segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Jogadores de futebol brasileiros na Argentina


A história de jogadores brasileiros passando pelo futebol argentino começa com o início da profissionalização do esporte nos dois países. Antes disto, porém, o primeiro de todos, no entanto, foi um jogador que acidentalmente nasceu em São Paulo, filho de um casal de judeus que migravam da Europa para a Argentina, a mãe grávida deu a luz durante a parada no Brasil. Wergkifer, por ter um sobrenome difícil de ser pronunciado, era chamado de Pérez, ele jogou pelo River Plate de 1932 a 1941, e pelo Platense de 1942 a 1946. Chegou a atuar 5 vezes com a camisa da Seleção da Argentina entre 1934 e 1936.

Os primeiros brasileiros efetivamente a atuar no Argentina chegaram ao país em 1933. No Rio de Janeiro, o campeonato se dividiu entre um torneio de profissionais e outro de amadores. O Botafogo ficou entre os amadores, e com isso dois de seus principais nomes acabaram migrando para vizinhos da América do Sul, o meia Martim Silveira migrou para defender ao Boca Juniors, na Argentina, e o atacante Leônidas da Silva migrou para defender ao Peñarol, no Uruguai. Depois de um Campeonato Argentino com o Boca, Martim regressou ao Botafogo, onde atuou em toda sua carreira. Pela Seleção Brasileira, ele disputou as Copas do Mundo de 1934 e 1938.

A maior onda de brasileiro em 1933, no entanto, chegou ao San Lorenzo, foram três brasileiros com a camisa do clube naquele ano, os atacantes João Ramon (Juan Ramón, como ficou conhecido por lá), Eugênio Vanni, Petronilho de Brito (Petronilo, como ficou conhecido por lá) e Agostinho Teixeira (Agustín Teixeira, como ficou conhecido por lá). Os dois últimos em especial, Petronilho e Agostinho, foram os que mais se destacaram com a camisa do clube. Petronilho foi o primeiro jogador negro a atuar na Argentina, e foi quem ficou mais tempo dentre estes três, de 1933 a 1935, os demais ficaram só em 1933. Com a camisa do San Lorenzo, Petronilho marcou 33 gols em 59 jogos disputados. Logo em seu primeiro ano, foi campeão argentino de 33, tendo marcado 15 gols em 19 partidas. No segundo ano, foi o artilheiro do San Lorenzo na temporada, tendo marcado 16 gols.

Petronilho no San Lorenzo

Em 1934 o Boca Juniors foi o Campeão Argentino, e sua dupla de zaga era formada por dois brasileiros: Moisés Alves do Rio, e Felipe Jorge, o Bibi, dois zagueiros que migraram do Flamengo para o Boca. A dupla Moises e Bibi jogou no Boca em 1934 e 1935. Bibi depois ainda jogou pelo Independiente e pelo Platense.

Moisés e Bibi, dupla de zaga do Boca Juniors

Não satisfeito com a dupla brasileira, em 1935 o Boca contratou ao zagueiro brasileiro Domingos da Guia, então jogador do Vasco, que fez enorme sucesso no país, onde recebeu o apelido de "Divino Mestre" ao se sagrar campeão argentino de 35. Em 1936 ele voltou ao Brasil para defender ao Flamengo, e para se consagrar com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1938, e para ser campeão carioca de 1939, 1942 e 1943.

Domingos da Guia foi marcante no Boca Juniors

Também em 1935 chegaram mais dois brasileiros ao San Lorenzo, ambos oriundos do futebol paulista, o meia Alberto Zarzur e o atacante Waldemar de Brito (irmão de Petronilho, que havia brilhado com a camisa do San Lorenzo alguns anos antes) eram jogadores do São Paulo. Zarzur ficou uma temporada no futebol argentino e regressou ao Brasil para defender ao Vasco, onde jogou de 1936 a 1942, regressando depois disto a defender ao São Paulo. Waldemar, atacante da Seleção Brasileira, e que ficou mais famoso por ter sido, anos depois, quem levou Pelé para treinar no Santos, jogou as temporadas de 1935 e 1936 pelo San Lorenzo, regressou ao Brasil para defender ao Flamengo em 1937 e 1938, e depois voltou à Argentina, novamente para vestir a camisa do San Lorenzo, e tendo grande destaque.  

Waldemar de Brito no San Lorenzo

Alguns outros nomes passaram pelo futebol argentino no fim dos Anos 1930 e começo dos Anos 1940: o atacante Souza jogou em 1938 pelo Chacarita Juniors, o volante Og Moreira trocou o América, do Rio, pelo Racing em 1940 (depois voltou ao Brasil para defender a Fluminense e Palmeiras), o goleiro Jurandir havia defendido a São Paulo e Palestra Itália (Palmeiras) quando chegou à Argentina em 1940 para defender ao Ferro Carril Oeste, no ano seguinte jogou pelo Gimnasia y Esgrima de La Plata, e após isto voltou ao Brasil para fazer história com a camisa do Flamengo, titular do time tri-campeão carioca de 1942, 43 e 44. Quem também passou pelo Gimnasia y Esgrima de La Plata em 1941 foi Caxambu (Waldomiro Jammal), ex-atacante do Flamengo. Entre 1941 e 1943 também teve um goleiro brasileiro com a camisa do Independiente, Thadeu Boguzewski.

Depois desta leva, custaria algum tempo para que outros brasileiros voltassem a jogar no futebol argentino, só voltando a acontecer no fim dos Anos 1940. Em 1948 chegaram dois atacantes brasileiros ao Boca Juniors. Um dos maiores ídolos da história do Botafogo, Heleno de Freitas, foi contratado pelos xeneizes, que também adquiriram a Yeso Amalfi, atacante do São Paulo.

Heleno de Freitas no Boca Juniors

A invasão de brasileiros ao futebol argentino foi vertiginosa, no entanto, nos Anos 1960. Com a Seleção Brasileira sendo Bi-Campeã Mundial em 1958 e 1962, os olhos argentinos se voltaram para a qualidade técnica do jogador brasileiro. A mudança na legislação do futebol local abriu as portas e uma enxurrada de jogadores se aventuraram no país vizinho. Especialmente no período entre 1960 e 1965: foi uma invasão!

Quem puxou a fila foi o atacante Paulinho Valentim (na Argentina, apenas Paulo Valentim) contratado em 1960 pelo Boca Juniors. O atacante do Botafogo, onde atuou de 1956 a 1960, tendo sido o artilheiro do Campeonato Carioca de 1957, destacou-se com a Seleção Brasileira no Campeonato Sul-Americano de 1959, e chamou a atenção dos argentinos, com o Boca então apostando em sua contratação, e deu muito certo. Ele não chegou a ser artilheiro do Campeonato Argentino, mas foi o maior goleador do time do Boca Juniors nas temporadas de 1961, 1962 e 1964. Junto a ele, em 1960, chegaram ao Boca o zagueiro brasileiro Édson, do Palmeiras (na Argentina chamado de Édson dos Santos), que também se firmou e por lá permaneceu de 1960 a 1963, e o volante Dino Sani, contratado ao São Paulo, onde atuou de 1954 a 1960, e que havia feito parte do grupo que foi Campeão da Copa do Mundo de 1958 com a Seleção Brasileira. Dino jogou pelo Boca em 1960 e 1961, e de lá partiu para a Itália, onde se destacou com a camisa do Milan de 1961 a 1964.

Paulinho Valentim marcou época no Boca

Também em 1960, o River Plate contratou ao meia-atacante Paulinho, jogador revelado pelo Flamengo, bi-campeão carioca em 1954 e 1955, artilheiro do Campeonato Carioca de 55, atuou no clube até 1957, quando se transferiu para o Palmeiras. Em 1960 ele foi defender ao River, que foi vice-campeão argentino naquele ano, tendo ele marcado quatro gols durante a campanha. No ano seguinte, 1961, ele se transferiu para o Estudiantes de La Plata, onde já atuava o zagueiro brasileiro Amaral Silveira, que havia sido contratado ao XV de Piracicaba, e que por lá atuou de 1960 a 1962, abrindo caminho para a chegada ao clube de dois outros nomes oriundos do XV de Piracicaba, os atacantes Adamastor Sahiuro, que lá jogou em 1961, e Nilton (Nilton Da Silva), que lá jogou em 1962.

O Rosario Central também apostou na contratação de um trio de brasileiros, em 1960 os auriazuis contrataram ao Palmeiras o meia Joel (na Argentina usando seu nome completo: Próspero Joel), e levaram também o veterano ponta-esquerda Francisco Rodrigues, que se destacou no futebol brasileiro entre 1945 e 1950 com a camisa do Fluminense, e entre 1950 e 1957 com a camisa do Palmeiras, onde estava quando foi titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1954. De quebra levaram também seu irmão, Antônio Rodrigues. Os dois irmãos estavam atuando pelo Juventus, da Mooca, clube da capital paulista. Joel ficou uma temporada, e os dois irmãos atuaram em 1960 e 1961.

Rodrigues no Rosario Central

Clubes de menor expressão do cenário argentino também contrataram brasileiros neste período. O Huracán contratou em 1960 ao centroavante Rudimar Machado, do Grêmio, que no ano seguinte ainda defendeu ao Ferro Carril Oeste. O Argentinos Juniors em 1961 contratou dois atacantes brasileiros: Evaldo da Silva e o veterano Airton Diogo (que pela dificuldade de pronúncia de seu nome em espanhol, tornou-se Aitor Diogo) que no Brasil era apelidado de Paraguaio, ex-jogador de Fluminense, Portuguesa de Desportos e Santos, chegou à Argentina após passagens pelo futebol do Canadá e do México. Ambos ficaram apenas uma temporada por lá. Pelo Lanus, também em 1961, passou o ponta-esquerda Zezé Gambassi, ex-jogador do Juventus, de São Paulo, que após a rápida passagem pelo Lanus, defenderia ao Nacional de Montevidéu, ao Millonarios, da Colômbia, ao Fortuna 54, da Holanda, e ao Brugges, da Bélgica. Em 1962 foi o Quilmes quem contratou a dois brasileiros, o meio-campista Monteiro, e ao atacante Milton dos Santos. O time acabou rebaixado à Série B, e no ano seguinte apenas Milton jogou a Segunda Divisão. Naquele mesmo ano de 62, o Ferro Carril Oeste contratou o atacante Arará, e o Vélez Sarsfield contratou ao atacante Eduardo (Eduardo Pimentel Ramos), que jogou dois anos no clube, tendo tido ainda uma segunda passagem pela Argentina, tendo em 1968 passado pelo Newell's Old Boys. Todos estes nomes tiveram passagens breves e de pouco sucesso pelo futebol argentino. 

Entre 1961 e 1964 alguns brasileiros passaram também pelo Independiente, de Avellaneda, sem que nenhum deles, no entanto, tivesse grande protagonismo. Em 1961, chegaram dois, o ponta-direita João Lanzoni - no Brasil conhecido por Lanzoninho, contratado ao Corinthians, e também com passagens por São Paulo e Palmeiras - e o meia João Carlos Severiano - no Brasil conhecido por Joãozinho, jogador do Grêmio. A passagem de ambos foi curta e sem brilho, restrita ao campeonato daquele ano. No ano seguinte, 1962, outra passagem rápida e sem brilho, do atacante Dos Santos (José Soares Dos Santos). A maior aposta, no entanto, foi para o campeonato de 63, quando o Independiente contratou três brasileiros. Com eles, sagrou-se campeão argentino. Dois jovens meio-campistas, Agostinho Zeola, do Palmeiras, e o gaúcho Paulo Berg, e um terceiro nome que teve um pouco mais de protagonismo, o ponta-esquerda Beni - cujo nome era Benny Guagliardi - jogador que havia se destacado pela Ferroviária de Araraquara, do interior de São Paulo, e tido uma curta passagem pelo Corinthians. Na Argentina, Beni jogou em 1963 e 1964 pelo Independiente, tendo participado da campanha do time Campeão da Libertadores de 64 (ele era reserva nesta equipe), e em 1965 tendo defendido ainda ao Gimnasia y Esgrima de La Plata.

Quem também comprou com um trio de brasileiros foi o Newell's Old Boys. E dois destes nomes ficariam bastante tempo no futebol argentino. O primeiro a chegar foi o atacante Mário Zucca Silva, que em 1961 aportou no clube com 21 anos, tendo defendido a camisa do Newell's de 1961 a 1968. Os jogadores negros sempre tiveram problemas maiores de adaptação no futebol argentino, tendo Zucca Silva, negro, sido o primeiro a passar um longo período num clube da argentina. Em 1963, foi contratado também o meio-campista Cacique, cujo nomes era Eusébio Nunes, que defendeu o Newell's em 1963 e 1964, e ainda jogou em 1965 pelo Quilmes. Quem fez mais sucesso, no entanto, foi o terceiro a chegar, o atacante João Cardoso, contratado ao Grêmio. Cardoso, que não havia tido muito destaque com o tricolor gaúcho, construiu uma sólida história na Argentina, defendeu ao Newell's Old Boys em 1964 e 1965, depois transferiu-se em 1966 para o Independiente, onde por problemas de lesão jogou apenas 14 partidas, mudando-se no ano seguinte para o principal rival de Avellaneda, o Racing, que havia sido campeão argentino em 66, por lá atuou em 1967 e 1968. Em 67, fez parte do time que foi campeão da Taça Libertadores da América (marcando um dos gols na final) e do Mundial Interclubes, nos únicos títulos racinguistas nestas duas competições. Para fechar sua passagem de quase uma década, em 1969 voltou ao Newell's Old Boys.

Cardoso quando jogou no Racing

Antes de Cardoso, o Racing já tinha apostado em outros brasileiros. A aposta mais badalada chegou em 1964, o ponta-direita Dorval, emprestado por uma temporada pelo Santos, onde formou a maior linha ofensiva da história do futebol brasileiro - Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe -. Na Argentina, onde era mais comum ser chamado de Dorval Rodrigues, ele fez quatro gol no campeonato de 64, em que seu time terminou em 6º lugar, recebeu muitos elogios pelas assistências para gol, mas ao fim do empréstimo regressou ao Brasil. Neste mesmo período, dois jovens brasileiros também emprestados pelo Santos passaram por experiência pelo Racing, os atacantes Benedicto Baptista (ponta-esquerda) e Luís Cláudio (ponta de lança). Este último regressou ao Brasil em 1968 para defender ao Flamengo, onde teve passagem curta e sem destaque.

Brasileiros também passaram entre 1961 e 1965 pelo San Lorenzo de Almagro. O primeiro a chegar, em 1961, foi o atacante Edgar Belizario, contratado ao Guarani, de Campinas. Ele ficou dois anos no San Lorenzo, tendo no ano seguinte tido a companhia de outro brasileiro, também atacante, o ponta-esquerda Parobé, que tinha tido passagens por Grêmio e Corinthians, e estava atuando pelo Aymoré, do Rio Grande do Sul. E ele ficou um ano vestindo a camisa azul-grená, tendo retornado ao Brasil para defender ao Internacional. A aposta seguinte do San Lorenzo foi no atacante Alfeu, que tinha sido campeão gaúcho de 61 com o Internacional, e que após uma breve passagem pelo São José, também do Rio Grande do Sul, foi contratado pelo San Lorenzo, onde atuou por duas temporadas, regressando ao Brasil para jogar pelo Grêmio. O fluxo de jogadores gaúchos pelo futebol argentino era intenso, e em 64 o San Lorenzo contratou ao Grêmio o centroavante Ivo Diogo, que havia sido artilheiro do campeonato gaúcho de 1960 com a camisa do Internacional, e que em 1961 havia tido uma breve passagem pelo Newell's Old Boys. Ele jogou os campeonatos argentinos de 1964 e 1965 pelo San Lorenzo. 

Ninguém contratou tantos brasileiros neste período como o River Plate. E a temporada de 1961 foi o grande marco, pois nela chegaram ao clube nada menos do que cinco brasileiros. Dois deles contratados ao Flamengo: o jovem zagueiro Décio Crespo e o meia Moacir, que havia sido reserva da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958. Também chegou o centroavante gaúcho Salvador, que após defender ao Internacional de 1951 a 1955, atuo pelo Peñarol, do Uruguai, de 1955 a 1960, quando então aportou no River. Estes três nomes tiveram passagens curtas. Quem durou um pouco mais no clube foi o ponta-esquerda Roberto Frojuelo, contratado ao São Paulo, jogador que tinha tido algumas poucas aparições com a camisa da Seleção Brasileira, ele defendeu ao River Plate de 1961 a 1963, tendo depois seguido para o futebol chileno, onde defendeu ao Colo Colo. Desta leva de 61, quem realmente construiu uma história pelo River foi o ponta de lança Delém, contratado ao Vasco da Gama, onde atuou de 1952 a 1961, e também com passagens pela Seleção Brasileira (marcou 5 gols em 7 jogos disputados em 1960). Ele defendeu ao River de 1961 a 1969, depois também seguiu para uma breve passagem pelo futebol chileno, onde defendeu à Universidad Católica. Regressou então ao Brasil e defendeu ao América, do Rio. Após a aposentadoria, erradicou-se em Buenos Aires e trabalhou por muitos anos nas divisões de base do River Plate, trabalhou também como técnico do Gimnasia y Esgrima de Jujuy, em 1981.

Delém fez muito sucesso no River Plate

A linha de frente titular do River Plate em 1961 era toda estrangeira, com o uruguaio Pérez na ponta-direita, Moacir como meia, o espanhol Pepillo como centroavante, Delém como ponta de lança, e Roberto Frojuelo na ponta-esquerda. Na reserva do espanhol, estava o brasileiro Salvador. Em 1963, Delém e Frojuelo ainda estavam no clube, quando mais um brasileiro chegou para reforçar ao ataque: Conceição, que defendeu ao River Plate em 1963 e ao Argentinos Juniors em 1964.

Delém, Moacir e Roberto Frojuelo juntos no River Plate

O período também foi intenso de brasileiros defendendo ao Boca Juniors. O ano mais marcante foi 1961, ano no qual o clube contratou ao brasileiro Vicente Feola como seu treinador. O clube já tinha a Dino Sani como volante, que jogou no clube em 1960 a 1961, o zagueiro Édson, que atuou por lá de 1960 a 1963, e Paulinho Valentim, que foi do Boca de 1960 a 1965. O principal pedido de reforço quando chegou foi a contratação do zagueiro Orlando Peçanha, titular da zaga da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958. Contratado ao Vasco da Gama, onde atuou de 1953 a 1960, Orlando defendeu o clube xeneize de 1961 a 1965, ano no qual voltou ao Brasil para defender ao Santos, onde atuaria de 1965 a 1969, tendo voltado a disputar uma Copa do Mundo, a de 1966, com a Seleção Brasileira. A passagem de Feola foi curta, restringindo-se ao campeonato argentino de 61, mas Orlando ficou e com o Boca Juniors foi campeão argentino de 1962, 1964 e 1965.

Dino Sani no Boca Juniors

Também em 1961 foi contratado o atacante Almir (no Brasil, mais conhecido como Almir Pernambuquinho) que havia passado com sucesso por Vasco e Corinthians. Ele ficou duas temporadas no Boca, e seguiu para o futebol italiano, onde defenderia à Fiorentina em 1962 e ao Genoa em 1963. Também chegou ao Boca, no pacote de reforços para atender ao novo treinador Vicente Feola, o ponta-direita Maurinho, que se destacara com Feola no São Paulo entre 1952 e 1959, e que estava jogando no Fluminense. Assim como Almir, ele ficou no clube em 61 e 62, tendo em 63 voltado ao Brasil, contratado pelo Vasco.

Em 1962, já sem Feola como técnico, o Boca Juniors tinha um quinteto de brasileiros: Orlando Peçanha, Édson Dos Santos, Maurinho, Paulo Valentim e Almir, todos com participações relevantes entre os titulares da equipe xeneize. E em 1962 foi contratado um sexto brasileiro: Wálter da Silva, atacante do Botafogo, tendo ele, no entanto, atuado pouco pelo Boca.

No início de 1963, vários brasileiros deixaram o Boca, tendo saído Almir, Maurinho e Da Siva. Orlando, Dos Santos e Valentim lá continuavam, e o clube contratou mais dois brasileiros. A mais badalada das contratações foi a do atacante Emanuelle Del Vecchio. Depois de se destacar pelo Santos, clube que o revelou, entre 1953 e 1957, o descendente de italianos migrou para o futebol da Itália, onde entre 1957 e 1963 se destacou com as camisas do Hellas Verona, Napoli e Milan, a quem o Boca o contratou ao final da temporada 1962-63 do Campeonato Italiano. O atacante tinha 30 anos quando aportou em Buenos Aires. Não ficou muito tempo, tendo em 1965 regressado ao Brasil para defender ao São Paulo.

O outro nome a aportar em 1963 no Boca Juniors foi o irmão de Almir Pernambuquinho, o lateral-direito Ayres Moraes. Ele se tornou titular do time e foi bi-campeão argentino em 1964 e 1965, tendo jogado 44 jogos com a camisa do Boca Juniors. Saiu em 1966, mas seguiu no futebol argentino, tendo defendido ao Colón até 1968.

No fim dos Anos 1960 o fluxo de brasileiro migrando para o futebol argentino se reduziu bastante, ainda assim, mais alguns nomes vieram a passar por lá. Pelo Rosario Central, em 1967 e 1968, passou o meia Silva Araújo. Em 1968, o Newell's Old Boys contratou ao ponta-direita Carlos Castro, do Internacional, ao meia e lateral-direito gaúcho Adair, do Passo Fundo, e ao zagueiro Heraldo Becerra, filho de espanhóis nascido no Brasil, contratado ao Cruzeiro Gaúcho, do Rio Grande do Sul, e que defenderia ao Atlético de Madrid de 1971 a 1976, após sua passagem pelo Newell's, e voltaria à Argentina para jogar pelo Boca Juniors em 1977. Pelo Huracán, entre 1967 e 1968 jogou o meia Jose Dacunto, que nasceu no Brasil, filho do meia argentino Jose Dacunto, que entre 1939 e 1947 passou pelo futebol brasileiro, onde defendeu a Vasco, Palmeiras e Santos. Também passou pelo Huracán, entre 1968 e 1972, o ponta de lança Araquem de Melo, jogador revelado pelas divisões de base do Vasco da Gama, e que em 1966 fora artilheiro do campeonato uruguaio pelo Danubio. Em 72, após deixar o Huracán emigrou para o futebol grego, onde foi o primeiro brasileiro a ter atuado no país, defendendo ao Panathinaikos. Para fechar esta lista de brasileiros que passaram sem muito destaque pelo futebol argentino entre fins dos Anos 1960 e início dos Anos 1970, teve também o atacante Eduardo Lima Teixeira, que teve uma passagem discreta pelo Boca Juniors em 1968.

Porém, este período teve também mais uma passagem marcante, a do ponta de lança Silva, que na Argentina era chamado pelo seu nome completo "Wálter Machado da Silva", ou também por Machado da Silva. Após destacar-se primeiro no Corinthians e depois no Flamengo, ele teve uma breve passagem pelo Barcelona, onde atuou apenas em amistosos e sofreu muitos episódios de preconceito racial. Voltou então ao Brasil e passou brevemente pelo Santos, até regressar em 1968 ao Flamengo. Em 1969 foi contratado junto ao clube rubro-negro do Rio de Janeiro pelo Racing, por onde teve uma passagem curta, de pouco menos de um ano, mas bastante marcante. Ele foi o artilheiro do Campeonato Metropolitano de Buenos Aires de 1969, com 14 gols marcados, tendo sido o único brasileiro a ter sido artilheiro de um campeonato argentino. No total, fez 18 gols em 28 partidas com a camisa alvi-celeste. No início de 1970 acabou regressando ao Rio, contratado pelo Vasco da Gama.

Machado da Silva, o Silva, artilheiro no Racing

A partir de 1970, as passagens de brasileiros pelo futebol argentino foram bem mais discretas. Em 1970, passo pelo Vélez Sarsfield o ponta-direita Kaneco, que havia sido bi-campeão paulista com o Santos em 1967 e 1968. Foi uma passagem rápida e sem brilho. No mesmo ano de 70, o Newell's Old Boys contratou o também ponta-direita Marcos (na Argentina conhecido como Marcos Pereira), jogador revelado pelo Jabaquara, que defendeu ao Corinthians de 1963 a 1969, com uma passagem por empréstimo pelo Bangu em 1968. Na Argentina ele jogou três anos pelo Newell's, de 1970 a 1972, tendo depois ainda atuado pelo Huracán, em 1973, ano no qual acabou regressando ao Brasil para defender o Santos. O poder de drible dos pontas brasileiros eram um atrativo, e em 1972 chegou mais um ponta-direita brasileiro ao futebol argentino, Zezinho contratado pelo Chacarita Juniors, e que depois viria a jogar de 1973 a 1976 pelo All Boys. Um quarto ponta-direita brasileiro passou pela Argentina nestes tempos: Manoel Maria, jogador que se destacou no Santos entre 1968 e 1973, ano no qual cruzou a fronteira para defender ao Racing. Foi uma passagem curta e sem repetir o destaque que tinha obtido jogando ao lado de Pelé.

Somente em 1977 um outro brasileiro foi importado por um time de futebol argentino, o atacante Jair, ex-Fluminense, Olaria e Chivas Guadalajara, do México, foi contratado pelo Rosario Central, onde ficou apenas por um campeonato, regressando logo para o futebol mexicano.

Uma contratação mais badalada mesmo só em 1979, quando o Ferro Carril Oeste contratou o lateral-esquerdo Rodrigues Neto, ex-jogador de Flamengo, Fluminense e Botafogo, e titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1978, disputada na própria Argentina. Ele jogou no Ferro Carril em 1979 e 1980, tendo disputado 62 jogos e feito 2 gols. Em 1981 defendeu o Internacional, de Porto Alegre, e em 1982 voltou ao futebol argentino para defender por uma temporada ao Boca Juniors (disputou 11 jogos, sem marcar gols). Já veterano, com 33 anos, ele regressou ao Rio de Janeiro para jogar pelo São Cristóvão.

Rodrigues Neto no Boca

Em 1981, quem fez uma aposta ousada foi o modesto Talleres, que contratou ao ponta-esquerda Júlio César, que no ano anterior havia sido titular do time do Flamengo que foi campeão brasileiro. Apelidado no Brasil de "Uri Geller", por entortar os defensores adversários, ele chegou ao clube de Córdoba em fevereiro de 81. Entre 1981 e 1983, Júlio César disputou 27 partidas e marcou 7 gols com a camiseta azul anil e branca. O clube acabou rebaixado à Segunda Divisão do futebol argentino.

Júlio César "Uri Geller" pelo Talleres

Levaria uma década para que jogadores brasileiros voltassem a jogar no futebol argentino, mas os anos 1990 veriam uma nova onda. Pouquíssimos, no entanto, com algum brilho. O atacante Tilico trocou o Avaí pelo Chaco, em 1990, depois indo atuar pelo Bella Vista, do Uruguai. Em 1993, passou pelas divisões de base do Rosario Central o ponta-direita Christiano, pernambucano, que pouco atuou no profissional do Rosario, seguindo carreira no futebol de Honduras. Em 1993, outro jovem levado por empresários, o meia Duda, revelado pelas divisões de base do Corinthians, passou pelo futebol argentino, tendo defendido ao Newell's Old Boys. Histórias parecidas à do meia gaúcho Alex Rossi, que depois do Internacional, passou primeiro pelo Cerro Porteño, do Paraguai, e depois em 1994 pelo Rosario Central e em 1995 pelo Banfield. Todos nomes desconhecidos no Brasil.

Mas teve uma breve passagem de nomes mais conhecidos no Brasil também. Em 1991 o Boca Juniors apostou na contratação do centroavante Gaúcho (Luís Carlos Tóffoli), do Flamengo, depois de enfrentá-lo pelas quartas de final da Libertadores de 91. A passagem por Buenos Aires foi bastante curta, e logo ele regressou ao Flamengo, ainda em 1991, onde se tornaria Campeão Brasileiro em 1992. Em 1992, o Boca apostou então em outro centroavante brasileiro, Charles Baiano (para os argentinos Charles Fabian). O jogador se destacou pelo Bahia em 1988, e jogou a Copa América pela Seleção Brasileira em 1989. Passou pelo Málaga, da Espanha, e pelo Cruzeiro, quando foi contratado pelo Boca Juniors. Assim como Gaúcho, não fez sucesso e ficou muito pouco tempo em Buenos Aires, regressando logo ao Brasil para defender o Grêmio.

Também em 1992, o Racing apostou no meia Ademir, jogador com passagens por Internacional, entre 1981 e 1985, e Cruzeiro, entre 1986 e 1991, que fora duas vezes Medalha de Prata com a Seleção Brasileira, nas Olimpíadas de 1984 e 1988. Sua passagem pelo futebol argentino também foi bem discreta. Passagem discreta também foi a do lateral-esquerdo Andrei (para os argentinos Andrei Frascarelli), ex-jogador de Palmeiras, Flamengo e Fluminense, que passaria em 1994 pelo Rosario Central (posteriormente ainda defenderia a Atlético Paranaense, Atlético de Madrid e Bétis, ambos da Espanha, Botafogo e novamente ao Fluminense).

Mas também houve um brasileiro que fez sucesso no futebol argentino nos Anos 1990: o meia Silas. O meia se destacou com a camisa do São Paulo entre 1984 e 1988 e chegou à Seleção Brasileira, da qual foi titular na Copa do Mundo de 1990. Passou pelo Sporting, de Portugal, por Cesena e Sampdoria, na Itália, e voltou ao Brasil para defender Internacional e Vasco. Depois de uma passagem pelo Kashiwa Reysol, do Japão, em 1995, aventurou-se no futebol argentino. Chegou ao San Lorenzo em 1995, com 30 anos, e ficou no clube até 1997, tornando-se ídolo da torcida. Vestindo a camisa 10 dos "Cuervos", Paulo Silas foi Campeão Argentino (Torneio Clausura) em 1995, acabando com um jejum de 22 anos do San Lorenzo. Ele marcou 24 gols em quase 100 jogos com a camiseta do "Ciclón".

Silas, muito sucesso no San Lorenzo

Em 1995, outros dois brasileiros passaram pela Argentina. O atacante Marcos Borges jogou um ano pelo Newell's Old Boys, e o ponta-esquerda Roberto Gaúcho, que havia se destacado pelo Cruzeiro entre 1992 e 1994, também jogou uma única temporada pelo Huracán. Entre 1996 e 1998 passou pelo Argentina o meia Zinho, cujo nome era Aderbal Péricles Farias, de apelido homônimo ao jogador da Seleção Brasileira na Copa de 94. Este Zinho, jogador com passagens por Guarani, Internacional e Vasco, jogou pelo Rosario Central em 96 e 97, e pelo Gimnasia y Esgrima de Jujuy em 98. Dentre outros nomes pouco conhecidos no Brasil, o lateral-esquerdo Henrique Da Silva, que trocou o Arraial do Cabo, da Série B do Campeonato Carioca, pelo Cerro Corá, do Paraguai. Passou primeiro pelo Cerro Porteño, também do Paraguai, em 1997, e na Argentina vestiu a camisa do Platense em 1998 e do Ferro Carril Oeste em 1999. Posteriormente, foi Campeão da Copa Libertadores de América de 2002 com a camisa do Olimpia.

Quem também passou pelo futebol argentino foi o zagueiro Ricardo Rocha, titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1990. Depois de passar por Guarani, Sporting, de Portugal, São Paulo, Real Madrid, da Espanha, Santos, Vasco da Gama e Fluminense, em outubro de 1996 ele foi contratado pelo Newell's Old Boys. Chegou à Argentina já com 34 anos. Na estreia, marcou um dos gols na vitória de seu time por 2 x 0. Jogou o Torneio Apertura de 96, o Torneio Clausura de 97 (titular, tendo jogado 15 das 19 partidas, com seu time terminando comum 3º lugar) e o Torneio Apertura de 97. No total, disputou 35 partidas e marcou 6 gols.

Ricardo Rocha no Newell's Old Boys

Em 1997 o San Lorenzo contratou ao zagueiro brasileiro Luís Fernando, jogador revelado pelo Grêmio, e com passagem por Fluminense e Internacional. Ele jogou entre 1997 e 1998 pelos azul-grenás, passou pelo Badajós, da Espanha, na temporada 1998/99, e voltou à Argentina para defender ao Belgrano entre 1999 e 2000.

Voltando à lista de desconhecidos no Brasil, o jovem zagueiro gaúcho Luiz Nunes foi contratado pelo River Plate ao Juventude, de Caxias do Sul. Ele teve passagem rápida pelo River, entre 1999 e 2001, pouco tendo atuado, depois seguiu para o Peñarol, do Uruguai, onde ficou de 2002 a 2006, quando regressou ao Juventude.

A primeira metade da primeira década do Século XXI marcou uma nova onda grande de jogadores brasileiros passando pela Argentina, a maioria deles pouco badalados no futebol do Brasil, mas alguns nomes conhecidos e com rodagem no país.

Começando pelos nomes muito pouco conhecidos no Brasil. O centroavante Éder Pacheco Ferreira fez toda sua carreira no futebol mexicano, e em 2000 teve rápida passagem pelo Argentinos Juniors, no México, foi artilheiro da 2ª Divisão em 2012 jogando pelo León. No mesmo ano de 2000, um atacante chamado Claudinho passou pelo Platense. No início de 2002, o meia Júnior Da Silva teve uma passagem relâmpago pelo Vélez Sarsfield. Passagem muito rápida também do zagueiro Márcio Alemão pelo Colón em 2003. Já o lateral-direito e zagueiro Homero Sartori, revelado na base do São Paulo, construiu uma longa história em clubes de menor expressão da Argentina, iniciou no Almagro, onde jogou de 2002 a 2005, depois em 2006 jogou no Unión Santa Fé, e posteriormente em diversos clubes de divisões inferiores.

Em 2001, o meia Élvis, revelado pelo Vitória, jogou no Quilmes, depois foi Campeão da Copa do Brasil de 2004 com o Santo André (marcou gol na final contra o Flamengo) e chegou a ter uma rápida passagem, sem sucesso, pelo Botafogo em 2005. Já o zagueiro gaúcho Jádson Vieira, que começou nas divisões de base do futebol uruguaio, jogou de 2007 a 2010 palo Lanus, tendo disputado 65 partidas, passou sem sucesso pelo Vasco da Gama em 2011, e seguiu carreira no futebol uruguaio. O meia Alberoni, revelado nas divisões de base do Vasco e com rodagem sem muito sucesso pelo futebol europeu, vestiu em 2005 a camisa do Independiente. O atacante gaúcho Edílio Cardoso construiu carreira na Argentina, conseguindo projeção suficiente para ter vestido as camisetas do Boca Juniors em 2003 e do San Lorenzo em 2005, mas duas passagens apagadas. Ele jogou em vários clubes de menor expressão, especialmente na 2ª Divisão.

Entre os nomes mais conhecidos no Brasil e que passaram pela Argentina neste período estão Jorginho Paulista, Iarley, Sérgio Manoel, Mário Jardel e Baiano, nenhum deles tendo tido uma passagem marcante.

O lateral-esquerdo Jorginho Paulista, revelado pelo Palmeiras, com passagens por PSV Eindhoven, da Holanda, e Udinese, da Itália, teve uma boa passagem pelo Vasco entre 2000 e 2002. Foi contratado então pelo Boca Juniors, mas atuou pouquíssimo, só fazendo 2 jogos. Seguiu carreira depois, passando, sem conseguir repetir o sucesso, por Cruzeiro, São Paulo, Botafogo e mais uma vez pelo Vasco.

O meia Iarley era o camisa 10 do Paysandu, de Belém do Pará, quando se destacou numa vitória sobre o Boca Juniors por 1 x 0 em La Bombonera pela Libertadores de 2003 (única participação do Paysandu na competição na história). Iarley foi então contratado pelo Boca, por quem jogou o Torneio Clausura de 2003 e o Torneio Apertura de 2004, tendo tido como momento mais marcando um gol marcado num clássico contra o River Plate. Só fez dois gols pelos xeneizes, o outro sobre o San Lorenzo no mesmo Clausura 2003. Com a camisa 10 do Boca Juniors, Pedro Iarley, como lhe chamavam os argentinos, disputou um total de 28 partidas e marcou 5 gols. Depois jogou de 2005 a 2008 pelo Internacional, fazendo parte do grupo campeão da Libertadores e do Mundial em 2006, e teve uma passagem sem brilho pelo Corinthians em 2010.


O meia-esquerda Sérgio Manoel, jogador que construiu uma respeitável carreira com as camisas de Santos, Botafogo, Fluminense, Grêmio e Cruzeiro entre 1992 e 2002, foi contratado pelo Independiente no segundo semestre de 2004, após passagem pelo Figueirense, de Santa Catarina. Chegou à Argentina aos 32 anos, e não rendeu, tendo atuado pouquíssimas vezes, ficou menos de seis meses e retornou ao Figueirene.

Outro que chegou à Argentina com idade avançada e não tendeu nada foi o centroavante Mário Jardel, que depois de construir histórico de goleador no Brasil com as camisas do Vasco da Gama e do Grêmio (campeão da Libertadores de 1995), tornou-se ídolo do Porto, em Portugal (168 gols marcados em 175 partidas disputadas). Passou pelo Galatasaray, da Turquia, e pelo Sporting, de Portugal. No primeiro semestre de 2005 foi contratado pelo Newell's Old Boys, chegava com 31 anos, e lá mal entrou em campo, foram pouquíssimas partidas disputadas, a passagem durou menos de seis meses, e ele regressou a Portugal.

No mesmo ano de 2005, o Boca Juniors contratou ao lateral-direito Baiano, que foi mais um a ter uma passagem fracassada pelo futebol argentino. Por lá, era chamado de "El Bombón". Jogador com passagens de sucesso por Santos e Palmeiras, o estilo de jogo ofensivo não se encaixou na característica defensiva dos laterais no futebol argentino. Jogou 8 partidas e marcou 2 gols, regressando ao Palmeiras com reclamações de muitos episódios de racismo sofridos. Nunca mais, no resto da carreira, voltou a repetir o bom futebol.

Nos Anos 2010, as passagens de brasileiros pela Argentina foram muito poucas. O zagueiro Luiz Alberto, ex-Flamengo e Fluminense, teve uma passagem rápida pelo Boca Juniors em 2010, e foi outro a regressar ao Brasil reclamando de atos racistas. O volante Jean foi revelado nas divisões de base do Estudiantes de La Plata entre 2012 e 2013, e no Brasil passou por Corinthians, Vasco, Botafogo e Vitória entre 2016 e 2020. Quem também passou pelo Estudiantes foi o lateral-esquerdo Diogo Silvestre, revelado pela base do São Paulo, que teve uma passagem relâmpago por La Plata em 2016.



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