Com a Europa recém sendo
reconstruída após a Segunda Guerra Mundial, a FIFA escolheu ao Brasil como sede
da 4ª Copa do Mundo. E para celebrar a escolha, seria construído um estádio
colossal, o Maracanã, que abrigaria 180 mil expectadores.
A Copa de 50 teria adotado pela
primeira vez o formato que conservaria nas décadas seguintes (dezesseis
seleções divididas em quatro grupos) porém, Escócia, Turquia e Índia desistiram
de participar às vésperas do torneio, levando a adaptações no formato de
disputa. Três grandes ausências marcaram o Mundial: a Argentina, que boicotou o
torneio pelos problemas futebolísticos com o Brasil; a Alemanha, que ainda se
reerguia após a derrota na guerra; e a França, eliminada pela Iugoslávia nas
Eliminatórias.
O Brasil se preparou para aquela
Copa do Mundo como jamais havia se preparado para nenhum outro torneio que a
Seleção Brasileira havia disputado até então. Pela primeira vez foram
realizados jogos preparatórios para uma competição: cinco em São Januário e
dois no Pacaembu. No primeiro semestre daquele ano, o Brasil perdeu de 4 x 3
para o Uruguai, pela Copa Rio Branco, em São Paulo. Jogou duas vezes contra o
Paraguai, pela Taça Oswaldo Cruz, vencendo por 2 x 0 no Rio, e empatando por 3 x 3
em São Paulo. Voltou a enfrentar o Uruguai em dois jogos no Rio de Janeiro, com vitórias por 3 x 2 e 1 x 0. Para finalizar, jogou contra dois combinados
nacionais no campo do Vasco: venceu à Seleção Gaúcha por 6 x 4 e à Seleção
Paulista Sub-20 por 4 x 3. A novidade naquele ano da Seleção Brasileira foi o uniforme
inteiramente branco, sem que calções e meiões fossem azul-escuros, como eram
até então.
A delegação brasileira convocado
por Flávio Costa era a seguinte:
Goleiros: Barbosa (Vasco) e Castilho (Fluminense)
Zagueiros: Augusto (Vasco), Juvenal (Flamengo), Nena
(Internacional) e Nilton Santos (Botafogo)
Meias: Bauer (São Paulo), Danilo Alvim (Vasco), Bigode (Flamengo),
Rui (São Paulo), Noronha (São Paulo), Eli (Vasco) e Alfredo (Vasco)
Atacantes: Friaça (São Paulo), Zizinho (Bangu), Ademir Menezes
(Vasco), Jair da Rosa Pinto (Palmeiras), Chico (Vasco), Maneca (Vasco),
Baltazar (Corinthians), Rodrigues (Palmeiras) e Adãozinho (Internacional).
Era hora de jogar a Copa de 50. O
Grupo 1 tinha Brasil, Iugoslávia, Suíça e México. O Grupo 2 reuniu Inglaterra,
Espanha, Chile e Estados Unidos. O Grupo 3 teve apenas três seleções: Itália,
Suécia e Paraguai. E o Grupo 4 somente dois países: Uruguai e Bolívia. Foram seis
sedes: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e
Recife. Apenas os primeiros colocados avançavam ao Quadrangular Final.
A Copa de 50 proporcionou a
primeira das grandes zebras na história das Copas do Mundo. Em Belo Horizonte,
em 29 de junho, os Estados Unidos venceram a Inglaterra, gol de Joe Gaetjens
(os norte-americanos acabariam goleados por 5 x 2 pelo Chile na rodada
seguinte). Os ingleses ainda perderam para a Espanha por 1 x 0 na rodada final
e acabaram eliminados na primeira fase, assim como a Itália, que num resultado
quase tão surpreendente quanto, perdeu por 3 a 2 para a Suécia logo em sua
estréia, em 25 de junho, no estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Na sua estréia, em 24 de junho de
1950, a Seleção Brasileira pisava pela primeira vez em sua história no gramado
do Maracanã. A estréia era contra o México, e todas as expectativas eram para
um jogo sem muita dificuldade. O time titular para a Copa estava definido com:
Barbosa, Augusto e Juvenal, Bauer, Danilo Alvim e Bigode, Friaça, Zizinho,
Ademir Menezes, Jair da Rosa Pinto e Chico.
Confirmando as expectativas, a
estréia foi fácil. Diante de 82 mil presentes, Ademir Menezes abriu o marcador
aos 30 minutos do primeiro tempo. O jogo não estava difícil, mas a seleção
aparentava nervosismo. Na volta do intervalo, o placar deslanchou. Jair fez o
segundo aos 20, Baltazar ampliou aos 26 e Ademir, de novo, fechou o placar aos
34. Brasil 4 x 0 México, placar final.
No outro jogo da rodada, a
Iugoslávia passou com certa facilidade pela Suíça, por 3 x 0, e seriam os
suíços os adversários da Seleção Brasileira na segunda rodada. O jogo seria no
Pacaembu, onde o Brasil não tinha obtido bons resultados nas duas vezes que
entrou em campo no primeiro semestre daquele ano. Alfredo abriu o placar no
começo do jogo e fez parecer que o dia seria brasileiro, mas não tardou para os
suíços empatarem. No fim do primeiro tempo, Baltazar, ídolo do Corinthians,
levantou a arquibancada do Pacaembu. Sem conseguir ampliar, e com uma atuação
que deixava a desejar, o Brasil foi castigado a dois minutos do fim do jogo. Jogo
empatado: Brasil 2 x 2 Suíça.
A Iugoslávia também goleou ao
México, por 4 x 1. Assim, na última rodada, no Maracanã, um empate classificava
os iugoslavos e eliminava o Brasil. Só a vitória interessava. Diante de 142 mil
torcedores, Admir Menezes abriu o placar logo aos 4 minutos do primeiro tempo.
Foi um fator tranqüilizador, mas o jogo foi muito tenso. A Iugoslávia deu muito
trabalho para o Brasil, que veio a sacramentar sua vitória no segundo tempo com
um gol de Zizinho.
Estavam definidos os integrantes
do grupo que jogaria o quadrangular e definiria o campeão mundial: Brasil,
Suécia, Espanha e Uruguai. Todos os jogos seriam no Maracanã.
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