sábado, 30 de maio de 2015

2014: A Copa no Brasil

A 20ª Copa do Mundo de futebol reuniu 32 países no Brasil, divididos em oito grupos de quatro. No Grupo A estavam Brasil, Croácia, México e Camarões. O Grupo B reuniu Espanha, Holanda. Chile e Austrália. O Grupo C foi formado por Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão. No Grupo D estavam Itália, Inglaterra, Uruguai e Costa Rica. O Grupo E tinha França, Suíça, Equador e Honduras. O Grupo F foi composto por Argentina, Bósnia, Nigéria e Irã. O Grupo G reuniu Alemanha, Portugal, Estados Unidos e Gana. E no Grupo H estavam Rússia, Bélgica, Argélia e Coréia do Sul.

A Copa teve 12 cidades sede: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Cuiabá e Manaus.


Nas Eliminatórias, as maiores surpresas foram Uruguai e México terem conseguido suas classificações apenas na repescagem. Os uruguaios, bi-campeões mundiais, mas há 64 anos de distância de seu último título, foram para mais uma repescagem. Ausentes nas Copas de 1978, 1982, 1994, 1998 e 2006, a Celeste Olímpica ia à sua quinta participação nos dez Mundiais deste período, sendo que além de 2014, também necessitou da repescagem para obter a classificação em 2002 e 2010. Mas a classificação uruguaia ao final ocorreu sem sustos, num duelo contra a Jordânia.

Já o México, terminou surpreendentemente em quarto lugar nas Eliminatórias das Américas Central e do Norte, atrás de Estados Unidos, Costa Rica e Honduras, e por muito pouco não termina atrás também do Panamá, o que o deixaria fora do Mundial. Foi salvo por dois gols nos acréscimos marcados pelos EUA sobre os panamenhos na última rodada, virando o jogo para 3 x 2. Na repescagem, assim como os uruguaios também não tiveram dificuldade, passando com duas goleadas sobre a Nova Zelândia.

Na Europa, a classificação mais sofrida foi a da França, que jogou a repescagem contra a Ucrânia. Os franceses perderam a primeira partida por 2 x 0, mas conseguiram reverter com uma vitória por 3 x 0 no Stade de France, em Saint-Denis. Com isto, os 8 campeões mundiais até então na história estavam todos presentes na Copa 2014.

Foi um Mundial repleto de fatos marcantes. Logo na primeira rodada, as duas seleções que decidiram o título anterior se encontraram em Salvador, Espanha e Holanda fizeram um duelo para a história. Xabi Alonso abriu o marcador para os espanhóis, e Van Persie empatou no último minuto antes do intervalo. No segundo tempo, com atuação de gala de Robben, os holandeses atropelaram, marcando quatro gols: Holanda 5 x 1 Espanha.

Na segunda rodada, os espanhóis perderam de 2 x 0 para o Chile no Maracanã, no Rio de Janeiro, dando um adeus prematuro, os campeões de 2010 estavam eliminados logo na 1ª fase.

Um outro grande jogo logo na primeira rodada, também disputado na Fonte Nova, em Salvador, foi o duelo no qual a Alemanha goleou por 4 x 0 a Portugal, do então melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo.  Os portugueses também deram adeus prematuro na 1ª fase, terminando atrás dos Estados Unidos.

Foi uma primeira fase cheia de surpresas e emoções. A maior de todas as surpresas, entretanto, foi a Costa Rica. Num grupo com três campeões mundiais, o qual todos diziam ser o grupo da morte, quase todos diziam que o time costarriquenho estaria no Brasil apenas a passeio. Se era como quase todo o mundo acreditava que seria, seus bravos jogadores jamais pensaram assim. Logo na estréia, uma sensacional e imponente virada sobre o Uruguai, vitória por 3 x 1. Na segunda rodada, a prova definitiva de que estavam dispostos a fazer história, vitória por 1 x 0 sobre a Itália. No último jogo da primeira fase, contra os já eliminados ingleses, que haviam perdido para Itália e Uruguai, um empate sem gols, suficiente para avançar como primeiro lugar no grupo.

Nas oitavas, a Costa Rica derrubou a Grécia nos pênaltis. Nas quartas de final, os costarriquenhos teriam como adversário à temida Holanda. Mas nada que lhes assombrasse, seguraram o empate sem gols durante 120 minutos e foram novamente a pênaltis. Perderam, mas caíram fazendo história. O modesto time que teve entre seus destaques o goleiro Keylor Navas, o meia Christian Bolaños e o atacante Joel Campbell, voltou para casa sem derrotas.

Espanha, Itália, Inglaterra e Portugal eliminados logo na primeira fase. Era a prova do quão difícil era para os europeus jogar futebol no clima tropical. Apesar de ser inverno no Hemisfério Sul, o calor e a umidade dificultavam-lhes a vida. E historicamente ainda perdurava a marca de nunca um europeu ter conquistado uma Copa do Mundo jogando nas Américas.

As semi-finais ficaram para ser jogadas com Brasil x Alemanha e Argentina x Holanda. Foram a prova de que havia europeu determinado a acabar com a escrita de nunca haver levantado taça em solo americano. Argentinos e alemães avançaram para se enfrentar pela terceira vez na história numa final de Copa do Mundo: em 1986 dera vitória argentina e em 1990 dera vitória germânica. Um a um, o Maracanã, que se igualava ao Estádio Azteca, no México, sendo pela segunda vez na história o palco de uma final, mostraria quem desempataria esta história.

Como não poderia deixar de ser, foi um jogo tenso. De um lado, uma equipe coesa e que desde a Copa de 2010 apresentava um impressionante jogo coletivo. Do outro, um time dependente da genialidade de seus talentos individuais, dentre os quais se destacavam Angel Di Maria, Sergio Aguero, Gonzalo Higuain e, sobretudo, Lionel Messi.

Nas arquibancadas, os brasileiros se juntavam aos alemães e torciam contra o título de seu grande rival. Durante o jogo, as melhores chances foram desperdiçadas pela Argentina, mas ninguém conseguiu balançar as redes. O duelo foi para a prorrogação. Permaneceu com igualdade no placar até os 113 minutos (8 minutos do segundo tempo da prorrogação). Faltando sete minutos para o fim do jogo, num ataque pelo lado esquerdo, o meia Mario Gotze, que havia entrado no lugar de Klose nos minutos finais da etapa regulamentar, superou o goleiro Romero com um chute cruzado, que estufou a parte lateral da rede. Frenesi no Maracanã! E sem tempo suficiente para uma recuperação. Vitória alemã. Pela primeira vez na história um europeu vencia um título mundial em uma Copa do Mundo jogada nas Américas.

Os campeões, que deram o quarto título do Mundial à Alemanha: Neuer; Philipp Lahm, Hummels, Jerome Boateng e Howedes; Khedira, Schweinsteiger, Toni Kroos e Ozil; Thomas Muller e Miroslav Klose.

Os eleitos pela FIFA como time ideal da Copa: Manuel Neuer (Alemanha), De Vrij (Holanda), Thiago Silva (Brasil), Hummels (Alemanha) e Marcos Rojo (Argentina); Philipp Lahm (Alemanha), Toni Kroos (Alemanha), Oscar (Brasil) e James Rodríguez (Colômbia); Thomas Muller (Alemanha) e Arjen Robben (Holanda).

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