argentina e Paraguai, ficando fora das Olimpíadas de 2004, nas quais seus dois algozes sul-americanos terminaram respectivamente com ouro e prata. Os argentinos, repetindo os uruguaios, bi-campeões olímpicos em 1924 e 1928, ganharam duas medalhas de ouro consecutivas. Em 2004, o time de Marcelo Bielsa jogava com Germán Lux, Coloccini, Burdisso, Roberto Ayala e Heinze, Mascherano, Lucho González, Kily González e D’Alessandro; Javier Saviola e Carlos Tévez. Em 2008, treinados por Sérgio Batista, tinham outro timaço, que jogava com Romero, Pablo Zabaleta, Monzón, Nicolás Pareja e Ezequiel Garay, Mascherano, Fernando Gago, Riquelme e Angel Di Maria, Lionel Messi e Sérgio “Kun” Agüero. Foram bi-campeões olímpicos.

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