terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A primeira Copa do Mundo realizada no Brasil, em 1950

Com a Europa recém sendo reconstruída após a Segunda Guerra Mundial, a FIFA escolheu ao Brasil como sede da 4ª Copa do Mundo. E para celebrar a escolha, seria construído um estádio colossal, o Maracanã, que abrigaria 180 mil expectadores.

A Copa de 50 teria adotado pela primeira vez o formato que conservaria nas décadas seguintes (dezesseis seleções divididas em quatro grupos) porém, Escócia, Turquia e Índia desistiram de participar às vésperas do torneio, levando a adaptações no formato de disputa. Três grandes ausências marcaram o Mundial: a Argentina, que boicotou o torneio pelos problemas futebolísticos com o Brasil; a Alemanha, que ainda se reerguia após a derrota na guerra; e a França, eliminada pela Iugoslávia nas Eliminatórias.

O Brasil se preparou para aquela Copa do Mundo como jamais havia se preparado para nenhum outro torneio que a Seleção Brasileira havia disputado até então. Pela primeira vez foram realizados jogos preparatórios para uma competição: cinco em São Januário e dois no Pacaembu. No primeiro semestre daquele ano, o Brasil perdeu de 4 x 3 para o Uruguai, pela Copa Rio Branco, em São Paulo. Jogou duas vezes contra o Paraguai, pela Taça Oswaldo Cruz, vencendo por 2 x 0 no Rio, e empatando por 3 x 3 em São Paulo. Voltou a enfrentar o Uruguai em dois jogos no Rio de Janeiro, com vitórias por 3 x 2 e 1 x 0. Para finalizar, jogou contra dois combinados nacionais no campo do Vasco: venceu à Seleção Gaúcha por 6 x 4 e à Seleção Paulista Sub-20 por 4 x 3. A novidade naquele ano da Seleção Brasileira foi o uniforme inteiramente branco, sem que calções e meiões fossem azul-escuros, como eram até então.

A delegação brasileira convocado por Flávio Costa era a seguinte:

Goleiros: Barbosa (Vasco) e Castilho (Fluminense)
Zagueiros: Augusto (Vasco), Juvenal (Flamengo), Nena (Internacional) e Nilton Santos (Botafogo)
Meias: Bauer (São Paulo), Danilo Alvim (Vasco), Bigode (Flamengo), Rui (São Paulo), Noronha (São Paulo), Eli (Vasco) e Alfredo (Vasco)
Atacantes: Friaça (São Paulo), Zizinho (Bangu), Ademir Menezes (Vasco), Jair da Rosa Pinto (Palmeiras), Chico (Vasco), Maneca (Vasco), Baltazar (Corinthians), Rodrigues (Palmeiras) e Adãozinho (Internacional).

 A Seleção Brasileira de 1950

Era hora de jogar a Copa de 50. O Grupo 1 tinha Brasil, Iugoslávia, Suíça e México. O Grupo 2 reuniu Inglaterra, Espanha, Chile e Estados Unidos. O Grupo 3 teve apenas três seleções: Itália, Suécia e Paraguai. E o Grupo 4 somente dois países: Uruguai e Bolívia. Foram seis sedes: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Recife. Apenas os primeiros colocados avançavam ao Quadrangular Final.

A Copa de 50 proporcionou a primeira das grandes zebras na história das Copas do Mundo. Em Belo Horizonte, em 29 de junho, os Estados Unidos venceram a Inglaterra, gol de Joe Gaetjens (os norte-americanos acabariam goleados por 5 x 2 pelo Chile na rodada seguinte). Os ingleses ainda perderam para a Espanha por 1 x 0 na rodada final e acabaram eliminados na primeira fase, assim como a Itália, que num resultado quase tão surpreendente quanto, perdeu por 3 a 2 para a Suécia logo em sua estréia, em 25 de junho, no estádio do Pacaembu, em São Paulo.  

Na sua estréia, em 24 de junho de 1950, a Seleção Brasileira pisava pela primeira vez em sua história no gramado do Maracanã. A estréia era contra o México, e todas as expectativas eram para um jogo sem muita dificuldade. O time titular para a Copa estava definido com: Barbosa, Augusto e Juvenal, Bauer, Danilo Alvim e Bigode, Friaça, Zizinho, Ademir Menezes, Jair da Rosa Pinto e Chico.

Confirmando as expectativas, a estréia foi fácil. Diante de 82 mil presentes, Ademir Menezes abriu o marcador aos 30 minutos do primeiro tempo. O jogo não estava difícil, mas a seleção aparentava nervosismo. Na volta do intervalo, o placar deslanchou. Jair fez o segundo aos 20, Baltazar ampliou aos 26 e Ademir, de novo, fechou o placar aos 34. Brasil 4 x 0 México, placar final.

No outro jogo da rodada, a Iugoslávia passou com certa facilidade pela Suíça, por 3 x 0, e seriam os suíços os adversários da Seleção Brasileira na segunda rodada. O jogo seria no Pacaembu, onde o Brasil não tinha obtido bons resultados nas duas vezes que entrou em campo no primeiro semestre daquele ano. Alfredo abriu o placar no começo do jogo e fez parecer que o dia seria brasileiro, mas não tardou para os suíços empatarem. No fim do primeiro tempo, Baltazar, ídolo do Corinthians, levantou a arquibancada do Pacaembu. Sem conseguir ampliar, e com uma atuação que deixava a desejar, o Brasil foi castigado a dois minutos do fim do jogo. Jogo empatado: Brasil 2 x 2 Suíça.

A Iugoslávia também goleou ao México, por 4 x 1. Assim, na última rodada, no Maracanã, um empate classificava os iugoslavos e eliminava o Brasil. Só a vitória interessava. Diante de 142 mil torcedores, Admir Menezes abriu o placar logo aos 4 minutos do primeiro tempo. Foi um fator tranqüilizador, mas o jogo foi muito tenso. A Iugoslávia deu muito trabalho para o Brasil, que veio a sacramentar sua vitória no segundo tempo com um gol de Zizinho.

Estavam definidos os integrantes do grupo que jogaria o quadrangular e definiria o campeão mundial: Brasil, Suécia, Espanha e Uruguai. Todos os jogos seriam no Maracanã.

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