A
20ª Copa do Mundo de futebol reuniu 32 países no Brasil, divididos em oito
grupos de quatro. No Grupo A estavam Brasil, Croácia, México e Camarões. O
Grupo B reuniu Espanha, Holanda. Chile e Austrália. O Grupo C foi formado por
Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão. No Grupo D estavam Itália,
Inglaterra, Uruguai e Costa Rica. O Grupo E tinha França, Suíça, Equador e
Honduras. O Grupo F foi composto por Argentina, Bósnia, Nigéria e Irã. O Grupo
G reuniu Alemanha, Portugal, Estados Unidos e Gana. E no Grupo H estavam
Rússia, Bélgica, Argélia e Coréia do Sul.
A
Copa teve 12 cidades sede: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte,
Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Cuiabá e Manaus.
Nas
Eliminatórias, as maiores surpresas foram Uruguai e México terem conseguido
suas classificações apenas na repescagem. Os uruguaios, bi-campeões mundiais,
mas há 64 anos de distância de seu último título, foram para mais uma
repescagem. Ausentes nas Copas de 1978, 1982, 1994, 1998 e 2006, a Celeste
Olímpica ia à sua quinta participação nos dez Mundiais deste período, sendo que
além de 2014, também necessitou da repescagem para obter a classificação em
2002 e 2010. Mas a classificação uruguaia ao final ocorreu sem sustos, num
duelo contra a Jordânia.
Já o
México, terminou surpreendentemente em quarto lugar nas Eliminatórias das
Américas Central e do Norte, atrás de Estados Unidos, Costa Rica e Honduras, e
por muito pouco não termina atrás também do Panamá, o que o deixaria fora do
Mundial. Foi salvo por dois gols nos acréscimos marcados pelos EUA sobre os
panamenhos na última rodada, virando o jogo para 3 x 2. Na repescagem, assim
como os uruguaios também não tiveram dificuldade, passando com duas goleadas
sobre a Nova Zelândia.
Na
Europa, a classificação mais sofrida foi a da França, que jogou a repescagem
contra a Ucrânia. Os franceses perderam a primeira partida por 2 x 0, mas
conseguiram reverter com uma vitória por 3 x 0 no Stade de France, em
Saint-Denis. Com isto, os 8 campeões mundiais até então na história estavam
todos presentes na Copa 2014.
Foi
um Mundial repleto de fatos marcantes. Logo na primeira rodada, as duas
seleções que decidiram o título anterior se encontraram em Salvador, Espanha e
Holanda fizeram um duelo para a história. Xabi Alonso abriu o marcador para os
espanhóis, e Van Persie empatou no último minuto antes do intervalo. No segundo
tempo, com atuação de gala de Robben, os holandeses atropelaram, marcando
quatro gols: Holanda 5 x 1 Espanha.
Na
segunda rodada, os espanhóis perderam de 2 x 0 para o Chile no Maracanã, no Rio
de Janeiro, dando um adeus prematuro, os campeões de 2010 estavam eliminados
logo na 1ª fase.
Um
outro grande jogo logo na primeira rodada, também disputado na Fonte Nova, em
Salvador, foi o duelo no qual a Alemanha goleou por 4 x 0 a Portugal, do então
melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo.
Os portugueses também deram adeus prematuro na 1ª fase, terminando atrás
dos Estados Unidos.
Foi
uma primeira fase cheia de surpresas e emoções. A maior de todas as surpresas,
entretanto, foi a Costa Rica. Num grupo com três campeões mundiais, o qual
todos diziam ser o grupo da morte, quase todos diziam que o time costarriquenho
estaria no Brasil apenas a passeio. Se era como quase todo o mundo acreditava
que seria, seus bravos jogadores jamais pensaram assim. Logo na estréia, uma
sensacional e imponente virada sobre o Uruguai, vitória por 3 x 1. Na segunda
rodada, a prova definitiva de que estavam dispostos a fazer história, vitória
por 1 x 0 sobre a Itália. No último jogo da primeira fase, contra os já
eliminados ingleses, que haviam perdido para Itália e Uruguai, um empate sem
gols, suficiente para avançar como primeiro lugar no grupo.
Nas
oitavas, a Costa Rica derrubou a Grécia nos pênaltis. Nas quartas de final, os
costarriquenhos teriam como adversário à temida Holanda. Mas nada que lhes
assombrasse, seguraram o empate sem gols durante 120 minutos e foram novamente
a pênaltis. Perderam, mas caíram fazendo história. O modesto time que teve
entre seus destaques o goleiro Keylor Navas, o meia Christian Bolaños e o
atacante Joel Campbell, voltou para casa sem derrotas.
Espanha,
Itália, Inglaterra e Portugal eliminados logo na primeira fase. Era a prova do
quão difícil era para os europeus jogar futebol no clima tropical. Apesar de
ser inverno no Hemisfério Sul, o calor e a umidade dificultavam-lhes a vida. E
historicamente ainda perdurava a marca de nunca um europeu ter conquistado uma
Copa do Mundo jogando nas Américas.
As
semi-finais ficaram para ser jogadas com Brasil x Alemanha e Argentina x
Holanda. Foram a prova de que havia europeu determinado a acabar com a escrita
de nunca haver levantado taça em solo americano. Argentinos e alemães avançaram
para se enfrentar pela terceira vez na história numa final de Copa do Mundo: em
1986 dera vitória argentina e em 1990 dera vitória germânica. Um a um, o
Maracanã, que se igualava ao Estádio Azteca, no México, sendo pela segunda vez
na história o palco de uma final, mostraria quem desempataria esta história.
Como
não poderia deixar de ser, foi um jogo tenso. De um lado, uma equipe coesa e
que desde a Copa de 2010 apresentava um impressionante jogo coletivo. Do outro,
um time dependente da genialidade de seus talentos individuais, dentre os quais
se destacavam Angel Di Maria, Sergio Aguero, Gonzalo Higuain e, sobretudo,
Lionel Messi.
Nas
arquibancadas, os brasileiros se juntavam aos alemães e torciam contra o título
de seu grande rival. Durante o jogo, as melhores chances foram desperdiçadas
pela Argentina, mas ninguém conseguiu balançar as redes. O duelo foi para a
prorrogação. Permaneceu com igualdade no placar até os 113 minutos (8 minutos
do segundo tempo da prorrogação). Faltando sete minutos para o fim do jogo, num
ataque pelo lado esquerdo, o meia Mario Gotze, que havia entrado no lugar de
Klose nos minutos finais da etapa regulamentar, superou o goleiro Romero com um
chute cruzado, que estufou a parte lateral da rede. Frenesi no Maracanã! E sem
tempo suficiente para uma recuperação. Vitória alemã. Pela primeira vez na
história um europeu vencia um título mundial em uma Copa do Mundo jogada nas
Américas.
Os
campeões, que deram o quarto título do Mundial à Alemanha: Neuer; Philipp Lahm,
Hummels, Jerome Boateng e Howedes; Khedira, Schweinsteiger, Toni Kroos e Ozil;
Thomas Muller e Miroslav Klose.
Os eleitos pela FIFA como time ideal da Copa: Manuel
Neuer (Alemanha), De Vrij (Holanda), Thiago Silva (Brasil), Hummels (Alemanha)
e Marcos Rojo (Argentina); Philipp Lahm (Alemanha), Toni Kroos (Alemanha),
Oscar (Brasil) e James Rodríguez (Colômbia); Thomas Muller (Alemanha) e Arjen
Robben (Holanda).
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