Depois do título conquistado
sobre a Itália, no México, Pelé jogou apenas mais quatro jogos com a camisa
canarinho. Em 1970, após o Tri, o Brasil entrou em campo mais duas vezes:
venceu ao México por 2 x 1 no Maracanã, na festa de celebração da conquista, e
goleou ao Chile por 5 x 1 em Santiago.
No primeiro jogo de 1971, em
julho, a seleção empatou com a Áustria no Morumbi, em São Paulo; naquele dia,
11 de julho de 71, Pelé marcava seu último gol com a camisa da seleção. Três
dias depois houve uma vitória por 1 x 0 sobre a Tchecoslováquia no Maracanã,
Pelé não jogou. Jogou em 18 de julho, num Maracanã lotado para despedir-se do
Rei do Futebol. O Brasil empatou em 2 x 2 com a Iugoslávia, gols de Rivellino e
Gérson. Pelé foi substituído no segundo tempo por Claudiomiro, que era jogador
do Internacional. Saiu de campo e o jogo parou, ele deu uma volta olímpica acenando
para a multidão que gritava “Fica Pelé!”. Acabava ali, naquele dia, a história
de Pelé com a camisa canarinho.
Mas o Brasil mantinha um futebol
de primeira linha. Nos 14 jogos seguintes à despedida de Pelé, a seleção não
perdeu, só voltando a ser derrotada em junho de 1973. Em 71 houve uma vitória
sobre o Paraguai e três empates, um com a Hungria e dois com a Argentina, ambos
em Buenos Aires. Em 72, vitórias sobre Iugoslávia, Escócia, Portugal, Paraguai
e sobre o Hamburgo, da Alemanha; e dois empates, contra a Seleção Gaúcha e
contra a Tchecoslováquia.
Nesta série de jogos, jogando no
Maracanã contra Tchecoslováquia, Iugoslávia, Escócia e Portugal, a Seleção Brasileira
conquistou a Taça da Independência, torneio comemorativo dos 150 anos da
Independência do Brasil.
Os titulares de Zagallo durante
1972, após a saída de Pelé, foram: Leão (Palmeiras), Zé Maria (Corinthians),
Brito (Botafogo), Vantuir (Atlético Mineiro) e Marco Antônio (Fluminense), Clodoaldo (Santos), Gérson (Fluminense) e
Rivellino (Corinthians), Jairzinho (Botafogo), Tostão (Vasco) e Paulo César
Caju (Flamengo).
Em 1973, o Brasil goleou a
Bolívia por 5 x 0 no Maracanã, depois seguiu para uma excursão por África e
Europa. A primeira parada foi no norte da África, onde a seleção não teve
dificuldades para vencer à Argélia e à Tunísia. Depois, no primeiro jogo da
turnê européia, jogando em Roma, o Brasil perdeu por 2 x 0 para a Itália. Este
jogo encerrou uma seqüência de 35 jogos invictos do Brasil (27 vitórias e 8 empates). A Seleção Brasileira ficou de março de 70 a junho de 73 sem perder
nenhum jogo.
O Brasil ainda perderia mais uma
vez naquele giro pela Europa, por 1 x 0 para a Suécia em Estocolmo. Mas o
desempenho apesar destas duas derrotas foi muito bom. Houve um empate com a
Áustria e quatro vitórias, com destaque para o 1 x 0 sobre a Alemanha
Ocidental, em Berlin, e o 1 x 0 sobre a União Soviética, em Moscou. As outras
vitórias foram sobre Escócia e Irlanda.
O time brasileiro, no entanto,
apresentou nesta excursão uma característica que carregaria até a Copa do Mundo
de 1974, era uma equipe de placares quase sempre magros: 0 x 0, 1 x 0 ou 1 x 1.
Os titulares em 1973: Leão
(Palmeiras), Zé Maria (Corinthians), Luís Pereira (Palmeiras), Wilson Piazza
(Cruzeiro) e Marco Antônio (Fluminense), Clodoaldo (Santos), Rivellino
(Corinthians) e Paulo César Caju (Flamengo), Jairzinho (Botafogo), Leivinha
(Palmeiras) e Edu (Santos).
A equipe brasileira tentava
repetir o padrão tático que havia vencido no México, mas sofria muito pela
queda de qualidade imposta pelas ausências de Tostão e Pelé. Ambos haviam
deixado a seleção, Pelé por decisão própria, e Tostão por um problema crônico
na visão, por conta de um deslocamento de retina. Tostão parou de jogar aos 26
anos, pois se insistisse correria o risco de ficar cego. Passou por duas
intervenções cirúrgicas nos Estados Unidos, a primeira em 1969 e a segunda em
1973, mas nenhuma das duas conseguiu reverter a gravidade da lesão.
Faltava à Seleção também a
genialidade de Gérson apresentara em 1970. Embora o canhota ainda estivesse na
ativa, não era mais a primeira opção de Zagallo. No meio, para as funções de
Gérson e Pelé, o treinador usava Rivellino e Paulo César, dois jogadores de
qualidade técnica excepcional, mas o time não repetia a mesma dinâmica. Como
nem Leivinha nem Valdomiro, as duas opções que vinham sendo usadas para suprir
a ausência de Tostão, tinham a qualidade do camisa 9 da Copa de 70.
A queda de qualidade nestes setores diminuía também a eficiência ofensiva de
Jairzinho, o “Furacão da Copa”.
Ainda assim, havia um grande otimismo com o desempenho
da Seleção Brasileira na Copa da Alemanha, especialmente pelo Brasil ter
vencido a Alemanha dentro de Berlin no ano anterior.
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