A 5ª edição do Campeonato Sul-Americano voltava a ser jogada em Buenos Aires, na Argentina, onde havia sido a 1ª edição. Após quatro edições disputadas num quadrangular entre Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, em 1921 foi mantido o formato quadrangular, mas com o Paraguai substituindo ao Chile, que havia terminado na última colocação em todas as quatro primeiras edições.
A Confederação Brasileira continuava em litígio com a Federação Paulista, em imbróglio que se arrastava desde o ano anterior, quando a Seleção Brasileira já havia disputado a edição de 1920 praticamente sem jogadores paulistas. Se no ano anterior houve convidados, em 1921 só houve jogadores efetivamente atuando no Rio, sendo o time que seguiu para a disputa do torneio em Buenos Aires praticamente um "Combinado Fla-Flu", embora tivesse também jogadores de outros clubes. Entre os 11 da estreia, eram 6 jogadores do Flamengo e 3 do Fluminense, sendo assim 9/11 da dupla Fla-Flu.
Na primeira rodada, o torneio já se iniciou com uma grande surpresa; nem tanto pela derrota do Brasil para os anfitriões pelo placar mínimo (1 a 0), mas pela vitória dos estreantes na competição (Paraguai) sobre os três vezes campeões do torneio (Uruguai) por 2 a 1.
Time argentino de 1921
Na segunda rodada, a Seleção Brasileira não se intimidou com a surpresa da rodada inicial e passou por cima dos paraguaios, com uma vitória tranquila por 3 a 0. Mas numa destas confusões de tabela do futebol sul-americano, Argetina e Uruguai não se enfrentaram, tendo o confronto sido deixado propositalmente para acontecer por último.
Na terceira perna do quadrangular, os argentinos também não tiveram dificuldades para vencer aos paraguaios, assim chegando a 4 pontos, contra 2 do time brasileiro e 2 dos paraguaios, que já não atuariam mais. Assim, quando Brasil e Uruguai entraram em campo para se enfrentar, os uruguaios precisavem de duas vitórias, sobre Brasil e Argentina, para forçar um jogo extra, e a Seleção Brasileira tinha que vencer à equipe celeste e torcer para os uruguaios já eliminados vencerem aos argentinos na última rodada, que precisavam de um simples empate para ficar com o título.
A Agentina conquistou o troféu antes de entrar em campo. O Uruguai venceu ao Brasil por 2 a 1, garantindo o primeiro título sul-americano da história alvi-celeste. Na partida final, a Argentina ainda venceu aos uruguaios pelo placar mínimo (1 a 0) para sim ter sido campeã com três vitórias em três jogos. A Seleção Brasileira, apesar de ter perdido três dos dois jogos que disputou, terminou com o vice-campeonato.
Convocação
Goleiros: Júlio Kuntz (Flamengo) e Carnaval (São Cristóvão)
Defesa: Barata (América), Telefone (Flamengo) e Adolpho Caratório (Andarahy)
Meio de campo: Laís (Fluminense), Alfredinho (Botafogo), Dino (Flamengo), Maxambomba (Coritiba) e Gonçalo Pena (Coritiba)
Ataque: Zezé (Fluminense), Paulo Vianna (Fluminense), Machado (Fluminense), Frederico (Bangu), Aníbal Candiota (Flamengo), Nonô (Flamengo) e Orlando Torres (Flamengo)
Campanha
02/10/1921 - BRASIL 0 x 1 ARGENTINA
Local: Estádio Barracas, Buenos Aires, Argentina
Gol: Libonatti (27'1T)
Brasil: Kuntz (Flamengo), Barata (América) e Telefone (Flamengo); Laís (Fluminense), Alfredinho (Botafogo) e Dino (Flamengo); Zezé (Fluminense), Candiota (Flamengo), Nonô (Flamengo), Machado (Fluminense) e Orlando Torres (Flamengo).
Téc: Ferreira Vianna
Argentina: Américo Tesoriere (Boca Juniors), Adolfo Celli (Newell's Old Boys) e Florindo Bearzotti (Belgrano); José Alfredo López (Boca Juniors), Miguel Dellavalle (Belgrano) e Emilio Solari (Nueva Chicago); Pedro Calomino (Boca Juniors), Julio Libonatti (Newell's Old Boys), Gabino Sosa (Central Córdoba), Raúl Echeverría (Estudiantes) e Jaime Chavín (Huracán).
Téc: Ground Committee (Comitê Técnico) comandado por Pedro Calomino
12/10/1921 - BRASIL 3 x 0 PARAGUAI
Local: Estádio do Barracas, Buenos Aires, Argentina
Gols: Machado (21'1T) e (44'1T), e Candiota (1'2T)
Brasil: Kuntz (Flamengo), Barata (América) e Telefone (Flamengo); Laís (Fluminense), Alfredinho (Botafogo) e Dino (Flamengo); Zezé (Fluminense), Candiota (Flamengo), Frederico (Bangu), Machado (Fluminense) e Orlando Torres (Flamengo).
Téc: Ferreira Vianna
Paraguai: Ángel Portaluppi (Libertad), Venancio Paredes (Guarani) e Ramonete (Atlantida); Arsenio Rodríguez (Nacional); Manuel Fleitas Solich (Nacional), Ranulfo Benítez (Libertad) e Daniel Schaerer (Olimpia); Dario Lima, Ildefonso López (Guarani), Gerardo Rivas (Libertad) e Agustin Zelada.
Téc: José Durand Laguna
23/10/1921 - BRASIL 1 x 2 URUGUAI
Local: Estádio do Barracas, Buenos Aires, Argentina
Gols: Ángel Romano (1'1T) e (8'1T), e Zezé (8'2T)
Brasil: Kuntz (Flamengo), Barata (América) e Telefone (Flamengo); Laís (Fluminense), Alfredinho (Botafogo) e Dino (Flamengo); Zezé (Fluminense), Candiota (Flamengo), Frederico (Bangu), Machado (Fluminense) e Orlando Torres (Flamengo).
Téc: Ferreira Vianna
Uruguai: Manuel Beloutas (Universal), Alfredo Foglino (Nacional) e José Benincasa (Peñarol); Fausto Broncini (Central Español), Alfredo Zibechi (Nacional) e Sebastián Marroche (Nacional); Pascual Somma (Nacional), Ángel Romano (Nacional), José Piendibene (Peñarol), Norberto Casanello (Montevideo Wanderers) e Antonio Campolo (Peñarol).
Téc: Ernesto Figoli
Resumo
Seleção Brasileira:
Kuntz (Flamengo), Barata (América) e Telefone (Flamengo); Laís (Fluminense), Alfredinho (Botafogo) e Dino (Flamengo); Zezé (Fluminense), Candiota (Flamengo), Frederico (Bangu), Machado (Fluminense) e Orlando Torres (Flamengo).
Artilharia: Machado (2), Candiota e Zezé
Participação:
3 jogos: Kuntz, Barata, Telefone, Laís, Alfredinho, Dino, Zezé, Candiota, Machado e Orlando Torres
2 jogos: Frederico
1 jogo: Nonô
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