Depois da conturbada conquista do
Sul-Americano de 1922, os anos subseqüentes foram muitos tumultuados para a
seleção de futebol do Brasil. Em 1923, o Brasil foi jogar mais um
Sul-Americano, desta vez em Montevidéu, no Uruguai. Mas a seleção enviada para
o torneio esteve longe de ser o que o Brasil tinha de mais forte para
apresentar. Pela primeira vez havia um jogador de um time da Bahia e de times
do antigo estado do Rio de Janeiro (a cidade do Rio era Distrito Federal e não
pertencia à mesma unidade federativa), com a presença do ponta-esquerda Amaro,
do Goytacaz, de Campos. O time também tinha alguns nomes que jogavam em times
de menor expressão da cidade do Rio, como o Americano e o Brasil.
O time jogou três jogos e foi
três vezes derrotado. A equipe foi muito modificada de um jogo para o outro,
mas o time-base foi: Nélson (Vasco), Pennaforte (Flamengo) e Alemão (Botafogo),
Mica (Botafogo da Bahia), Nési (São Cristóvão) e Dino (Flamengo), Zezé
(Fluminense), Paschoal (Vasco), Nilo (Brasil-RJ), Coelho (Fluminense) e Amaro
(Goytacaz). Depois ainda faria um amistoso em Montevidéu e dois jogos contra a
Argentina, em Buenos Aires. Nestes jogos, Nilo foi o primeiro jogador na
história a atingir a marca de 10 gols com a camisa da seleção.
O Sul-Americano de 1923 foi outro
Quadrangular entre Uruguai, Argentina, Brasil e Paraguai. Os uruguaios, jogando
em casa, sagraram-se campeões. Era o quarto título do Uruguai em sete edições.
O Brasil tinha dois e a Argentina tinha um. O Uruguai, campeão em 23, repetiu o
feito em 1924, num torneio novamente jogado em Montevidéu e para o qual o
Brasil, último colocado no ano anterior, não foi convidado, tendo o torneio
sido um quadrangular entre uruguaios, argentinos, paraguaios e chilenos. Era o
quinto título da celeste em oito campeonatos jogados.
Uma equipe que se projetou também
mundialmente com a conquista do Bi-campeonato Olímpico, com as Medalhas de Ouro
no futebol nos jogos de 1924 e 1928. Nos jogos de Paris, o time uruguaio tinha
Mazali, Nasazzi e Pedro Arispe, Leandro Andrade, Jose Vidal e Alfredo Ghierra,
Urdinarán, Hector Scarone, Petrone, Pedro Cea e Angel Romano. Na final, vitória
por 3 x 0 sobre a Suíça, com gols de Petrone, Cea e Romano. O time que repetiu
a façanha quatro anos depois em Amsterdã era praticamente o mesmo; no meio, já
não estavam mais Vidal e Ghierra, e em seus lugares jogaram Juan Piriz e
Gestido; no ataque Urdinarán deu lugar a Carricaberry, Petrone deu lugar a Borjas,
e Romano deu lugar a Roberto Figueroa. Na final, vitória por 2 x 1 sobre a
Argentina, com gols de Figueroa e Scarone, com Luisito Monti descontando para
os argentinos. Daí então, virou a “Celeste Olímpica”.
Fora do Sul-Americano de 1924, a
seleção brasileira não jogou nenhum jogo neste ano. Em 1925 voltou ao
Sul-Americano, mas num torneio problemático, um mero Triangular entre
Argentina, Brasil e Paraguai. A Argentina goleou o Brasil por 4 x 1 e
conquistou seu segundo título sul-americano.
O time brasileiro naquele
torneio: Tuffy (Sírio Libanês-RJ), Pennaforte (Flamengo) e Hélcio (Flamengo),
Nascimento (Fluminense), Floriano (Fluminense) e Pamplona (Botafogo), Filó
(Paulistano), Lagarto (Fluminense), Arthur Friedenreich (Paulistano), Nilo
(Fluminense) e Moderato (Flamengo).
O período entre 1925 e 1929 foi
conturbado no futebol sul-americano. Tão conturbado que o torneio deixou de ser
disputado durante seis anos, só voltando a ser realizado em 1935. Se em 25 o
torneio foi um mero triangular sem a presença da principal potência
futebolística da América do Sul na época, o Uruguai, em 1926 quem ficou de fora
novamente foi o Brasil, num torneio novamente tendo só a presença de uruguaios,
argentinos, paraguaios e chilenos, e vencido mais uma vez pelo Uruguai, seu
sexto título continental.
O Brasil também não jogou em 1927
e em 1929. No primeiro, um quadrangular organizado por Uruguai e Argentina, com
a presença, pela primeira vez, de Peru e Bolívia. E o segundo com o Paraguai no
lugar da Bolívia. A Argentina venceu a ambos e chegou a quatro títulos, tendo
os uruguaios seis e o Brasil os títulos de 1919 e 1922.
Fora dos Campeonatos Sul-Americanos, a Seleção não
jogou nenhuma vez nos anos de 1926 e 1927, e em 1928 e 1929 jogou apenas quatro
vezes, todas elas em amistosos contra clubes no estádio das Laranjeiras. Em 28 um único
jogo, com uma goleada por 5 x 0 sobre o Motherwell, da Escócia. No ano
seguinte, jogando com: Jaguaré (Vasco), Grané (Corinthians) e Del Debbio
(Corinthians), Nerino (Corinthians), Amílcar (Palestra Itália-SP) e Serafini
(Palestra Itália-SP), Teóphilo (São Cristóvão-RJ), Paschoal (Vasco), Feitiço
(Santos), Nilo (Botafogo) e De Maria (Corinthians), o time venceu três
amistosos, contra Barracas, da Argentina, Rampla Juniors, do Uruguai, e
Ferencvaros, da Hungria.
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